terça-feira, 16 de junho de 2009

A união faz a força.

COM MÚSICA

No nosso sitezinho conseguimos fazer ganhar um telhado a uma membra… juntámo-nos todos, votámos que nem uns doidos no site do concurso, mandámos mails aos nossos amigos… e em dois dias passámos praí de sexto para primeiro lugar, onde nos mantivemos heroicamente até ao fim da votação.
No nosso sitezinho proporcionámos um Natal aconchegadinho a uma velhota que vendia castanhas e rebuçados à porta do Liceu… juntámos uns trocos e comprámos-lhe umas coisas para a casa, uns bens de primeira necessidade, uns miminhos para a consoada.
Uma pessoa sozinha pode não conseguir grande coisa, mas quando nos juntamos movemos montanhas…

Para cima e para baixo, pessoal !!!
%&$##”!”##€ !!!

Passo a explicar àqueles que, não pertencendo à nata das natas, a uma elite fora de série, a um grupo de gente absolutamente excepcional, não podem inscrever-se no nosso selecto site (coitados…):
Pela segunda vez ( vou agendar uma consulta de psiquiatria…) resolvi abalançar-me à tarefa hercúlea de organizar um jantar para reunir a maralha toda.
Evidentemente que, mais uma vez , muitos dos meninos me dificultaram sensivelmente a tarefa.
Notem que não é nada que me surpreenda, a amostra do outro já me tinha aberto a pestana para a natureza de certos indivíduos. Desta vez já ia preparada para “o pior”… lol

Acontece que há dois tipos de pessoas, e o resto é conversa ; os que se põem no lugar dos outros e os que não conseguem tirar os olhos do seu próprio umbigo.


Notem que estes últimos não são forçosamente más pessoas… e acreditem que não estou a ser irónica, algumas das pessoas de quem mais gosto nesta vida (e eu não gosto de más pessoas, garanto) pertencem a esta categoria.
Acontece que antes de verem as “razões” dos outros - ás vezes diria mesmo que “em vez de” - vêm as suas próprias.

Eu cá, sou grande apologista do uso da balança…



Uso-a constantemente, para tudo na vida, o que inclui “os outros”… e frequentemente chego à conclusão de que um pequeno incómodo da minha parte, um pequeno esforço, um pequeno sacrifício, pode melhorar/facilitar sensivelmente a vida de outrem, muito mais do que prejudica-la a mim. Logo vale nitidamente a pena.

Os umbiguistas querem garantir a sua presença no jantar, caso lhes dê na telha comparecer. Tendo à sua disposição as hipóteses de “Vou”, “Talvez vá” e “Não vou”, inscrevem-se evidentemente na primeira, depois logo se vê.
Os solidários, não tendo a certeza de poder ir, inscrevem-se em “talvez”, deixam comentários a explicar a sua opção e informam que mal tenham certezas alterarão a sua escolha.

Os umbiguistas pensam que têm mês e meio para pagar, logo não se preocupam com o assunto, só o fazem, quando fazem, mesmo no finzinho do prazo.
Os solidários pensam que vai estar uma desgraçadinha a processar umas centenas largas de pagamentos, logo pagam o mais rápido possível para diluir o “sofrimento”. lol

Os umbiguistas acham que pagarem já não é nada mau, fazem portanto como bem lhes apetece, lêem as instruções na diagonal e fazem tudo ao contrário do que lhes foi pedido.
Os solidários cumprem tudo à risca, enviam mais informação do que a requisitada para o caso de isso poder ajudar e ainda agradecem por cima.

Os umbiguistas incomodam-se com os apelos, com os pedidos de compreensão.
Os solidários, por sua alta recreação, chamam a atenção aos outros, pedem a sua colaboração.

Os “infractores” não o fazem para chatear… não o fazem para lesar… não o fazem para atrapalhar… simplesmente porque nem sequer pensam em quem está do outro lado, logo não há qualquer “intenção”. Fazem-no basicamente porque se estão bem a cagar… essa é que é essa.

