terça-feira, 27 de março de 2007

Quem boa cama fizer, nela dorme...

Queriam!!!
Não, não vou falar de cama...
LOL

A minha ideia era mais uma questão de investimento no futuro.
Tanta gente põe o hoje à frente do amanhã, não compreendendo que o trabalho/coragem/sacrifício/pachorra que possam ter agora lhes vai simplificar a vida mais tarde.

O exemplo mais flagrante para mim é com as crianças.
O dormir, por exemplo... quem tem filhos sabe como é complicado dar-lhes bons hábitos de sono.
O sono educa-se, mas não é fácil... Tem de se começar muito cedo...
Quantos pais não dormem com os bebés, no quarto, ou mesmo na própria cama, por uma questão de comodidade, nos primeiros tempos e depois se vêm aflitos para os trocar para o seu próprio quarto?
Ou o ajudar a estudar, a fazer os trabalhos, estimular a aprendizagem... um bocadinho de "pachorra" no início pode fazer com que mais tarde não haja problemas.
Isto são só exemplos, em termos de educação/"criação" de filhos, podia estar aqui a noite toda a falar...

Mas isto é válido para tudo.

Quantas vezes não temos coragem de "pôr os pontos nos iis" no início de uma relação, seja ela amorosa, de trabalho, o que for, e mais tarde dá merda...
De início não nos queremos chatear, não queremos causar ondas, não levantamos questões que obrigatoriamente mais tarde virão a lume por serem importantes e depois... dá merda.

Também acontece em relação a dinheiro, por exemplo. Há quem não resista a comprar, gastar, sem pensar se depois o que sobra chega para as necessidades básicas.

Enfim...
Muitas vezes temos de trocar o nosso bem estar imediato pela promessa de um bem estar duradoiro... Muitas vezes temos de abdicar do hoje em prol do amanhã...
Isto não quer dizer que se viva no futuro, que se faça tudo em função do que há de vir, mas já diz o outro ditado popular "quem semeia ventos, colhe tempestades" e os nossos actos, ou muitas vezes a falta deles, infelizmente não são sem consequências.
Ser muito livre, muito solto, muito inconsequente, muito irresponsável, nem sempre dá bons resultados.
E o que é pior é que as consequências disso nem sempre são óbvias.
Nem sempre se consegue fazer a relação entre o mau resultado e a falta de "investimento" inicial.

domingo, 18 de março de 2007

United colors of Benetton

“Todos diferentes, todos iguais...”

Com o passar dos anos vamo-nos apercebendo cada vez mais das diferenças abismais que há entre as pessoas...
Começamos por perceber que os esquimós e os africanos são completamente diferentes, mais tarde damo-nos conta de que não temos nada a ver com o nosso vizinho do lado.
Ora isto, estupidamente, muitas vezes causa problemas.

As pessoas têm uma certa tendência para julgar os outros pela sua bitola, não compreendendo que se pode ser feliz de muitas maneiras.
O que resulta para uns pode não funcionar para outros.
Cada um tem as suas características, o seu passado, a sua educação, os seus gostos, e tem de jogar com isso para viver uma vida harmoniosa.

Não pomos em questão o modo de vida dos tais esquimós ou africanos porque são radicalmente diferentes dos nossos e sobretudo porque estão longe, não interagem connosco.
Os problemas aparecem em geral nos tons de cinzento ou se preferirem, “em casa”, no mundo em que nos movemos.
Muitas vezes criticamos, desprezamos, certos modos de vida, na realidade tão válidos como o nosso, simplesmente porque não nos conseguimos identificar com eles.
Como se o nosso caminho fosse único, como se todos se devessem reger pelo mesmo molde.

É evidente que todos observamos diferenças nos outros.
Há os arrumados e os desarrumados. Há os organizados e os desorganizados. Os caseiros e os que não param no mesmo sítio. Os madrugadores e os noctívagos. Os que gostam de animais e os que não os suportam. Os vegetarianos, os “carnívoros”, os desportistas, os sedentários, os intelectuais, os manuais... enfim...
Se tomarmos em consideração que “a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros”, se houver respeito mutuo, porquê incomodar-se com as ditas diferenças?
Ou seja, onde estou a querer chegar é a que há uma tendência para nos “metermos onde não somos chamados”, para criticar aquilo que não nos diz respeito.

