sexta-feira, 22 de junho de 2007

domingo, 17 de junho de 2007

O ser mais feliz do mundo...

O meu Guru Lançador de Santolas mandou-me um artigo sobre "O ser mais feliz do mundo"...
Começa com as seguintes afirmações:
"O que é a felicidade? Esta é uma das interrogações mais antigas do ser humano, que deu não poucas dores de cabeça a poetas e filósofos. A ciência moderna pensa estar apta a responder, pelo menos parcialmente, a esta questão."

Poetas? Filósofos? A ciência moderna???!
Oh, My God... para quê tanta complicação???
Muito gostam as pessoas de tentar explicar tudo...
Quem é feliz sabe que o é, quem não o é também o sabe. Não me parece que haja qualquer necessidade de definir a felicidade.
É um pouco como tentar explicar Deus...

A felicidade é aliás, na minha humilde opinião, tal como Deus, uma questão de fé.
Só poderá atingi-la quem acreditar nela...
Quando afirmei ser feliz, deram-me os parabéns, ficaram "felizes" por mim, mas não sei se acreditaram de facto que o sou profundamente...
Vêem-me tantas vezes em baixo, ca neura (LOL), angustiada, ansiosa, triste... que acho que devem ter pensado "Feliz... aham... pois sim..."

O meu post que, de longe, mais comentários teve, que mais polémica gerou, foi aquele sobre a riqueza... Confesso que fiquei um bocado triste...
Não vou voltar a falar sobre o tema, mas o grande debate que provocou, leva-me a crer que a maior parte das pessoas acredite que a felicidade depende de factores externos...
Eu não acredito!

Os estrangeiros, quando falam a nossa língua, tendem a confundir o "ser" com o "estar"... No capítulo felicidade acho que é um mal geral...
Uma pessoa não "está" sempre feliz...
Por exemplo, quando limpo as cagádas do "Cão nauseabundo" não "estou" definitivamente feliz... LOL
A realidade é que a felicidade vem de dentro para fora e não o contrário... Há obviamente coisas que influenciam o nosso estado de espírito, os nossos moods, os nossos sentimentos... mas se formos felizes não são as tropelias da vida que vão mudar isso.

O que é a felicidade?
Que tal uma pessoa sentir-se bem "na vida"?
Gostar de si próprio. Respeitar-se.
Viver com serenidade.
Sentir que vale a pena viver apesar dos contratempos.
Apreciar o que tem de bom.
Tirar ensinamentos do que corre mal.

A maior parte das pessoas é muito "António Variações", como costumo dizer no gozo ao meu filho. Só quer ir onde não vai, só está bem onde não está...
Se vivermos plenamente o hoje, conscientes de que pode não haver amanhã, se apreciarmos aquilo de bom que temos na vida em vez de nos lamentarmos do que não temos, se percebermos o que é importante para nós em vez de nos compararmos com os outros e trabalharmos para o obter, se tivermos a noção de que não se pode ter tudo na vida, que esta é feita de opções, se dermos o nosso melhor, em consciência, em todos os sentidos, todos os dias, porque não havemos de ser felizes?



Good Vibrations - Beach Boys

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Amor de mãe

Há uns anos, andava eu desesperadamente a tentar engravidar, uma astróloga disse-me "esquece, não vais conseguir ter filhos... estás destinada a ser mãe de todos..."
Estava errada... mas não em tudo...
A realidade é que me sinto de facto um bocadinho mãe de muita gente... inclusivamente da minha própria mãe...(LOL)

Parece que os psicólogos chegaram à conclusão de que os pais não devem tentar ser amigos dos filhos... Calma! Não comecem já a pensar cretinices... O que estou a dizer é que devem assumir o seu papel de pais, com tudo o que isso implica, regras, educação, castigo, etc... e não tentarem ser compinchas, cúmplices, companheiros de farra, como esteve tanto na moda a certa altura. Notem que me parece um bocado uma verdade de Lapalisse... afinal de contas, como se costuma dizer "quem tem filhos que os eduque" e educação nem sempre conjuga com ser "amiguinho". Os gajos ás vezes devem mesmo odiar-nos, mas faz parte, é para o bem deles (pelo menos assim o pensamos...).

Ora bem, estou a chegar agora à conclusão de que o contrário também é válido. Também não devemos "ser pais" para os nossos amigos, irmãos, pais, maridos/mulheres, etc... Se com os filhos (os verdadeiros) as coisas se equilibram, o incondicional amor materno (vamo-nos deixar de merdas, sou gaija vou falar de mães e não de pais, senão fico para aqui a noite toda a tentar ser politicamente correcta com os dois sexos...) compensa "as maldades" que acham que lhes fazemos, com os outros já não é assim.

