terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Último post de 2010

COM MÚSICA




Tipicamente, nesta altura do ano, olhamos para trás e fazemos um balanço...
o meu deixou-me sem grande disposição ou inspiração para escrever.

Não querendo no entanto deixar-vos sem nada para ler esta semana, remeto-vos então para um dos primeiros posts deste blog.

Desejo a todos um excelente ano de 2011!







"[…] And you start to accept your loss with your head up and eyes straight ahead, with the grace of a grown-up, not the sadness of a child.[...]"

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Palmadinhas nas costas…

COM MÚSICA



Aqueles de nós que não tiveram a sorte de nascer perfeitos e disso têm consciência, irão passar a vida numa luta constante contra as suas imperfeições, na tentativa de se tornarem pessoas melhores. ;)

Irão ganhar umas batalhas e perder outras, faz parte.
Algumas serão vitórias privadas, coisas que só a si dizem respeito. Outras terão a ver com a sua forma de se relacionar com os outros.
Curiosamente, estas poucas vezes são reconhecidas ou louvadas por terceiros.

Quando conhecemos alguém, mal ou bem tiramos-lhe as medidas. Conforme o tempo vai passando, raramente nos lembramos de fazer uma reavaliação. As pessoas tendem a ficar ad eternum com os carimbos que lhes foram impressos. 
Tanta gente tem a fama sem já ter o proveito…

Mudar custa, livrarmo-nos de hábitos, de traços de carácter, que identificamos e assumimos como prejudiciais, não é fácil, requer esforço.
O reconhecimento desse esforço, e eventual resultado positivo, por parte de terceiros tem um gostinho a recompensa. Este não é obrigatório, não é necessário, cada um terá certamente consciência da sua evolução, mas sabe bem.

Por outro lado, é ele que valida a opção que fizemos, a mudança que decidimos abraçar. É ele que nos confirma que esta foi positiva e apreciada.
É também um incentivo para continuarmos, não só a enfrentar novas lutas mas, sobretudo, a manter aquilo que já conseguimos alcançar. 
Se o nosso esforço não parecer surtir efeito, facilmente cairemos na tentação de deixar de o fazer, o que poderá ter como resultado uma regressão. Como toda a gente sabe os maus hábitos são muito mais fáceis de ganhar.

Temos o hábito de reclamar; quem não utilizou já os livros postos á sua disposição para esse efeito em estabelecimentos públicos?!
Mas quantos pensam sequer em elogiar algo que lhes agradou?
Qualquer pessoa, com um mínimo de à vontade a nosso respeito, nos apontará falhas com a maior das facilidades. Quantas terão por hábito enaltecer as nossas qualidades, sobretudo as recém adquiridas?

Mais grave ainda, quantos as vêm sequer, quantos dão por elas?
Os pontos desagradáveis são notados, são tidos em conta… as melhorias passam aparentemente frequentemente despercebidas.

Cada um de nós ganha rótulos que se lhe agarram ao corpo que nem etiqueta de supermercado, dificilmente nos livramos deles.
Se mudarmos de óculos, de corte de cabelo, de estilo de vestir, se fizermos um esforço por nos tornarmos mais agradáveis à vista… toda a gente repara, toda a gente acha por bem comentar.  
Se limarmos umas arestas da nossa personalidade e nos tornarmos pessoas mais sociáveis, de trato mais fácil, a maior parte nem sequer vai dar por isso e menos ainda comenta-lo connosco.

Abram os olhos e dêem umas palmadinhas nas costas de quem o merece. ;)


“The only man I know who behaves sensibly is my tailor; he takes my measurements anew each time he sees me. The rest go on with their old measurements and expect me to fit them.”
George Bernard Shaw



PS: Este vai dedicado a um Schtroumpf Grognon do meu coração que tem, a meu ver, feito um percurso de tal forma impressionante, que já pouco parece ter a ver com a pessoa que conheci. Quem disse que burro velho não aprende línguas?! ;)


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

HaHaHa

COM MÚSICA


No outro dia, o meu filho acusou-me de ser má.
Disse que eu era má para os animais, por causa dos brinquedos que lhes tinha arranjado recentemente. Quando soube a razão da minha maldade fiquei muito mais descansada… ;)

Comprei para a nossa cadela, que destrói tudo quanto é bola que apanhe, uma bola de ténis gigante, que ela simplesmente não consegue morder. Fica doida a tentar abocanha-la sem qualquer sucesso e perante a impossibilidade acaba por brincar como o fazem os gatos, à patada. É hilariante.
Para os bichanos construi um brinquedo, uma caixa de madeira com tampa de acrílico, onde fiz dois buracos. Lá dentro meti umas bolas. É vê-los doidos a tentar tira-las de lá.

É verdade, sou um bocado traquinas, mas o pior que faço é dar-lhes uns piparotes na dignidade, nada de realmente grave… entre a traquinice e a maldade vai uma grande distancia.

Acontece que acredito que o riso seja profiláctico… já diziam as Selecções do Reader’s Digest, que “rir é o melhor remédio”.