Não estou evidentemente a falar dos casos em que as diferenças chocam, em que alguém é “agredido” pelas características de outrem.
Eu pessoalmente sou extremamente arrumada. É óbvio que se alguém vier gerar o caos em minha casa, não gramo, fico chateada, claro que fico chateada...
Agora que me importa a mim o que essa pessoa faz em casa dela?
Que tenho eu a ver com isso?
É neste sentido que tenho estado a falar e que tenho notado que reina uma grande intolerância por aí.

Se eu ajo da forma A, então os que ajem da forma B são umas bestas, uns idiotas, mesmo que na pratica não “choquem” comigo em nada.
São umas bestas simplesmente porque são diferentes, porque não subscrevo a sua maneira de ser. Porque não concordo com a sua maneira de agir.
Matou? Roubou? Fez mal a alguém?
Não, mas é diferente e isso irrita-me...

Este tipo de atitude faz, infelizmente, com que certas relações que até poderiam ser boas para ambas as partes, azedem e ás vezes até apodreçam...

terça-feira, 13 de março de 2007

You can't always get what you want...

COM MÚSICA

Já diziam os Pedras Rolantes.

Costumo pensar que se me dissessem que podia construir a casa que quisesse, como quisesse, onde quisesse, gastando o que quisesse... me ia ver absolutamente à rasca...
A realidade é que gosto de muitas coisas diferentes, muitos sítios, muitos estilos, muitos tipos de casa e construir uma que fosse coerente e onde me sentisse bem no fim, não ia ser nada fácil.

Felizmente isto é coisa que não acontece na vida.
Para começar não temos nunca todas as opções em aberto.
Não podemos escolher absolutamente o que quisermos.
Depois, construir uma vida é muito mais difícil do que construir uma casa.
Não nascemos e pensamos "quem é que eu quero ser?" e vamos em frente para construir esse "eu".

Não, na vida nós vamos sendo confrontados com as opções, uma a uma.
Vamos construindo a nossa casa sem ter uma noção do que irá ser o todo, o produto final.
Tiro um curso superior? Vou viajar pelo mundo? Tenho um filho?
E escolhemos um caminho...
E esse caminho não é necessariamente "o certo", porque não há caminho certo para começar, hà caminhos diferentes, uns melhores do que os outros.
Mas é o que escolhemos, e como é lógico não podemos tirar um curso superior e viajar à volta do mundo, pelo menos ao mesmo tempo. Ou seja, garantidamente se estivermos a fazer uma coisa nesse momento não podemos estar a fazer a outra.
Há casos em que a escolha a fazer é muito subtil. E é aí que as pessoas se confundem...
Não percebem ás vezes que não se pode ter dois tipos de vida completamente distintos ao mesmo tempo.

Vou dar um exemplo.
Quando o Pedro nasceu os meus amigos adoptaram o lema do "se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé" (ainda mais do que já faziam ; ) e continuaram as noitadas de jogo pela noite fora.
Quando o Pedro chorava, com cólicas por exemplo, eu entrava em choque.
Tinha passado o dia todo a ser mãe.
Tinha deitado o Pedro e trocado para o modo "joga".
E de repente entravam os dois modos em conflito...
Ao princípio ia lá e estava ansiosa, tinha deixado a minha mão de Tarot em cima da mesa. Ás vezes estava a ser um jogo interessante, tinha três ou quatro pessoas à minha espera. O puto nunca mais se calava...
Depois percebi que não se podem juntar os dois modos. Não se pode consolar uma criança com cólicas a pensar no jogo de Tarot. Podem-se conjugar as duas coisas se for alternadamente...
Então, a partir daí, quando estava com o Pedro no quarto estava toda eu no quarto.
E... milagre... não é que ele acabava por se calar muito mais depressa?!

