terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Com o mal dos outros posso eu bem?!...

Hoje não vou "falar" muito...
(parem de aplaudir sff... ;)

Já deu para notar que anda uma "má onda" no ar... muita gente neura, desmoralizada, deprimida... deve ser dos astros...
Se acham que a vida é dura... se estão convencidos de que a vossa é uma merda... difícil... cansativa... vejam este vídeo...
Depois, imaginem a dificuldade em fazer tudo o que a maior parte de nós faz com uma perna ás costas... (salve seja) as pequenas coisas do dia a dia... já sem falar em em arranjar trabalho, namorada, auto-estima...
Não digo mais nada...



Ainda têm coragem de se lamentarem da vida porca e miserável que levam?
Pois...



Good Vibrations - Beach Boys

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Daily Training

Hoje vou começar o post a mandar vir...
Vocês, ilustres silenciosos, não dão mesmo abébias pois não?!
Dasss... que nem pedindo com jeitinho deixam aqui uma palavrinha...
Big Brother is watching you... eu sei que andem aí... alguns não sei quem são, nem quero saber, mas sei que cá vem muito mais gente do que a que costuma comentar...
Grunf!

Dito isto...
Agora que já tive um dos meus clássicos acessos de mau feitio...
Também tenho direito, nunca disse que era santa...
LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL

Queria só reforçar a ideia da felicidade requerer um esforço diário.
Disseram-me no outro dia que os big-shots buddistas já não precisam de fazer esforço nenhum, que isso lhes vem naturalmente...
Para eles desde já os meus sinceros parabéns!!!
Agora voltando a nós, comuns mortais... ; )

Isto de ser feliz não vem sozinho, não senhor... é preciso um esforço do caraças, um treino diário...
Segundo a fonte anterior há quem já nasça assim, que também não precise de se esforçar, segundo ele até conhece dois, um dos quais pelo menos frequente leitor deste blog... Eu não acredito nisso.

A realidade é que se baixamos a guarda começamos logo a sentir-nos na merda!!!
Eu que o diga, que tenho andado a passar uns momentos complicados, a vários níveis, e quando me distraio lá começo a ficar cheia de self pitty...
Abaixo a self pitty! A self pitty é cócó!!!
(desculpem, tenho passado muito tempo com o meu filho...)
A realidade é que a maior parte das vezes não há razão para que não tenhamos um sorriso na cara. Pode ser um sorrisinho triste, ou cansado, mas a maior parte da nossa vida é boa, se nos dermos ao trabalho de olhar.
Quando a conversa começa a ser
"Então, que é feito, estás boa?"
"Não olha, nem por isso... anda-me tudo a correr mal... aconteceu-me isto ou aquilo... lamentos, lamentos, lamentos... doi-me aqui, doi-me ali, doi-me a alma... estou muito em baixo... "
Pois... self pitty...
A ideia é não ser mariquinhas... aguentar as coisas como um homem!
(LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL esta dá-me sempre vontade de rir... "porta-te como um homem!"... LOL os reis dos mariquinhas... LOL)

Não quer dizer que não se possa falar delas, menciona-las.
Ter problemas, ter chatices, não é vergonha nenhuma...
Temos direito a estar cansados, indispostos, de mau humor até...
E temos mesmo que falar delas quanto mais não seja para justificarmos certas atitudes, desmarcarmos compromissos, arranjarmos soluções para as coisas.
Não temos é de estar sempre a whine, whine, whine...

A vida é boa.
Está má?
Paciência...
Faz parte.
"A vida é como os interruptores, umas vezes para cima, outras vezes para baixo"
Já dizia o arquitecto "Aguenta!"

Citando mais uma vez o meu reportório favorito:
"If you are going to go through hell, keep going.
"
(Churchill)
E a realidade é que chamar "hell" àquilo por que a maior parte de nós passa no dia a dia... eu diria que é, na maior parte das vezes, um overstatement... não?!

Allways look at the bright side of life... tárá, tárátárátárá... LOL



quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

É pi barce day...

Faz um anito que aqui venho cagar sentenças...

Quando comecei não fazia a mínima ideia de quanto tempo iria "aguentar"...
Confesso que nunca pensei ter tantas coisas para dizer, a realidade é que quanto mais escrevo mais me surgem.
O facto de algumas das pessoas que cá vieram no início continuarem a vir leva-me a pensar que o que digo possa de facto ter alguma espécie de interesse.
Tive imensas inseguranças no início, imensas dúvidas sobre se deveria continuar, ou para quê continuar.

A realidade é que a certo ponto do campeonato me dei conta de que se calhar não estava a escrever só para vocês...
O facto de dizer/escrever as coisas faz-me tomar consciência de que as penso/sinto... sempre foi assim.
Quantas vezes durante uma conversa me dei conta de que tinha opiniões que desconhecia... É um pouco como se as coisas não existissem antes de as verbalizar.
Este Blog tem-me servido um pouco de terapia, uma forma como outra qualquer de auto-conhecimento.

