sábado, 25 de outubro de 2008

Domando a fera…

COM MÚSICA

É tanta a minha preocupação em não vos dar seca, em não escrever posts demasiado longos … que acabei por me dar conta de que o último, não só acabou por se tornar meio “telegráfico”, como passou um bocado ao lado do objectivo.

Volto então a pegar no mesmo tema a ver se, desta vez, me consigo fazer compreender.
O bicho homem não me parece, por natureza, muito boa rez… Basta olhar para os actos desumanos, as atrocidades que é capaz de cometer.
Visto que não é o tema deste post não me vou atardar, mas pensem só na pedofilia, nas experiências tanto em animais como em humanos, no esclavagismo, na tortura, nos maus tratos que é capaz de inflingir, nos animais esfolados vivos, nas mulheres apedrejadas, nas crianças espancadas, nos genocídios, nos abusos sexuais, no trabalho infantil, nos abandonos… acho que vou parar por aqui… :(


Dá a sensação que somos tendencialmente, insensíveis, intolerantes, egoístas, egocêntricos, agressivos…
A atitude das pessoas funciona um bocado por acção/reacção.
Já praticamente todos nós tivemos, por exemplo, a experiência de fazer uma viagem em que um membro do grupo entra numa má onda e ao fim de uns tempos o ambiente se torna insuportável.
Se um cão vos rosnar, seja por que razão for, a vontade que têm não é propriamente de lhe dar festas.
Ora, da mesma maneira que se domam feras, também podemos domar estas atitudes negativas que temos na vida, por forma a melhorar o ambiente entre seres humanos. Para que não sejam elas a levar a melhor sobre as nossas vidas.


Não estou a falar das atrocidades que mencionei acima, isso seria tema para outro post, refiro-me a pequenas coisas do dia a dia…
Vou dar três exemplos do que quero dizer para exemplificar melhor.

No outro dia telefonaram-me da PT a tentar impingir-me um serviço que ainda por cima eu já tenho instalado.
São sem qualquer sombra de dúvida muito irritantes estes telefonemas, como o são os SMS com publicidade ou os emails de spam, que nos entram pela vida a dentro sem serem convidados.
Despachei o telefonema e, quando desliguei, a pessoa que estava ao meu lado comentou: “És tão simpática, havias de ver como eu lhes respondo…”
Não disse nada na altura, mas fiquei a remoer a questão.
Imagino a quantidade de pessoas desagradáveis, agressivas, mal educadas… que estes desgraçados devem apanhar durante um dia de trabalho.
Imagino-os a rezar de manhã para não acertarem em muita gente mesmo bera nesse dia. A perguntarem que mal fizeram a Deus para terem de se sujeitar a um emprego desses em que, no melhor dos casos podem esperar não ser agredidas verbalmente.
Chiça, que trabalho ingrato… não queria nada estar na pele deles.
Se o meu telefonema puder ser um buraquinho nas nuvens, por onde possam sentir brevemente o calor do sol, já estou com certeza a aligeirar esta carga.
Se toda a gente conseguisse por-se no lugar deles e os tratasse com o respeito e consideração que qualquer pessoa merece á partida, se calhar o telemarketing tornava-se uma tarefa bastante menos deprimente.


No site de que sou mulher a dias, estive recentemente a “limpar” fotografias. Decidiu-se este verão por Sondagem que algumas deveriam ser eliminadas. Desde aí enviei vários mails a pedir ás pessoas para apagarem as fotos que não estavam conforme as novas regras. Escrevi manuais a explicar como o fazer, a dar alternativas para a sua divulgação, etc…
Enfim, apelos e mais apelos, mas a realidade é que no fim do prazo tive de ver mais de 3000 fotos e de apagar, uma a uma, mais de mil.
Meio na brincadeira, meio a sério, dei uma descasca num amigo meu, dizendo que estava muito triste, que estava à espera que pelo menos os meus amigos me tivessem passado cartão e fizessem o que tinha pedido.
O resultado foi, primeiro indignação por lhe ter apagado as fotos, depois uma atitude defensiva agressiva de “não sabia que não podiam lá estar”.
Não sabia porque, como tantos outros, não pensou por um segundo na desgraçada que ia perder horas e horas a tratar do assunto,enquanto que se cada um tratasse das suas perderia alguns segundos. Não sabia porque nem se deu ao trabalho de ler nada do que escrevi. Não sabia porque, sabendo perfeitamente que por trás daquele site, a limpar e a arrumar, está uma pessoa e não um qualquer dispositivo automático se esteve bem nas tintas.