Onde estou a querer chegar é a que temos constantemente de fazer opções na vida. Não podemos querer ser duas coisas ao mesmo tempo porque não funciona.
Quando estamos num papel temos de o seguir.
Temos de escolher.
Não dá para uma no cravo e outra na ferradura...

Isto ás vezes leva-nos às chamadas "loose/loose situations"...
Temos a sensação de que, seja qual for o caminho que escolhamos estamos a perder qualquer coisa.

Para esta situação, o exemplo do Pedro não é bom porque seria impensável ficar a jogar Tarot e não ir ter com o meu filho. Mas há situações em que a escolha é válida para ambas as opções.
Os dois exemplos que costumo usar de "loose/loose situations" são o "Príncipe das marés"e "As pontes de Madison County". Ambos são exemplos "românticos" mas são perfeitos para o que quero dizer.
Pode-se transpor para todo o tipo de outras situações, de estudo, de trabalho, etc...
Em ambos os casos "o nosso heroi" (LOL), num caso masculino no outro feminino, é levado a escolher entre um grande amor, cheio de chama, de paixão, e o casamento e os filhos.
Em ambos os casos eles escolhem a família mas isso não é para aqui chamado.
The point is que eles têm de optar e em qualquer dos casos se sentem "lesados" de uma potencial felicidade...

Pois... You can't get all of what you want...
E... se há que optar, ao menos que seja sereno.
Não é bom ir pelo caminho A a pensar no caminho B...
"Loose/loose"?!
Por que não "win/win"?
Porque não pensar que em qualquer das opções se ganhava qualquer coisa e escolhemos o "ganho" que fazia mais sentido no momento?
Porque não viver com o calor de saber que tivemos a escolha?
Não é melhor sentir que tivemos escolha entre duas situações boas?
Que optámos por uma mas que o saber que a outra existiu não é nada mau?
Guarda-la num cantinho do nosso eu como uma coisa nossa...

Convidaram-nos para ir trabalhar para o estrangeiro.
Uma coisa que gostávamos de fazer.
Depois de muito considerar a oferta decidimos não aceitar.
É melhor nem pensarmos mais nela para não nos sentirmos mal com a nossa escolha?
Ou saber que pelo menos podíamos ter ido se tivéssemos querido não é reconfortante?

As opções podem ser a longo prazo, a médio prazo, a curto prazo.
Mas o que não fazemos faz tanto parte de nós como o que fazemos.
Quando fazemos qualquer coisa, qualquer coisa que escolhemos fazer, que não nos foi imposta, relativamente à qual tínhamos de facto opção, temos de o fazer com todo o nosso ser.

Bege, vou pintar o tecto de bege...
LOL

Bjs
C

segunda-feira, 5 de março de 2007

Diz-me com quem andas...

Os amigos... oh, os amigos!
; )

Falo tanto da importância que têm para mim os amigos, é talvez altura de falar um pouco deles...

Por que raio é que eu atribuo tanta importância à amizade?
É simples, porque acredito que as relações humanas sejam das coisas mais preciosas e gratificantes que podemos ter na vida.

A família, por exemplo, também é muito importante... também poderei falar sobre ela noutra altura... acontece que não a escolhemos, não nos escolhe... é assim.
Todos temos familiares com quem nos damos simplesmente porque "são família". Com quem não temos nada a ver, em relação aos quais não sentimos qualquer tipo de empatia, por vezes nem sequer simpatia, passávamos bem sem os ver... se não fossem "família".
A família, mal ou bem, aceita-nos como somos, atura-nos, só por sermos família...

Com os amigos já a coisa pia mais fino...
As amizades esmorecem, morrem até, ás vezes...
Os amigos não se podem ter como certos.
Se quisermos manter uma amizade há que fazer por isso e muitas vezes não é fácil.
As pessoas zangam-se, chateiam-se, enredam-se em mal entendidos...
Mudam de rua, de cidade, de país...
Casam-se, juntam-se, nem sempre com alguém que goste de nós...
Mudam de interesses, de passatempos...
Tanta coisa pode acontecer para desfazer uma amizade...