Passo a tentar explicar... nunca quis ser mãe de ninguém (a não ser do meu próprio filho e God knows que não foi fácil... LOL) mas fui assumindo parcialmente esse papel relativamente a uma série de gente em determinadas situações. Aparentemente ás vezes a figura materna cabe-me que nem uma luva. A chave da questão aqui é o "parcialmente", ou seja, ás vezes fui levada (ou deixei-me levar) a ter comportamentos maternais. Não sendo completamente idiota (apesar de anormal...) nunca levei obviamente esse papel ao ponto de me ver realmente como mãe de ninguém. Assim sendo acabo por ter atitudes de mãe e de "não mãe" o que baralha bestialmente as pessoas. O resultado é bera.

Antes de falar das partes más da coisa deixem-me dizer que me sinto muito amada pelas pessoas de quem estou a falar, apesar de tudo não é o papel da "madrasta" que assumo, LOL... Sinto da parte deles uma grande dose de ternura e respeito relativamente há minha pessoa o que é muito gratificante.

Mas se educar um filho é uma tarefa de 24 horas da qual estamos conscientes, que levamos a cabo pensadamente (eu pelo menos levo), em que nunca estamos de folga, temos de estar constantemente em alerta para as nossas atitudes, as nossas reacções, as consequências dos nossos actos, com os outros já não é assim visto que é um papel que só assumimos pontualmente.
Resultado, toda a gente se baralha, perde-se a noção das coisas.

O exemplo mais flagrante do que estou a tentar explicar é uma irmã minha. Não é caso único, como já perceberam, mas é aquela com quem já discuti este assunto várias vezes (não que tenha servido para alguma coisa...), muitas delas em público e relativamente à qual o que possa dizer não será portanto uma inconfidência.
Devido a circunstancias da nossa infância, que não interessa agora estar aqui a discutir, sempre fui muito protectora relativamente a ela. Não que quisesse, não que gostasse (dava-mo-nos aliás que nem cão e gato) mas porque gostava dela e, como irmã mais velha, sentia-me na obrigação. Desde muito cedo que tive de "vestir o manto da responsabilidade" visto que esta não abundava à minha volta. Nunca mais o consegui aliás despir, grudou-se-me à pele...Visto que basta uma pessoa com essas características para à partida as coisas correrem bem ela foi passeando pela vida saltando levemente de nenúfar em nenúfar, nunca tendo de se preocupar realmente com nada. Resultado? Eu era a chata de serviço, claro.
Hoje em dia, que já caminhamos as duas para velhotas, cada uma já com os seus próprios filhos, continua tudo na mesma. Já não nos damos que nem cão e gato... isso passou há uns anos, mas continuo sempre a ser a chata de serviço...
E o que é que isto quer dizer? Quem é "a chata de serviço"? A mãe claro...
Trata-me como se fosse a minha filha adolescente... Adora-me, sei que me adora como eu a adoro a ela... mas não consegue tratar-me de outra maneira, é ridículo. Está sempre a provocar-me, não perde ocasião de criticar/gozar com a minha roupa, a música de que gosto, com o que faço ou deixo de fazer com o meu tempo livre, a maneira como educo o meu filho, enfim... coisas que não a vejo fazer com mais ninguém (a não ser eventualmente com a "nossa mãe" LOL), sei portanto que não "é" assim... Se está em baixo, mesmo em baixo, aceita eventualmente a minha ajuda, mal levanta um bocadinho a cabeça já não me quer por perto. Tipicamente uma adolescente que não quer que a mamã se meta na vida dela. E notem que eu não tento, cruzes canhoto que nem me passaria pela cabeça despoletar a ira da besta... como se costuma dizer "cada um sabe de si e Deus de todos"...

Mas não é só ela... todos os "meus filhos" se acham no direito de me chatear, de me criticar, de se meterem comigo, mesmo quando não estou com disposição para isso, mesmo quando não o mereço, mesmo quando é injusto... só porque amor de mãe é incondicional, porque sabem que sairão completamente impunes do processo, que não me irei nunca chatear com eles por causa disso. Há dias de "embora chatear a Cristina"... começam numa ponta e acabam na outra, mesmo quando já não dou uma para a caixa, que nem putos desenfreados em dia de festa.

Todos sabemos como os miúdos são "ingratos", digo isto sem qualquer maldade, mas um puto está-se nas tintas para o sacrifício que fizemos para lhe comprar uma prenda ou para o pouco ou nada que dormimos para ficar à cabeceira deles quando estão doentes. Isso doí-nos mas compreendemos, sabemos que é assim. Quando tratamos "maternalmente" a pessoa com quem vivemos, como tenho feito tantas e tantas vezes, temos o mesmo tratamento, a mesma falta de reconhecimento, de agradecimento, de consideração, tudo lhes é devido. Não há palmadinhas nas costas, não há obrigados, não há louvores... só que desta vez não compreendemos.

Ou seja, tenho de facto "sido mãe" de muita gente e se calhar não devia. Nunca o fiz por mal mas pergunto-me se de facto isso alguma vez ajudou alguém.

Mais um assunto para pensar...
E para virem agora todos aqui aos comentários chamar-me mamã e gozar mais uma vez com a minha cara seus ##!!&#$
LOL