segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cães e Gatos

COM MÚSICA


“Ó mãe, gostas mais de cães ou de gatos? Eu gosto mais de gatos… em vez de berrarem ão, dizem miau baixinho…”

Eu também gosto mais de gatos… gosto mais de gatos porque me identifico mais com eles. Não me entendam mal, adoro cães também… mas sinto definitivamente muito mais admiração e respeito pela raça felina…
Não são melhores, nem piores, são diferentes (como dizia a minha professora de História da Arte…).


A realidade é que chego à conclusão que as pessoas também têm tendencialmente mais feitio de cão ou de gato…
E os que têm feitio de cão provavelmente nunca hão de compreender os outros… e vice-versa.


Os gatos têm sido apelidados de ingratos, de falsos, de traiçoeiros, acusados de não interagirem, de não se afeiçoarem ás pessoas… quem diz isto nitidamente nunca conviveu com um gato.
Ou então teve uma má experiência, há gatos cretinos, de facto. Como há cães cretinos e pessoas cretinas…


A principal razão por que gosto de gatos é por serem bichos independentes.
Independentes, atenção, não “ingratos”.
São também uns sobreviventes.
Se um gato for abandonado (como é que alguém tem coragem de abandonar um animal já é outra história…) provavelmente sobrevive. Mesmo que nunca tenha caçado, aprende. Arranja abrigo nos sítios mais incríveis. Lava-se.
Quem não viu já um cão esquelético, à chuva na rua, coberto de porcaria?

Da mesma forma há pessoas totalmente “dependentes” umas das outras, em vários sentidos. Há pessoas que não conseguem viver sem que a sua felicidade dependa de estar com alguém.
Que se forem abandonadas se deixam “morrer”, se encolhem em self pitty, até que outra alminha caridosa, outro dono, as acolha e tome conta delas.
Outros, por outro lado, arregaçam as mangas e vão à luta. Fazem o que for preciso para tentar cair sempre sobre as patas. E se alguém lhes abrir a porta, entram e agradecem.


Os gatos são territoriais… pois são.
Os gatos têm a vida deles, da qual nós simplesmente fazemos parte… nós não somos donos, somos companheiros, partilhamos a vida uns dos outros.
Um cão prefere acompanhar o dono, nem que isso implique ficar uns tempos fechado no carro, o que odeiam por sinal, do que ficar em casa.
Levar um gato atrás de nós seria uma maldade… os gatos demoram sempre algum tempo a habituarem-se aos sítios, a reconhecer o terreno, antes de se sentirem confortáveis.
Logo os cães fazem mais companhia… fora de casa, nas andanças, sem dúvida. Vão para onde os levamos e aguentam-se, seja um sítio agradável ou não.

Há pessoas que, mesmo que vivam em casal, têm a sua vida. O seu trabalho, os seus amigos, os seus hobbys, os seus interesses. Estão instalados num determinado território que define as suas vidas. Mudar de território implica ter de cheirar as redondezas todas outra vez e ir largando uma mija que outra. Dá um trabalhão, é bom que seja por uma boa causa.
Outros seguem “o outro” para onde quer que vá. O que interessa não é o que fazem, com quem se dão, onde estão. O que interessa é que estão com o outro. Podem estar infelizes, podem sentir-se deslocados, frustrados, mas estão com o outro. Acompanharam o dono.


Os gatos são falsos e traiçoeiros… esta é talvez a pior das calúnias.
Traiçoeiros uma gaita! Não baixam é as calcinhas para… enfim.
Quantos cães não são maltratados pelos donos e vão logo a seguir lamber-lhes as botas.
Tentem maltratar ou ser injustos com um gato… tentem que quero ver… a coisa não corre da mesma maneira, garanto-vos.
Uma vez dei uma sapatada a uma gata quando tinha sido o outro a fazer a asneira (descobri eu mais tarde… ups), não “me falou” durante uma semana. De cada vez que lhe tentava dar festas fugia. Quando falava com ela virava-me as costas e só percebia que me estava a ouvir porque ia abanando as orelhas na direcção do som.

Da mesma forma há mulheres que levam porrada dos maridos e acreditam que é porque merecem. Outras que ao primeiro estalo lhes fazem muito bem perceber que foi também o último.
Há pessoas que aturam atitudes inacreditáveis dos outros, limitando-se a encolher os ombros e a perguntar-se “o que ei eu de fazer”? Esta atitude repete-se ao ponto dos outros, a certa altura, acreditarem que podem, que não há de facto limites.
Outras dizem “não”, recusam-se, fazem frente, fazem ver aos outros que são gente e que não podem ser tratadas dessa maneira.
E olhem que já não estou a falar em levar porrada. Há pessoas que têm uma falta de respeito, de consideração, de compaixão pelo próximo que brada aos céus.