Desde que me lembro de ser gente que sempre vivi rodeada de humor, há famílias assim, não sei viver de outra forma, está-me no sangue. Bocas, piadas, partidas e brincadeiras sempre fizeram parte do meu dia a dia, tanto nos momentos bons como até ás vezes nos maus. Sempre que penso no meu pai, vejo-o com um sorriso malandro nos lábios, com ar de quem "já a fez ou está para a fazer", era assim que ele era. ;)

O simples esboçar de um sorriso tem o mesmo efeito que a válvula de escape de uma panela de pressão. Há situações em que nos perguntam “ e tu ris-te?!”… mais vale rir do que chorar, o que ás vezes é a alternativa. Se é verdade que acredito que o choro também possa ser libertador, tendo escolha, prefiro sempre a primeira opção.
Rir a bandeiras despregadas, rir até temer fazer xixi nas calças, pode ter efeitos semelhantes aos de um orgasmo. Partilhar o riso com alguém, partilhar boa disposição, é um acto de empatia, de cumplicidade,  que deixa um calorzinho bom.

Considero o sentido de humor uma das características mais importantes do ser humano, sem o qual a vida seria muito enfadonha. A sua perda é para mim um muito grave sinal de alarme.

Podemos utiliza-lo em qualquer situação, em qualquer modalidade, tanto com amigos como com perfeitos desconhecidos. O humor, para quem o partilha, faz baixar a guarda, relaxar, sentir-nos em sintonia.

Tal como tantas outras coisas, tem evidentemente de ser acompanhado de bom senso e sentido da oportunidade. Há sem dúvida anedotas sem graça, piadas despropositadas, brincadeiras de mau gosto.
É também um bocado como usar chapéu, há quem saiba e quem não saiba (que é o meu caso… lol) e quem não sabe sente-se, e fica efectivamente, mal com eles enfiados na cabeça. Não há dúvida que só devemos praticar aquilo com que nos sentimos confortáveis.

Há uma cena que adoro, no “Casamento do meu melhor amigo”, em que a Júlia Roberts, muito bitch, “obriga” a Cameron Diaz, que disso tem pavor, a cantar um Karaoke.
A desgraçada fica para morrer, mas vejam como acaba a cena, quando se dá conta de que afinal o embaraço não é fatal. ;)



Há infelizmente (para eles) muita gente que padece da sua falta, pessoas que se levam demasiado a sério, que têm um terrível medo do ridículo, que não sabem rir de si próprias. Tal como disse um tal de George Saintsbury, ilustre escritor de que nunca tinha ouvido falar (lol); “Nothing is more curious than the almost savage hostility that humor excites in those who lack it. “

Rir só me parece trazer benefícios, não conheço ninguém que se tenha prejudicado por ser bem disposto. Se a vida for levada demasiado a sério torna-se pesada, difícil de suportar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quem conta um conto…

COM MÚSICA



O ser humano comum fofoca… e quem nunca fofocou, que atire a primeira pedra. ;)
Por fofoca entenda-se falar de pessoas e assuntos que não lhe dizem obrigatoriamente respeito, basicamente, dar notícias e comentar a vida alheia.
Está-lhe na natureza, por alguma razão existem as malfadadas revistas da especialidade.

Uns fofocam sem dúvida mais do que outros, é certo mas, se há pessoas que raramente iniciam conversas sobre terceiros, não sei se existe algum ser que nunca nelas participe.

Aqueles vão-se separar, o outro vai casar, aquela teve uma criança, teve um acidente, cortou o cabelo, inscreveu-se no curso tal, mudou de casa, adoptou um cão, pintou o tecto de beige… lol
A curiosidade é uma das características do homem e a conversa também.

Não havendo tempo suficiente na vida para aprender tudo com a experiência, a dos outros pode eventualmente ajudar-nos. Através da observação e análise daquilo que consideramos ser os seus erros poderemos evitar comete-los nós próprios. O contrário também sendo evidentemente válido e parecendo-me legítimo “copiarmos” comportamentos que pareçam trazer bons resultados.

A conversa sobre a vida alheia pode também ser valiosa como exemplo para discutir ideias. Muitas pessoas têm pudor em falar de si próprias mas, distanciando-se, conseguem argumentar teorias que poderão ser de alguma utilidade.

A experiência dos outros poderá também servir de alerta para determinado tipo de situações. Pode ajudar-nos a protegermo-nos e/ou ensinar-nos como lidar com acidentes, doenças, agressões, falcatruas, etc…

Mas, frequentemente convenhamos, serve simplesmente para se praticar aquele desporto chamado “corte e costura”… ;)
Desde que não seja feito com malícia, que não se inventem mentiras ou sejam devassados assuntos confidenciais ou íntimos, não vejo grande problema nisso.

Há no entanto um grande perigo…
Como se costuma dizer; “quem conta um conto, acrescenta um ponto”.
E se alguns falam exclusivamente daquilo que sabem, deixam claro que estão a dar uma opinião pessoal ou frisam que foi simplesmente o que ouviram dizer, outros há que extrapolam sem qualquer pudor.

Há quem acrescente o tal ponto, para dar colorido à história.
Quem tenha a presunção de conhecer os outros ao ponto de saber o que lhes vai na cabeça, de lhes atribuir pensamentos, intenções.
Quem permita que julgamentos de valor sufoquem qualquer isenção no que está a reportar.
Quem tenha uma imaginação fértil e tire ilações com demasiada leviandade.
Qualquer uma destas coisas pode facilmente levar à calúnia e à difamação...


Quem fala dos outros deveria fazê-lo com bom senso, justiça, critério e contenção, exactamente como gostaria que fizessem a seu respeito, pois suponho que ninguém seja ingénuo ao ponto de julgar que não falam também de si. ;)