Conheço uma pessoa que, volta não volta, envia mails escritos a vermelho ou roxo, em letras maiúsculas de tamanho garrafal.
Fa-lo quando sente indignação, revolta, reprovação relativamente a algum assunto.
Tanto podem ser comentários áqueles mails que todos nós recebemos de vez em quando, muitas vezes sobre atrocidades como as que descrevo no inicio deste post, ou que simplesmente demonstram a estupidez humana, como alguma coisa directamente relacionada com a pessoa a quem os manda.
Ditam as regras de etiqueta da net que utilizar maiúsculas num texto é “gritar”, utilizar maiúsculas em tamanho garrafal nem sei o que seja, e a vermelho então… Em qualquer caso e para todos os efeitos é uma atitude extremamente agressiva.
Que resultados se pode esperar obter com uma atitude dessas?
Será que por gritarmos muito as pessoas nos ouvem melhor?
Hoje em dia, quando recebo um desses mails já nem me dou ao trabalho de responder, vai directamente para o lixo, quer tenha a ver comigo ou não.
Sou sensível à argumentação, sou permeável a críticas, sou receptiva ao dialogo. Não aceito que gritem comigo.
Se muitas vezes até tem toda a razão no que diz, a forma como expõe as suas ideias fecha qualquer porta aberta a ouvi-las.


Qualquer uma das três pessoas de que falo acima é, na minha opinião, “boa pessoa”. São amigos, são sensíveis, são humanos, são queridos… Simplesmente não pensam sequer no incómodo, no mau estar que possam ás vezes estar a causar a terceiros.
“Faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti…”
Todos gostamos de ser tratados com respeito e consideração como tal, todos deveríamos ter a mesma atitude para com os outros.
Imagino qualquer um dos três na posição inversa. A receber o tipo de “tratamento” a que sujeitam os outros… caía o Carmo e a Trindade!!!

“You must be the change you want to see in the world”. - Gandhi

3 comentários:

  1. Hey You have blog really interesting and I enjoyed to read him.I have question to you, Im from Israel and I did to my blog of thing that calls a Google Adsense, that this says that/because I have little advertisements in the site and at any time that someone presses on them I earns some money. The problem is that in spite of that people enter my blog and read the same they completely don't press on the advertisements and I do not earn anything.i will be happy to hear your mind in the matter?

    My blog:

    http://talkback-israel.blogspot.com/

    yinon

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  2. Como diz o nosso amigo hebraico aqui em cima "You have blog really interesting".

    Há muitas formas de comunicar, e levaste logo com um exemplo nos teus comments. (It's me "chefe")

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  3. Ola,
    achei a comparaçao da falta de sensibilidade humana com os gajos da PT hilariante...sorry..
    Eu sei que nao tem graça nenhuma e sou completamente activista dos direitos dos animais e nem consigo ver certas fotos pq depois nem durmo..
    E a pedófilia é uma coisa tao absurda que até me custa a crer que haja tanta gente...e há!carradas!é só perverts!
    Mas lembro-me sempre de uma do Seinfeld em que lhe ligam da AT&T e ele responde " oh, hello! give your home nunber and I will call you later.."
    Eu nao sou malcriada nem grito com os PT´s , mas há anos que lhes peço para me ligarem para o escritorio e nao para minha casa as 8 da matina pq só tenho fixo para emergencias da minha filha e nao há semana que nao voltem a ligar para me fazer saltar da cama.
    Qto à gritaria..ás vezes grito um bocadinho com o meu namorado qdo me passo..mas com amigos acho que nunca gritei na vida..nem em mails!
    Acho que é dificil ser se paciente e simpatico..eu ando a ler o Eckart Tolle a acho que estou melhor...mas requer algum exercicio mental..
    bj cat

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