Conhecidos todos temos, mas amigos, Amigos... ter amigos é uma arte...
E daí também o ênfase que dou à longevidade das amizades...
O ser humano é um bicho complicado, complexo, em constante mudança.
A mudança nem sempre é fácil de acompanhar.

Quando fiz quarenta anos reuni (ou pelo menos tentei reunir) todos os meus amigos.
Poucos faltaram ao apelo.
Tinha amigos de três décadas presentes...
Foi bom, foi muito bom.
Alguns já não via há muito tempo, mas vieram...

Um amigo é no fundo uma pessoa que nos conhece e que gosta de nós e vice-versa.
É uma pessoa que aprecia a nossa companhia.
É uma pessoa em quem confiamos e que confia em nós.
Partilhamos segredos, pensamentos, opiniões, experiências, tristezas e alegrias.
Está cá para o melhor e para o pior, como nos casamentos...
E fá-lo sem ter jurado fazê-lo no altar, fá-lo porque quer, fá-lo porque... é amigo.

E os amigos escolhem-se. Isto é muito importante...
E não só no início das amizades.
Uma pessoa que não se comporte como amiga, não é amiga, ponto final.
As amizades, felizmente, permitem pausas... ; )
É curioso, mas é verdade... tenho a experiência...

Vou contar-vos uma história...
Tinha um amigo, um GRANDE amigo, que arranjou uma namorada...
Como tal afastou-se.
É a coisa mais natural do mundo...
Pombinhos, uma vida totalmente nova, a descoberta do outro, do mundo do outro... enfim...
Se um amigo não compreendesse esse afastamento não era amigo...
Só que se afastou de uma maneira totalmente inaceitável.
Não passou a aparecer menos, desapareceu...
Não telefonava menos, não telefonava...
A certa altura já não respondia pouco aos apelos, não respondia nada...
Durante esses anos engravidei.
Embora isso seja outra história a verdade é que eu não era suposta consegui-lo...
Os meus amigos seguiram o meu atordoamento ao descobrir que ia ser mãe, a minha angústia na altura a amniosintese, o meu aumento de peso, a minha mudança de andar, a ansiedade de saber se ia ser menino ou menina, a escolha do nome, a felicidade de o ver finalmente...
Este... passou-lhe tudo ao lado...
A dita namorada?
Nunca ma apresentou...
E um dia recebi um convite para o seu casamento...
É verdade que somos para além de amigos, família, o convite não me chocou portanto...
O que me chocou foi não ter percebido que não fazia sentido nenhum eu ir a esse casamento.
Eu vou a casamentos por "conveniência", para marcar presença, se a pessoa em questão não me disser nada, me for indiferente.
Não vou a casamentos de amigos que" já não me dizem nada"...
E a coisa ficou por aí.

Anos mais tarde ele voltou...
E hoje somos outra vez Amigos.
Não nos vemos tanto como dantes, a vida não o permite, mas os nossos coraçõezinhos batem outra vez em uníssono, e isso é que é de facto importante.
Não é a proximidade física.
Não é a quantidade de vezes que nos vemos.
É sabermos ambos que estamos lá outra vez um para o outro.

E isto sabe-se, depois de tudo o que se passou, porque já lá vão muitos anos, porque nos conhecemos muito bem, e porque voltámos a estar em sintonia.
Aconteceu-me isto, não pelas mesmas razões, com várias pessoas.
A realidade é que temos amigos recentes, amigos antigos e amigos que voltaram e todos eles nos fazem sentir que tudo vale a pena, que é importante investir na amizade e tê-las autênticas, porque nos sentimos profundamente amados.
O amor de um amigo, se verdadeiro, não fica de todo aquém do amor "amoroso"...