Têm-me gabado a coragem de me "expor desta maneira"...
A realidade é que não é uma questão de coragem visto que não me custa, não me assusta, não me afecta minimamente, como já referi sou uma stripper emocional... LOL

Também não estou nada preocupada em me contradizer. Devo mesmo dizer que ficaria muito triste se daqui a uns tempos relesse o que escrevi e estivesse de acordo com tudo. Era muito mau sinal, sinal de que não tinha evoluido...
Não tenho a prepotência de me julgar detentora da verdade absoluta ou sequer de achar que as minhas ideias valham mais do que outras e estou sempre aberta a ser criticada, prooved wrong...
Já dizia o sábio Churchill: "In the course of my life, I have often had to eat my words, and I must confess that I have always found it a wholesome diet. " ;)
Claro que como também dizia o mesmo: "I am always ready to learn although I do not always like being taught. " LOLOLOLOLOLOL

Dito isto, penso continuar a vir partilhar as minhas pequenas receitas, os meus sucessos e os meus fracassos, na esperança de que possam fazer bom proveito a alguém.
Lamento não ser um grande "chef"... são receitas caseirinhas, a maior parte autodidactas, com bases apanhadas aqui e ali.
Volta não volta até falho os pratos que descrevo, mas what the hell, nem todos os dias correm bem na cozinha...

Estou muito longe da perfeição (seja lá o que isso for... LOL), mas no caminho é que está o gozo e acreditem que tiro um verdadeiro gozo da limagem de arestas, do combate ás características defeituosas, da constante metamorfose da minha personalidade.
Como qualquer pessoa tenho os meus momentos de desânimo, de falta de fé.
Mas sempre recupero porque sei que ser feliz depende exclusivamente de mim... ninguém nem nada me vai fazer feliz, a felicidade vem de dentro para fora.

Quero agradecer a todos os que têm participado activamente neste Blog, a demonstração do seu interesse é o que o tem mantido vivo.
Gostava muito que, não só esses como também os que costumam ficar na sombra (que sei serem bastantes mais), deixassem uma palavrinha a dizer o que acham de toda esta conversa de chacha. Não é preciso identificarem-se, podem deixar comentários anónimos, só gostaria sinceramente de saber a vossa opinião sobre este Blog.
Curiosity killed the cat... LOL


Happy Birthday Mr. President - Marilyn Monroe

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Triste aceitação

Neste ano que acabou cheguei a uma triste aceitação...
Digo "triste" simplesmente porque gostaria que assim não fosse, mas aceitar a realidade é sempre uma boa coisa.
Neste ano de 2007 consegui finalmente aceitar que não somos amigos das pessoas só porque queremos muito sê-lo.
Quem me conhece, e quem me tem lido, sabe a importância que atribuo à amizade e logo porque é que isto me custa. Mas o facto de o perceber e sobretudo aceitar trouxe-me sem dúvida muita paz de espírito.
Isto vem ao encontro do que tenho "apregoado", de que ás vezes algum sofrimento é saudável e ajuda-nos a evoluir.




A realidade é que, tal como as relações amorosas, a amizade tem de ser bilateral. Tem também de ser constantemente trabalhada e está sujeita a um determinado número de regras sem as quais não pode ser considerada uma amizade.
O meu objectivo hoje não é discutir essas regras.
Embora algumas possam ser subjectivas e discutíveis, as noções principais são comuns a toda a gente.

As nossas relações na vida não se limitam aos amores e ás amizades... temos as relações familiares, as relações de trabalho, as pessoas com quem confraternizamos de vez em quando, estes podem ser ex-colegas de liceu, o grupo de jogo, da caça, da vela, da tropa, etc... pessoas de quem não nos podemos considerar propriamente amigas mas que apreciamos e com quem gostamos de conviver ocasionalmente. Enfim, não vou estar práqui a perder tempo a enumerar todo o tipo de relações que podemos ter com alguém...
Todas estas relações se podem entre cruzar. Há familiares com relações amorosas ou de amizade, colegas de trabalho que são amigos, ou amantes, ou familiares... And so on...

No meio desta confusão toda uma pessoa pode facilmente perder-se e confundir as coisas... Foi o que me aconteceu nos últimos quarenta e dois anos...
Simplesmente não conseguia aceitar que ás vezes não é possível ser-se amigo de quem se gostaria de ser...

A vantagem que as relações amorosas têm sobre as amizades é que, regra geral, as coisas são mais claras.
Talvez não logo no início, mas a partir de certa altura torna-se bastante óbvio que estamos perante uma relação amorosa.
Temos só uma (em princípio... LOL), sabemos qual é, sabemos em que estado está, sabemos a quantas andamos.
Se é unilateral chama-se "um ganda galo" e passa-se à frente com mais ou menos dificuldade, mas continua a ser obvio.
Percebe-se quando estas relações começam e percebe-se quando acabam...