Conclusão…

Tendo o NIB sido posto à disposição nos primeiros dias de Maio e sendo o prazo limite 12 de Junho, no início desse mês só meia dúzia de macacos tinham ainda pago.
Como disse um amigo a quem me queixei; “quando dás um prazo a um advogado não podes esperar que ele não tenha a tentação de o esgotar”… pelos vistos não só os advogados.
Pois é amiguinhos, é um bom argumento, mas pensem só o que seria se os quinhentos caramelos pagassem todos no último dia…

Muitos houve que não enviaram, como pedido, o mail para que lhes pudesse fazer reply com a confirmação de reserva ou que deram ordens ao banco para que o fizesse e posteriormente reclamaram que ainda não tinham recebido a confirmação. Outros deram a indicação de um nome de titular da conta e a transferência apareceu em nome de uma pessoa totalmente diferente ou até de uma empresa. Alguns pagamentos, apesar de vários apelos, simplesmente não consigo identificar.
Houve inclusivamente quem reclamasse que lhe estava a dar muito trabalho para um pagamento de 30€…

Uma vez fechadas as inscrições/pagamentos, vários me vieram fazer o choradinho com justificações validíssimas para o facto de ainda não terem pago… meteram-se os feriados (nos últimos três dias do prazo…), o computador avariou (durante mês e meio…), não tinham acesso à net (mas subitamente arranjaram…), etc…
Mas sobretudo, isso é que foi a cerejinha no topo do bolo, dos quinhentos e poucos inscritos, no fim do prazo só cerca de trezentos tinham pago. Trezentos!!! Pouco mais de metade…

Esta malta, contrariamente aos casos do “Telhado da Nina” ou da “Miss das Castanhas”, não se juntou voluntariamente para me f… o juízo…



Mas o resultado foi o mesmo… a união (cada um por si… lol) fez a força.
Tive muito mais trabalho, muito mais stress, perdi muito mais tempo, do que teria sido necessário se cada um tivesse tido um bocadinho de consideração e respeito pelo esforço alheio.
São maus?! Não, não são… quando confrontados individualmente com os factos, quase todos reconhecem ter-se portado “menos bem” e geralmente pedem desculpas…
Continuam no entanto a tentar arranjar justificações esfarrapadas para tentar desculpar os seus actos ou a falta deles. Acho que são casos perdidos… ;)




Para a próxima pagam mais e vão chatear outro… lol


4 comentários:

  1. Ora aqui está uma lição para ler com atenção e pensar numa coisa muito complexa que é gerir pessoas, gerir grupos ou equipas.

    Já geri, já fui gerida. Fiz muitas asneiras. Quase sempre consegui que "a coisa" ficasse feita, dentro dos prazos-limite. Por vezes à custa do meu esforço individual, outras vezes também à pála do esforço exagerado que pedi a outras pessoas, por exigir delas que trabalhassem sob o stress de que "Eu" preciso para trabalhar. Mas também fui, muitas vezes, compreensiva com situações pessoais particulares.

    Na tua classificação, Cristina, sinto-me entre a nombrilista e a solidária . . . como acho que estarão muitas pessoas. As dicotomias ajudam a perceber o que se passa à nossa volta mas reduzem o complexo e variado leque de comportamentos a apenas dois comportamentos-tipo.

    Quanto a ti, Cristina, sei por experiência própria que estás no lado das pessoas solidárias.

    Enquanto gente colectiva, temos muito que aprender (eu tenho). Já a Vieira da Silva (creio que era ela) dizia que, individualmente os portugueses são pessoas fantásticas e colectivamente nem por isso.

    Beijos for you,

    Vera

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  2. O comentário supra é de: Vera Santana.

    Saíu semi-anónimo . . .

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  3. Olha... tinha deixado aqui um comentário de não "saiu"... lol

    Verinha, concedo, desta vez fiz uma que outra afirmação a preto & branco, o que não sou nada eu.
    Acredito que haja vários tons de cinzento, sem dúvida. ;)

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  4. Umbiguista é uma excelente definição; não são maus... não, claro que não.
    Nem bons!

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