Os cães comunicam melhor connosco; “Ai a minha Mimi só lhe falta falar…”
Pois que os gatos também falam, falam é de maneira diferente, falam-nos mais por “telepatia” do que por sinais exteriores como ladrar, dar a pata ou abanar o rabo…
Mas olhem que têm muito boa voz também e sabem ser bastante óbvios… haviam de ver o meu gato quando me atraso na hora da ração, a miar desalmadamente à volta da minha cadeira até que levante o rabo e o vá servir. Não pede, exige, é um facto. Mas também, exige o que eu me comprometi a dar-lhe ao acolhê-lo debaixo do meu tecto, acho justo.

Pois, também aqui encontramos paralelos…
Há gente que ladra muito mas não é por isso que se faz melhor compreender.
Ás vezes as coisas mais importantes não são ditas, são sentidas…
As empatias, o amor, as amizades… já dizia o outro “palavras para quê?”
Não quer dizer que não se dê uma miadela de vez em quando… quando é mesmo necessário, quando se quer mesmo fazer ver o seu ponto de vista ou quando não estão a cumprir com “o contrato” implícito num relacionamento, seja de que tipo for.
E estes não passam só pelo que se diz mas também muito pelo que se sente, pelo que se sabe sem necessidade de comunicação.



Não se afeiçoam?! Que ideia…
Quem tem gatos habitua-se aquela discreta presença constante que nos segue por todas a divisões da casa e se nos roça nas pernas.
Se os deixarmos é connosco que dormem.
Onde estamos eles estão. Desde que tenham um sítio confortável para poisarem, claro está… lol
O ronron de um gato é sentido quase como uma recompensa, um gato não ronrona com qualquer um.
Não têm é necessidade de estar constantemente “em cima de nós”, têm os seus momentos a solo, não dependem de nós para ser felizes.

Da mesma forma há pessoas que só estão felizes “em cima” dos outros, a fazer as mesmas coisas, partilhando todos os momentos. Sentem as actividades independentes como sendo traição. Não se afastam, não não se separam, não têm vida própria.
Outras sentem que há lugar para tudo.
Para fazer coisas juntos ou separados, para estar próximo ou mais afastado.
Que há momentos que se quer partilhar e outros nem por isso.
Que ás vezes se pede ajuda porque se está mal ou mais fragilizado e se precisa de mimo e de atenção e outras em que se prefere lamber as feridas sozinho ou isolar-se porque se precisa de espaço.
Que não é obrigatório gostar das mesmas coisas, nem fazer as mesmas coisas, nem ter os mesmos amigos.
Que de vez em quando cada um pode ir à sua vida…


Podia estar agora aqui a noite toda a falar das diferenças entre cães e gatos (mentirinha… não podia nada que amanhã tenho de acordar cedo para levar o puto à escola!) mas acho que já perceberam o que queria dizer.

Há uma anedota de que gosto muito:
O cão pensa; o meu dono dá-me abrigo, uma cama confortável, leva-me à rua, alimenta-me, brinca comigo, faz-me festas… deve ser um Deus!!!
O gato pensa: o meu dono dá-me abrigo, uma cama confortável, limpa a minha caixa de areia, alimenta-me, brinca comigo, faz-me festas… devo ser um Deus!!!

É tudo uma questão de amor próprio ; )




segunda-feira, 17 de novembro de 2008

As Manas e o Sr. Dr. - ou - As iludências aparudem

COM MÚSICA

A internet em geral e o “monstro das quase três mil cabeças” em particular têm-me proporcionado verdadeiras lições de vida.
Não vou voltar agora a fazer a apologia da Net porque passei por lá recentemente… mas não deixo de me maravilhar com as verdadeiras pérolas que tem trazido à minha vida.

Tirei dela, recentemente, uma grande lição.
Dir-me-ão que é um lugar comum… uma verdade de Lapalisse… uma evidência…
Pois que para mim não era… em teoria talvez, mas não na pratica.

