terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Jogo de cintura

COM MÚSICA



Qualquer um de nós, volta não volta, se sente agredido por palavras de terceiros.
Da forma como reagirmos, dependerá o desfecho da questão.

Se é verdade estas situações sempre existiram, hoje em dia, com a facilidade dos meios de comunicação, nomeadamente a internet, acontecem incomparavelmente mais.
Quem costuma navegar pelas revoltas águas do mundo virtual, já teve certamente ocasião de presenciar verdadeiras guerras, tantas vezes originadas pela falta de bom senso dos intervenientes.
Como dizia o outro, “Não havia necessidadeee…” ;)

Julgo que um dos principais responsáveis pelo despoletar destes incidentes seja a limitação da linguagem escrita, que não vindo acompanhada de tom de voz e expressão facial, frequentemente dá azo a interpretações erróneas.
Dependendo do nosso estado de espírito, muitas vezes se entenderá então alguma coisa, cujo significado possa ser dúbio, da pior maneira possível.

De qualquer forma, bem ou mal interpretadas, há sem dúvida coisas que nos ferem, ofendem, irritam, etc… e nos deixam com vontade de “ripostar”.

Na minha opinião, o primeiro erro é fazê-lo de imediato. A quente, todos nos tornamos bastante irracionais, podendo dizer coisas impensadas de que nos arrependeremos mais tarde.
Aqui, a escrita, que é como quem diz o facto de não nos encontrarmos frente a frente, até pode jogar a nosso favor, permitindo-nos fazer uma pausa para respirar fundo e reflectir sobre o assunto.

O segundo erro será não analisarmos o ponto de vista do outro, não tentarmos perceber porque disse o que disse, não pormos em questão se não poderá terá alguma razão. Se nos sentimos atingidos a tendência natural é acharmos que nós estamos certos e eles errados. Nem sempre é o caso…

Algumas pessoas têm uma maneira de falar, de colocar as questões, que nos deixam logo virados do avesso. Assim, pecam frequentemente não pelo conteúdo mas pela forma.

Há também os conflituosos, aqueles que estão sempre a ver mosquitos na outra banda e não perdem ocasião de mandar a sua aguilhoada.

Os agressivos transmitem qualquer ideia sem dó nem piedade, não se dando ao trabalho de medir as palavras. Ao transmitir as suas ideias soam como se estivessem “a ralhar”.

Os susceptíveis vêm maldade em tudo, qualquer coisa que se diga poderá fazê-los sentir vítimas de agressão e pô-los na defesa. E como todos sabemos, a melhor defesa é o ataque. ;)

Os egocêntricos acham que tudo tem a ver com eles. Qualquer coisa que se diga lhes é evidentemente dirigida, levam tudo a peito e reagem em conforme.

Temos também os puristas que, percebendo perfeitamente o que queremos dizer, não perdoam qualquer “pontapé na gramática”, reagindo como se não entendessem o nosso discurso.

Outro caso são os que gostam de contrariar por desporto. São capazes de provocar, de contradizer, de criticar, só pelo prazer de gerar polémica, só pelo gozo de poder refutar.

Enfim, muito mais tipos de atitude poderia descrever que potencialmente nos puxam os pelinhos do… mas diria que já chega.
Em qualquer dos casos, há sempre que ter em conta que o facto de alguma coisa mexer connosco não quer dizer que não possa ter uma ideia válida por trás e é sempre uma questão a considerar.

De qualquer modo, com razão ou sem ela, temos duas opções; entrar a matar ou usar a cabeça, engolir em seco e adoptar uma atitude sensata e conciliadora.
Sempre que possível, a segunda opção parece-me de caretas a melhor. ;)

Pensem… quem é que ganha alguma coisa com estas lutas?!
Que bem se poderá extrair de ânimos exaltados e trocas de palavras azedas?
Aquilo que nos sai da boca não podemos reclamar de volta. Se não dermos abébias ao próximo não as poderemos também reclamar para nós.

Todos temos, volta não volta, atitudes mais parvas, menos simpáticas, menos agradáveis, que se fossem sempre consideradas declarações de guerra passávamos a vida à estalada.
Se tentarmos pôr água na fervura, ver o outro lado, compreender ou explicar as situações consoante o caso, de uma forma civilizada, evitaremos muitos conflitos perfeitamente desnecessários e que nos moem inevitavelmente o juízo.
As pessoas tendem a reagir de forma muito positiva a este tipo de atitude e a maior parte opta por adopta-la também.

Depois há os casos perdidos… os surdos… aqueles que não querem paz mas sim catrapáspáspás… quanto a esses, a meu ver, a melhor opção é mesmo o silêncio.

“Don't argue with an idiot. They will only drag you to their level and beat you with experience.”
Autor desconhecido

;)

2 comentários:

  1. Fantástica e certeira análise! E o que é mais espantoso é a sua "universalidade": boa parte das ideias que aqui deixas fazem parte do "bê à bá" da formação dos meus Estagiários...
    Genial a frase final, que espero não leves a mal que seja plagiada de quando em vez.
    AM

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  2. ;)
    Acho que o Sr. Autor Desconhecido não se importa que o cites...

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