quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Up we go...


Estou de volta, ainda “de muletas” mas com uma que outra ideia para partilhar… ;)

Não sei se há quem passe pela vida sem crises, eu tenho-as ciclicamente, tendo esta provavelmente sido a mais difícil e violenta de todas.
Apesar do sofrimento que provocam, de cada uma saí a sentir-me fortalecida e mais serena. Se calhar precisamos delas para fazermos um ponto da situação com a vida, ajustar e rectificar o que já não está a funcionar.

Peço desculpa a quem preocupei com o meu estado de espírito dos últimos tempos mas, por uma questão de auto-preservação, a partir de certa altura pareceu-me fundamental divulga-lo.
Quando alguém está fisicamente mal, quando está doente ou sofreu um acidente, os outros têm-no em conta na interacção com essa pessoa. Os males da alma não são tão evidentes mas podem ser igualmente incapacitantes.
Ao po-lo a nu estava simplesmente a tentar evitar que esperassem ou pedissem de mim coisas que não me sentia de forma alguma com forças para fazer.

Pela mesma razão, tive durante uns tempos de por muita coisa em standby.
Quando a energia é escassa temos de a reservar para o que é vital, de a poupar para tudo aquilo que não podemos deixar de fazer.
O pouco que sobra servirá para nos voltarmos a por em pé e, se desperdiçarmos forças em coisas triviais, demoraremos muito mais tempo a conseguir fazê-lo.

Conforme ia escorregando lenta mas seguramente para o fundo do poço, cometi o grave erro de menosprezar a força maléfica da menopausa.
A realidade é que, destas 34 maleitas potencialmente relacionadas, eu já me deparei com 22… ah pois… :(
Manda abaixo, acreditem, manda abaixo e de que maneira.
No que diz respeito aos factores físicos, por muito incómodos e desagradáveis que possam ser, há que ter em conta que não passam exactamente disso, de maleitas. Se pensarmos no sofrimento extremo que espreita a cada esquina, só podemos concluir que “todos os males sejam estes”…

Infelizmente, o desequilíbrio hormonal que a desgraçada provoca, tende a bloquear qualquer tipo de pensamento positivo do género. Corrói a auto-estima e a auto-confiança e transforma o mundo num local soturno e aterrador aos nossos olhos.
Ter revisto recentemente “Uma mente brilhante” ajudou-me bastante a esse respeito. Pensei que se o John Nash conseguiu dar a volta á sua esquizofrenia raios me partam se eu não consigo controlar umas reles hormonazinhas aos pulos.
Decidi assim voltar a dar uso a um órgão adormecido durante algum tempo, o cérebro.

Dei-me conta, no meio da tempestade em que tenho vivido, que todos estamos definitivamente interligados, que os seres humanos não passam no fundo de uma gigantesca teia.
O que se passa com a vida dos outros, tudo aquilo que supostamente nem sequer tem nada a ver connosco, a forma como resolvem as suas questões, as decisões que tomam, as opções que fazem, acabam na realidade muitas vezes por nos afectar sim, directa ou indirectamente, com mais ou menos intensidade, de forma positiva ou negativa.
É no entanto importante que compreendamos que não deixa por isso de se tratar da sua vida, sendo eles livres de agir como bem entenderem. Quanto a nós, resta-nos apreciar o que de bom daí advier e protegermo-nos contra o que nos possa eventualmente fazer mal.

Consegui também interiorizar que cada um tem as suas prioridades na vida.
Podemos não compreender as dos outros, não as partilhar, não as subscrever mas, concordemos ou não, não nos cabe a nós valida-las mas simplesmente respeita-las e aceita-las.
Todos vamos evoluindo e eventualmente alterando essas prioridades, o que pode potencialmente gerar uma reciclagem de relações. Não faz qualquer sentido agarrarmo-nos com unhas e dentes ao que foi, há que se adaptar ao que é.

A maior parte de nós, nasceu e cresceu num mundo aparentemente muito mais cor-de-rosa do que o actual. Infelizmente não acredito que seja uma cor que se volte a ver tão cedo…
Bem jogadinho, se o bicho homem souber fazer bem as coisas, talvez os nossos netos ou bisnetos voltem a ter vidas simples e despreocupadas.
Mas para isso não podemos nós enfiar a cabeça na areia como a avestruz, só porque estes tempos são duros de viver. Antes pelo contrário, cabe-nos ir plantando as sementes de um mundo melhor, ir tratando do jardim, mesmo se neste momento não está bonito nem de vivência agradável.

A vida não está fácil para ninguém e facilmente se entra em desespero. Sentimo-nos esmagados pelo peso dos problemas e das dificuldades. Não vemos saídas, não encontramos soluções, o futuro é um gigantesco ponto de interrogação. Tudo isto é muito assustador.
Acredito no entanto que nada de bom nos aconteça enquanto tivermos um espírito negro e negativista.
Primeiro há que levantar o astral e depois arregaçar as mangas.
E sobretudo ter sempre presente que acima das nuvens o céu está azul e o sol brilha.


PS: A Sopa faz hoje 7 aninhos… ieye…
  

COM MÚSICA
Katy Perry (wapos.ru) - Firework

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