COM MÚSICA
Quem não se lembra dos bonequinhos da Kim Grove sobre o tema?! Amor é isto, amor é aquilo… ;)
Tantos tentaram defini-lo, tantos o “cantaram”…deve ser dos temas mais abordados desde os primórdios da humanidade. Tantos poemas, canções, quadros, esculturas, peças de teatro, filmes, lhe foram dedicados. Tanta coisa foi feita em seu nome…
A maior parte de nós sente-o ou já sentiu em determinada altura da sua vida.
Amo-te, adoro-te, serão possivelmente as palavras mais batidas em todas as línguas…
Pergunto-me, no entanto, se será de facto o mesmo sentimento para toda a gente.
A minha visão do amor, por exemplo, pressupõe altruísmo, uma certa dose de sacrifício em prol da felicidade do ser amado, empenho nesse sentido…
Observo no entanto que, muitos dos que afirmam sentir amor… pelos filhos, pela mulher, pelo cão… frequentemente não o demonstram desta forma.
Verifico, com demasiada frequência, atitudes que não me parecem coerentes com este sentimento…
Quantos homens não espancam as mulheres e/ou os filhos, sujeitando-os a um permanente clima de terror, fazendo-os chegar a duvidar se o merecem.
Quantos pais não levam as suas vidas como se não tivessem filhos, chutando-os dos avós para as babysitters, isto quando não os deixam mesmo sozinhos.
Quantos cônjuges não têm aventuras, fixas ou voláteis, insistindo em manter-se numa relação na qual se recusam no entanto a investir.
Quantos pais separados não vêem os filhos durante meses, anos às vezes, entrando e saindo das suas vidas sem a mínima preocupação relativamente ao que isso irá fazer ás suas cabecinhas.
Quantos donos não “mimam” os seus cães com comidas impróprias, que os fazem inchar que nem balões e perder consequentemente a saúde ou se ausentam deixando os gatos fechados em condições de higiene duvidosas, ás vezes sem água ou comida suficientes.
Poderia arranjar muitos, mas muitos, mais exemplos de casos, infelizmente corriqueiros, uns mais extremos que outros, em que a felicidade e bem estar do ser “amado” não são tidos em consideração.
Acredito no entanto que, algumas dessas pessoas, se sintam absolutamente destroçadas se o perderem. Que, em muitos casos, estivessem dispostas a dar um rim por ele, a vida até… Acredito que sintam saudades lancinantes se dele estiverem separadas. Que o olhem como uma das coisas mais importantes das suas vidas…
Parece-me no entanto que, para alguns, o amor é um sentimento passivo…
Não sentem necessidade de o demonstrar, de o partilhar. Afirmam-no e isso é suficiente. Não parecem ter a noção de que o outro precisa de se sentir amado, não em situações extremas, de vida ou de morte, que felizmente não se nos apresentam frequentemente, mas no dia a dia.
Para nos sentirmos de facto amados precisamos que nos tratem com respeito e consideração e precisamos de constância nesse tratamento… para nos sentirmos amados temos de nos sentir importantes para a outra pessoa e não "saber" que somos. A incongruência de algumas atitudes leva-nos a duvidar.
Pergunto-me, muito sinceramente, o que é o amor para certas pessoas…