Os companheiros de copos, de desporto, de trabalho, sei lá... só por serem presenças frequentes não quer dizer que sejam obrigatoriamente amigos... Estão lá muitas vezes... não quer dizer que estejam lá "para nós"... e muitas vezes só o descobrimos nos piores momentos, nos momentos em que precisaríamos deles e eles "não estão lá".
Muitas pessoas tendem a confundir amigos com conhecidos e é preciso diferenciar.
Por outro lado, um conhecido é sempre um potencial amigo, há portanto que investir, sabendo no entanto quando desistir.

Esqueçam os cães... o homem continua a ser o melhor amigo do homem...
Aceitem o meu conselho, querem um bom marido/mulher? Casem-se com um amigo!
Já vos estou a dar seca...
Bjs
C


les copains dabord - George Brassens

sexta-feira, 2 de março de 2007

O umbigo mais valioso

Imaginem que entram numa sala onde estão todos com um ar bem disposto e a sorrir...

Agora imaginem que entram noutra sala, onde estão todos de trombas...

A primeira sensação é mais agradável, não?
Dá mais vontade, tendo de escolher, de ficar nessa sala...
Parece que os humores, tal como o bocejar, são contagiosos...

Quando entramos numa loja onde está uma empregada sentada ao balcão, que finge que não nos viu, se dissermos simpaticamente bom dia, há boas hipóteses que ela levante os olhos da Caras que está a ler e responda da mesma maneira.
Se pisarmos alguém na rua sem querer e pedirmos sinceramente desculpa temos menos hipóteses de levar com palavras desagradáveis.
Se agradecermos ao empregado que nos serviu no restaurante temos mais hipóteses de ser melhor servidos da próxima vez.
Ou seja, se tratarmos as pessoas com respeito, consideração, educação, temos mais hipóteses de ser pagos na mesma moeda...
A vida é feita de acções/reacções.

Mas isto não chega para viver bem com os outros e consequentemente consigo próprio...
No nosso dia a dia, nas pequenas coisas, é necessária uma certa dose de altruísmo, de entre-ajuda, de apoio ao próximo, sem os quais a nossa vida se torna muito pobre.

Há pessoas que levam a vida a pensar primeiro nelas e acredito que nem sequer se dêem conta disso.

Várias das pessoas mais egoístas que conheço são agradáveis ao convívio, simpáticas, interessantes, bem educadas...
Dizem os tais "se faz favor" e "muito obrigado".
Trazem boa disposição para os meios em que circulam.

Pensam no entanto, regra geral, muito pouco nos outros.
Por outros entenda-se os filhos, os pais, os irmãos, os amigos, não estou a falar em desconhecidos...
Arranjam sempre "razões" perfeitamente lógicas para justificar a sua vida egocêntrica.
Oh, pontualmente elas ajudam/apoiam/dão, não haja dúvidas.
Mas só se a isso se sentirem de alguma forma "obrigadas" ou, por outro lado, se não afectar os seus planos, o seu bem estar, o seu conforto, o seu divertimento...
São normalmente pessoas extremamente ocupadas, com os estudos, com o trabalho, com os hobbies, com o desporto, a cultura, etc, não têm tempo a perder... sobretudo com o próximo.

Se tiverem de escolher entre uma coisa que "faça bem" a terceiros ou a elas próprias geralmente escolherão a segunda hipótese.
Nas suas cabeças isso não tem importância, uma "ausência de acção" não é "fazer nada de mal".
Não percebem que "estar lá" para os outros pode aparentemente não fazer grande diferença mas "não estar" muitas vezes faz.

Como não dão, também não esperam nada.
Acham-se auto-suficientes, não precisam de ninguém, tudo o que vier é bónus...
Quem não sabe dar, não sabe receber.

Imaginem uma vala cheia de gente, uma vala funda de que não se consegue sair sem ajuda.
De repente chega alguém que estende a mão e puxa uma pessoa lá de dentro.
As pessoas de que tenho estado a falar agradecem imenso e vão felizes à sua vida.
As outras estendem por sua vez a mão para ajudar os que ainda lá estão em baixo.

A diferença entre estes dois tipos de pessoas, na minha opinião, é que as primeiras toda a vida se sentem de certa maneira sozinhas.