Na network da qual sou mulher a dias tenho conhecido e mantido contacto com muita gente.
Houve no entanto dois casos caricatos…

As manas


As manas, como o nome o indica, são irmãs… duas… ambas inscritas no site…
As manas são impecáveis!
Na realidade em vários sentidos…
As manas estão sempre impecáveis!
Bem educadas, bem arranjadas , bem cheirosas…
Dão ares daquelas meninas “spé amigas da mãe, que têm montes de pusseiras e adoram cavalos, sei lá…”
Não que alguma vez as tenha despido com os olhos, longe de mim tal ideia, juro, mas imagino-as sempre de lingerie escolhida a dedo, impecável, o sutiã a condizer com as cuecas…
Por fora, saltos altos, óculos escuros de marca, “tennue” sempre imaculada.
Visualizo-as a trocar receitas da avó Mariquinhas ou a discutir marcas de tinta para o cabelo e o melhor sítio para fazer depilação definitiva… a pôr na lista de casamento aquele serviço liiiiiindo de morrer da Vista Alegre… a sair com os piquenos ao fim de semana.


O Senhor Doutor



O Sr. Dr. tem um ar imponente!!!
Por detrás da sua secretária, com a sua camisa azul e a sua gravata, também todo ele muito arranjadinho…num escritório clássico, muito british, com um ar sério e profissional.
A ele imagina-lo-ia num barco (a motor, claro está…) na Marina.
A jogar golfe algures.
Em almoços de negócios em restaurantes da moda, onde pudesse fumar o seu charuto enquanto apreciava um bom vinho.
Imaginava-o com uma namorada lindaaa de morrer, boa cumó milho, da idade da filha mais velha… a alegria dos convívios gastronómicos que faria com os amigos e colegas na sua casa de fim de semana.
Um VIP, basicamente… lol

Estou a caricaturar… e não cheguei a pensar nada disto, fiz estes “filmes” agora para efeitos do post. Envolvemo-nos (salve seja) demasiado rapidamente para que houvesse tempo para este tipo de medições… a net…
A realidade é que, tivessemo-nos nós conhecido noutras circunstâncias, directamente ao vivo e a cores, que provavelmente não teria dado a qualquer um deles o benefício da dúvida.
Ou melhor… o que quero dizer é que se me cruzasse com qualquer um deles na rua, se estivessem a comer na mesa ao lado no restaurante, provávelmente não haveria sequer troca de olhares, qualquer sensação de empatia.

Ok, pintei uns cenários um bocado exagerados (a bem do comic relief) mas a realidade é que assim à primeira vista, nenhum deles tem nada a ver comigo… Eu cá sou mais cuequinha de algodão e barco à vela…
Se não nos dermos ao trabalho de ver para além das aparências, o ar impecável das manas pode ser fácilmente confundido com futilidade e o do Sr. Dr. com altivez…

O que eu teria perdido!!!
Em qualquer dos casos me deparei com pessoas inteligentes, integras, sensatas, simples, acessíveis, calorosas, bem dispostas, divertidas… e sobretudo, que têm MUITO a ver comigo!!!

Não vou dizer que somos amigos... os laços de amizade não se constroem assim do pé para a mão, mas que temos grande potencial… sem dúvida. No que depender de mim vai haver um grande empenho nisso, porque vale sem qualquer dúvida a pena…
Há uma evidente empatia entre nós, admiração de parte a parte, concordância de ideias e de princípios, boa onda…

Na realidade o Sr. Dr. pelos vistos nem sequer fuma (lindo menino!) e aposto que as manas volta não volta andam com a depilação por fazer (shame on them!)… lol

Por outro lado… quem me tenha conhecido no "baile de mascaras do Wonderbra"...

quem descobrir que moro numa Rua com o meu apelido…



ou a raça da minha cãzinha…
o que irá… assim à primeira vista… pensar de mim?!

O meu Tótó anda a atirar santolas das falésias, for God's Sake!!!
Querem mais patético do que isso?! ; )

Esta “lição” ensinou-me, na pratica, a abrir horizontes… a não ver a diferença como um impeditivo… porque somos sem dúvida muito diferentes… mas diferentes em coisas que não são as que nos definem como seres humanos, as que cimentam as amizades.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Pré-alíviem-se

COM MÚSICA

Já todos nós ouvimos, quanto mais não seja em filmes, o choro do recém-nascido acabado de chegar ao mundo.
Não consigo sequer imaginar o sofrimento, a violência que seja nascer.


