COM MÚSICA
Li recentemente o livro do Salvador Mendes de Almeida, Ser feliz Assim.
Dizer que este homem não teve (tem) uma vida fácil será no
mínimo um understatement.
No entanto olhem para ele, para a sua atitude perante a
vida, a sua postura, os seus
feitos, o seu sorriso…
E mencionar este último fez-me pensar noutro grande homem,
de sorriso encantador, que muitos devem também já conhecer, Nick Vujicic.
Se eles, com todas as suas dificuldades e limitações,
podem ser felizes,
porque não o conseguiríamos nós?!
A mim, pessoalmente, as suas histórias inspiram-me de forma
inacreditável. Quando descubro um destes seres de energia positiva superior, investigo-o
até à medula. Leio/vejo/oiço tudo o que têm para nos dizer, para nos
transmitir, devoro as suas palavras, delicio-me com o brilho dos seus olhares. Vão-se
acumulando as suas experiências no meu subconsciente, para ressurgirem quando
menos espero, para me dar força para alguma coisa que me está a custar.
Para vos dar um exemplo de uma forma curiosa destas coisas
me ajudarem:
Não há nada a fazer, vou alegremente a caminho do meio
século, já experimentei um pouco de tudo, do mergulho á escalada, do motocross
à vela, do ski aos patins em linha, da yoga ao paraquedismo, não é portanto por falta de tentar, e não há nenhum tipo de exercício físico que me proporcione verdadeiro prazer…
( ...isso não conta, you
perverts!!! )
A realidade é que, para mim, o desporto favorito é espojar-me
no sofá e duvido que alguma vez isso vá mudar. Cada um é como cada qual,
prefiro exercitar as células cinzentas, prontes…
Infelizmente, estas últimas obrigam-me a “mexer o rabo”
porque é importante para a saúde e consequentemente para a nossa felicidade.
Como gostaria de ter vivido numa época em que os seres humanos ainda não tinham
consciência deste facto [suspiro].
Recomecei portanto recentemente, depois de um intervalo de
uns anos, a fazer ginástica. E como estou também a precisar de me livrar de
oito quilos de “já não fumo”, fui para uma ginástica da pesada (a turma deve
ter uma idade média de 65 anos… a maioria já deve ter direito a redução no
preço). Ok, falando sério, custa-me para caramba…
Li então o livro do Salvador. E, desde então, deixei de me
atribuir o direito de me queixar por poder mexer-me como mexo e ter o
privilégio de me conseguir exercitar sem precisar de ajuda externa. Acabou, sou um
homenzinho agora, fico ali de bofes de fora mas agora já sem lamentações.
É uma coisa pequenina?!
Pois é… mas a vida é feita de mais
coisas pequeninas do que grandes, e grão a grão enche a galinha o papo.
Dito isto, os dois homens que mencionei, para além de uma
força e alegria de viver extraordinárias, têm em comum a vontade, ousaria quase
dizer necessidade, de usar a sua experiência pessoal para ajudar os outros. E
muitos outros haverá por aí, felizmente, a fazer o mesmo trabalho, cada um(a)
com a sua história de vida, com as suas questões pessoais, partilhando a sua
força de viver com os que dela precisam.
Fazem missão da sua vida melhorar a de perfeitos
desconhecidos.
Perante as suas histórias podemos concluir que com o mal dos outros posso eu bem ou
aceitar as flores que nos oferecem.
E aceita-las, conseguir aprecia-las, quer dizer compreender e
aceitar com serenidade que sozinhos não vamos a lado nenhum, que temos de
nos amparar mutuamente, quer física quer emocionalmente, para conseguirmos ser
felizes.
O Nick Vujicic (raios que este homem tem um apelido impronunciável!!! Irra) tem
um
texto muito giro sobre esta ideia. Nós, os comuns dos mortais, que enfrentamos
o dia a dia sem dificuldades de maior, olhamos para estes “monstros sagrados” como nossa inspiração. A realidade é que também eles têm os seus exemplos
inspiradores, todos temos, perto ou longe.
Isto é um círculo vicioso, o que “custa” é começar a olhar para
os outros com olhos de ver. Separar o trigo do joio e perceber quais é que se nos apresentam como efectivamente felizes, realizados, seja qual fôr a sua condição. A partir daí começamos a sorver a sua experiência
para nos ajudar com a nossa. E se esta nos chegar oferecida com
todo o prazer, amor e carinho, mais eficaz será ainda.
Se todos partilharmos esta atitude, então meus amigos, the sky is the limit, não há nada que o
ser humano não consiga. ;)
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