COM MÚSICA
Sem disposição...
Sem inspiração...
Prometo voltar em breve. ;)
Se não nos virmos até lá, umas excelentes entradas a todooos!
Recentemente enviei um mail que despoletou uma explosão atómica no seio de um grupo de pessoas…












A realidade é que há emoções, sentimentos, que são invariavelmente danosos, de uma forma ou de outra e que, se fossem controlados por cada um de nós gerariam uma humanidade sem dúvida muito mais harmoniosa.
Notem que não estou de todo, mas de forma alguma, a rejeitar as emoções em geral. Antes pelo contrário, acho que devemos, no que é benéfico, deixar fluir os sentimentos, partilha-los, abraça-los. Na minha opinião “sentir” é bom, muito bom, não acho que devamos fechar-nos numa carapaça de insensibilidade para com o mundo.
No entanto, como referi, certos sentimentos levam ás vezes a atitudes irracionais, irreflectidas, que acabam no fundo por só prejudicar, a nós e/ou aos outros. Se nos permitirmos analisa-los, estuda-los de cabeça fria, chegaremos muitas vezes à conclusão que manter certas emoções à rédea curta só nos irá trazer benefícios.
A maior parte de nós cresceu num mundo com uma visão romântica da vida.
Só para dar alguns exemplos, sentimentos como a honra, o orgulho, o ciúme, a paixão cega são, não só aceites, como muitas vezes exaltados.
Há não tanto tempo como isso, faziam-se duelos em defesa da honra, quantos homens não perderam a vida para não perder a face socialmente…
Ouve-se frequentemente a afirmação de que alguém não aceita ajuda por ter o seu orgulho, preferindo penar a aceitar uma mão amiga…
Os crimes passionais são geralmente encarados com uma certa indulgência, embora penalmente não seja atenuante, sê-lo-á possivelmente na cabeça de muita gente…
Há quem viva infeliz toda uma vida em nome de uma paixão, quem desista de tudo e de todos por causa e um amor que na pratica, no dia a dia, não lhe trás qualquer satisfação…
Alguma destas coisas vos parece fazer sentido?
Claro que fui buscar exemplos caricaturais, extremos, mas só para tentar explicar o meu ponto de vista.
Usando um mais concreto, em conversa privada, relativamente ao meu último post , um amigo afirmou que para ele, a questão de como lidar com uma atracção por outra pessoa, nem sequer se punha. O simples sentimento seria considerado como traição e ditaria o fim da relação existente.
Ou seja, sem margem para dúvidas, sem espaço de manobra… vendo-se na situação descrita a coisa a fazer seria mandar tudo às urtigas e dizer adeus.
Na minha opinião, as coisas boas que temos na vida são para se agarrar com unhas e dentes, para se defender com todas as armas ao nosso dispor, e o nosso cérebro é sem dúvida alguma uma delas.
Como seres humanos que somos, sentimos… e ás vezes sentimos o que não devíamos, mas não estamos por isso condenados, não temos de baixar os braços e desistir, considerar-nos vencidos, podemos lutar contra sentimentos indesejados.
Talvez não possamos cala-los, talvez não possamos ignora-los, mas podemos racionaliza-los e agir de forma a que causem o menor dano possível.
E isto é válido para qualquer sentimento que nos consuma sem trazer nada de bom, para o ciúme, para a raiva, para a inveja, para a vingança... Talvez não possamos impedir que apareçam, mas podemos certamente controla-los.
Podemos estimular em nós os sentimentos positivos, aqueles que trazem harmonia à nossa vida e à dos que nos rodeiam e manter à rédea curta os que não servem senão para trazer problemas. O nosso cérebro permite-nos fazer isso, basta acreditar que seja possível.
Claro que não é fácil, os nossos instintos são muito fortes. Requer treino, implica tentar e falhar e voltar a tentar. Mas se partirmos do principio de que não é possível, não iremos com certeza chegar a lado nenhum. Errar é humano, não há formulas mágicas, não há milagres, não há certezas nem verdades absolutas… iremos certamente meter o pé na argola, a pata na poça, muitas vezes ao longo do caminho. Mas se tivermos em vista a tal “capacidade de imaginar o futuro e muda-lo com atitudes no presente” iremos cada vez mais ter atitudes sensatas, que nos levem a bom porto.
Fazendo um paralelo, ao trazermos um cão para casa, sabemos que teremos de treina-lo. Se não o fizermos irá naturalmente fazer as suas necessidades por todo o lado, roer os móveis, etc… tornando o convívio insuportável. Não o privando da sua essência iremos então tentar que se adapte de forma agradável à nossa vivência.
Porque não fazê-lo também relativamente a nós próprios perante a vida?