A partir daí a vida é uma sucessão de prazer e dôr… um electrocardiograma até ao fim.
Como dizia o saudoso Herman “a vida é como os interruptores, umas vezes para cima, outras vezes para baixo…” ; )

É utópico pensar que se consiga passar pela vida sem sofrimento, sem problemas, sem tristezas… podem ser maiores ou menores, mais ou menos frequentes, mas virão sempre ao nosso encontro, quer queiramos quer não.

Infelizmente, tenho a sensação de que o ser humano lhes dá muito mais importância do que aos momentos em que está de facto “bem”.

Ora pensem no que sentem quando estão com dores e o analgésico começa a fazer efeito, quando conseguem finalmente resolver algum stress de trabalho, quando chega o fim dos conflitos numa separação, quando voltam a poder usar um membro que por alguma razão esteve imobilizado…
É nessas alturas que damos realmente valor ao nosso bem estar.
Temos viva na memória a dôr, o sofrimento e agradecemos o seu alívio.

Quando está tudo bem, muitas vezes nem nos damos conta de que estamos de facto bem. Tendêncialmente só damos valor ás coisas quando as perdemos.

Ora não tem de ser assim… podemos “forçar” um pré-alívio.
Podemos impor-nos a consciência do nosso bem estar, por forma a podermos goza-lo em pleno.
Os momentos em que estamos bem não passam de antecâmaras dos momentos em que vamos, obrigatoriamente, por qualquer razão, estar mal. Se os aproveitarmos completamente estaremos emocionalmente muito mais fortes para encarar as adversidades da vida.

Se estivermos constantemente conscientes da inevitabilidade destas, de que é só uma questão de tempo, de que mais tarde ou mais cedo alguma coisa nos há de “cair em cima”, porque simplesmente é assim que as coisas funcionam, porque a vida não é um mar de rosas, então poderemos aproveitar os bons momentos com o mesmo “alívio” com que os aproveitamos no “pós-tempestade”.

O mundo não é um lugar seguro… há doenças por aí à espreita, acidentes, incidentes… Nunca sabemos quando nos vão apanhar de surpresa, a nós ou áqueles de quem gostamos o que, no que nos diz respeito, vai dar ao mesmo.

Não sei se conhecem aquele video (mandaram-mo por mail mas não consegui encontra-lo no Youtube) do cego que está a pedir na rua. Ninguém lhe dá nada. Um tipo com ar de executivo (provávelmente de marketing… lol) passa por ele, pára e escreve-lhe qualquer coisa no cartaz. A partir daí as pessoas começam a atirar-lhe moedas para a lata…
No cartaz ele escreveu: “Está um dia lindo e eu não posso vê-lo…”

Nós, que o podemos fazer, muitas vezes nem sequer o apreciamos…
Se estivermos atentos aos pequenos prazeres da vida, ás coisas boas que temos, enquanto as temos, se as soubermos apreciar, se lhes soubermos dar valor, seremos garantidamente muito mais felizes.

Para isso ajuda olharmos à nossa volta… termos consciência daquilo que temos e muitos não têm, como é o caso da visão no meu exemplo.
Há tanta coisa horrível por aí… situações das quais não estamos livres… os “acidentes” não acontecem só aos outros… Todos nós já fomos confrontados com a dôr, física ou psicológica… e muito provavelmente voltaremos a sê-lo repetidamente até ao fim dos nossos dias. Aproveitemos então ao máximo todos os momentos em que isso não acontece.


This one is for you, Blondie ;)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

The dark side

COM MÚSICA


Luke, I am your father…



lolololololololol


Não, agora a sério… lol
Este vai ser um post a cascar… sim, que convém pôr uns pontos nos iis…
Últimamente várias pessoas me encaram como se fosse uma espécie de santinha.
As próprias coisas que digo aqui, possivelmente, transmitirão essa impressão.
Pois desenganem-se…


Santa, só se for de pau carunchoso!




he, he ; )

Não, não é por um qualquer tipo de prazer masoquista que tenho intenções de me ir já de seguida denegrir aos vossos olhos… lol
Acho no entanto importante, por forma a conseguir transmitir a “mensagem” que gostava de passar, que pelo menos os meus leitores mais assíduos mas menos íntimos, tenham a noção de que sou sem qualquer sombra de dúvida uma pessoa como outra qualquer.
Tenho os meus defeitos e as minhas qualidades, como toda a gente.