E quanto à amizade? Onde começa uma amizade?

Era bom que fosse assim...


Quais são as provas da sua existência?
O que nos diz que acabou?
Na realidade ás vezes é difícil conseguirmos distinguir uma amizade de outro tipo de relação.
Não basta gostar muito de alguém para se ser seu amigo a amizade é uma coisa viva, uma coisa activa, que tem de se alimentar, para a qual se tem de trabalhar, de preencher os requisitos. Se assim não for não quer dizer que seja uma má relação, simplesmente que é "outro tipo" de relação...

O meu primeiro grande choque foi por volta dos dezanove, vinte anos...
Um ex-namorado meu, deveria mesmo dizer o meu primeiro namorado importante, com quem andei durante dois anos, o que nessas idades é uma eternidade, e de quem me tinha posteriormente tornado grande amiga, foi "proibido" de continuar a falar comigo...
Ele deixou de falar comigo...
Nunca mais "falou" comigo...
Até hoje...
Quer dizer, ele fala comigo (ainda o vejo volta não volta), diz-me bom dia, boa tarde, então qué feito... mas a nossa amizade, aquela que eu considerava uma grande amizade, acabou de um momento para o outro.
Ele não contestou a "ordem"... valores mais altos se impunham... era uma questão de prioridades... a nossa relação perdeu.
Eu pura e simplesmente não conseguia aceitar isso. Mas como é que era possível? Como é que tudo o que tínhamos em comum se podia desvanecer assim?
Primeiro fartei-me de insistir, depois desisti para fora mas continuei a achar para dentro que era só uma fase, que um amigo não desaparecia assim da nossa vida...
Vinte e tal anos depois percebo que desaparece mesmo.

Tive poucos anos depois outra machadada na amizade, de uma amiga daquelas amigas com A grande, daquelas com quem passamos metade do dia e a outra metade ao telefone, daquelas com quem partilhamos tudo. Mais uma vez valores mais altos se elevaram. A altura em que mais teria precisado dela coincidiu, por grande galo, com o início de uma relação...
A amizade morreu? Não sei, não sei o que lhe posso chamar hoje em dia... até porque já passaram mais de vinte anos e a relação dela já não está no início. Esmoreceu sem dúvida (a nossa relação, a deles não sei... LOLOLOLOLOLOLOL) ... nunca mais nos vimos diariamente e raramente passamos horas ao telefone...
Se calhar é a vida, se calhar tinha acabado por acontecer de qualquer maneira... mas não há dúvidas de que qualquer coisa quebrou naquele momento.

Tive também algumas "amizades YoYo"... daquelas que vão e vêm... Daquelas em que durante um certo período vemos regularmente a pessoa, com quem partilhamos a nossa vida, e noutras alturas nem sabemos se está viva.
Nestas últimas chamar-lhe amizade será talvez um over statement...
A vida muda, os interesses mudam, os hábitos mudam, ás vezes até são as próprias pessoas que se mudam....
Umas vão sobrevivendo com ups & downs, como os interruptores, outras nem por isso.Vai-se criando um afastamento e quando damos por nós já não há amizade, desvaneceu-se no tempo e no espaço...

Há também as pessoas de quem queremos muito ser amigos... de quem gostamos muito... com quem temos um daqueles outros tipos de relação que mencionei acima e com quem gostaríamos de ter uma verdadeira amizade.
Mas nem sempre isso é possível... O outro pode não querer ser nosso amigo, ou pura e simplesmente não saber como. Não basta um dos lados "puxar" por uma amizade... não basta um esforço unilateral... simplesmente não nos é possível ser amigos dessa pessoa, por razões que muitas vezes nos ultrapassam.




Em todas estas situações eu resisti...
Em todos os sentidos...
Recusei-me sempre a perder essa amizade, ou a não chegar a tê-la...
Não me dava conta de que isso é tão patético e inútil como insistir num amor que não é para ser...
Que não é porque "queríamos muito" que vamos conseguir...
Sempre "me chorei toda" por causa deste assunto.
Sempre me lamentei, tentei arranjar forma para que não fosse assim... e a realidade é que nunca resultou. As pessoas só são de facto amigas se ambas quiserem e fizerem por isso.

Hoje vivo finalmente em paz com essa ideia, compreendo e aceito que para além dos amigos há "os outros", que não são melhores nem piores (como dizia a minha querida professora de História da Arte) são simplesmente diferentes...
Aceitei este facto, cá dentro, da mesma maneira que consegui aceitar, ao fim de muitos anos, que por muito que quisesse nunca seria "um casal" com o meu "lançador de santolas"... ;)