Dado que as nossas “qualidades” são, na minha opinião, o que nos ajuda a seguir um “bom caminho” é delas que costumo falar.
Talvez seja isso que faça com que as pessoas olhem para mim como se fosse uma espécie de freak…
Parece-me no entanto muito importante também realçar os meus defeitos.
Se as pessoas acharem que sou uma anormal, vão achar que o que digo não se lhes aplica, como se fosse uma coisa inatingível, como se não estivesse ao alcance de qualquer um de nós ser aquilo a que costumo chamar “boa pessoa” e ser feliz…

Tomem lá então ; )

Começo por ser uma pessoa muito pouco humilde.
As coisas que digo neste blog, acredito nelas de corpo e alma.
Não estou a falar das opiniões que podem ir mudando com o tempo, refiro-me ao âmago do blog, á razão profunda do seu ser.
Acho portanto que descobri a pólvora e que se toda a gente pensasse como eu o mundo seria um sítio muito mais simpático e agradável.
Presunção e água benta…

E por falar em acreditar, confesso que tenho uma certa aversão ás religiões em geral. Ou talvez devesse dizer antes ás práticas religiosas, não sei bem…
Não me entendam mal, tenho-lhes o maior respeito.
A realidade é que acho certas coisas perfeitamente incongruentes.
Para exemplificar o que quero dizer com isto, vou dar um único exemplo, sempre na preocupação de não vos entediar, deixando no entanto bem claro que haveria muitos mais a fornecer.
Os budistas não matam bichinhos… quaisquer bichinhos…
Ora quem não assistiu já à cena patética de um budista convicto a tentar convencer outra pessoa a ir pôr DumDum no quarto dos meninos, por forma a que não seja ele o assassino?!
Balelas… estas coisas tiram-me do sério…
Não ter crianças devoradas pelas melgas no dia seguinte parece-me um acto de muito maior bondade do que poupar a vida a meia dúzia de micro-vampiras.
Acho que todas as religiões têm os seus bons princípios e que podemos muito bem retirar-lhes o sumo e agirmos conforme a nossa consciência, se temos cérebro é para lhe dar uso.

E por falar em cérebro… tenho baixíssima tolerância a quem não o usa.
Ou melhor, a quem o usa abaixo das suas capacidades.
Se uma pessoa é loira, é loira… paciência… (desculpem loiras, mas é um clássico…lol) não se pode pedir a um 2CV que ande a duzentos à hora ou que suba falésias.
Agora aquelas pessoas que foram abençoadas pela sorte e não aproveitam as capacidades que têm… grrrrrr… tiram-me do sério.
Pessoas saudáveis, cultas, bem parecidas, com dois dedos de testa, que andam por aí aos caídos a queixar-se constantemente da vida porca e miserável que levam, sem nunca fazer nada para a mudar…
Simplesmente não tenho paciência. Já dei.

E por falar em paciência, contráriamente ao que alguns parecem julgar, para muitas coisas também tenho o pavio curto.
O exemplo mais flagrante é o trânsito, em que se alguém faz uma daquelas habilidades artísticas que nos tiram do sério, não hesito em atribuir-lhe nomes que não posso mencionar aqui, sob pena de receber um daqueles mails a letra vermelha…
Só para vos dar uma ideia, para minha grande vergonha, no outro dia o meu filho perguntou-me:
“Mãe, posso dizer um palavrão só para te explicar uma coisa?!”
“Que palavrão?”
“Um daqueles que tu dizes no carro quando alguém guia mal…”

E por falar em pavio curto, sou também absolutamente implacável com as pessoas de quem gosto.
Os idiotas, os cretinos, não me fazem mossa.
Mas ai de alguém que considere amigo que me faça o que eu considere uma filharameirice… lol
Não estou a falar naqueles erros que todos nós cometemos uns com os outros. Estou a falar de atitudes conscientes ,voluntárias e egoístas, em que alguém ultrapasse todos limites do estar-se a cagar para o próximo. (pronto, já vou comer com o tal mail… ; )
O meu sentido de justiça apuradíssimo lol impede-me de rélévar (como dizem os amigos brazucas) com facilidade e muito difícilmente essa pessoa conseguirá alguma vez recuperar a minha confiança e apego.

Enfim… esta lista não é exaustiva. Poderia estar aqui mais umas horitas a falar… mas acho que já chega para provar que de santa não tenho nada.
E tal como eu, todos vocês terão os seus bugs.
Mas que isso não vos impeça de continuar a fazer por serem felizes e melhores pessoas.