terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Xô, bajaaa!

COM MÚSICA




("Xô, bajaaa!" era o que o meu filho nos ouvia dizer aos gatos e passou assim a adoptar quando o chateavam…)

Há algum tempo acusaram-me de ser intolerante, o que muito me inquietou na altura…
Para mim, a intolerância, a intolerância do dicionário, é uma coisa muito negativa e que eu não queria de forma alguma ser.
Descobri no entanto que sou intolerante sim… mas mais no sentido alimentar da coisa… sou intolerante à má onda!!!

As alergias são uma coisa diferente…
Sou alérgica por exemplo a gente cretina, provoca-me reacções imediatas e viscerais. Sou alérgica a variadíssimos comportamentos aos quais reajo imediatamente, por vezes de forma violenta, talvez até violentamente demais, confesso.
Eu e o meu mau feitio

As intolerâncias são “[...]desenvolvidas por um organismo saturado pelo consumo frequente e excessivo de determinados alimentos [...]”, que é como quem diz, vão-nos envenenando devagarinho sem sequer darmos por ela.
Assim, tal como algumas pessoas cortam determinados alimentos da sua dieta, por chegarem à conclusão que lhes fazem mal, eu tenho cortado pessoas.

Ai que radical e coiso e tal e que ainda acabas sozinha e não sei que mais…
Pois que não me parece que acabe.
A questão aqui tem mais uma vez a ver com o tempo… com o tempo útil de cada um de nós… com a gestão de qualidade desse tempo.
Ora expliquem-me lá, se este já escasseia, se já me vejo aflita para lá encaixar tudo o que quero e gosto de fazer, para estar com as pessoas que me são queridas, com quem quero partilha-lo, por que raio é que haveria de o fazer com malta que só me deixa mal disposta, hein?!

Claro que antes de chegar à conclusão de que esta postura era, para mim, absolutamente ok, pensei muito sobre o assunto e analisei os casos de solidão que conheço, percorrendo mentalmente o percurso humano que fizeram.
E sabem a que conclusão cheguei?!
Que a maior parte dessas pessoas talvez seja efectivamente intolerante, sim, mas no primeiro sentido que mencionei. Cada vez foram tendo menos pachorra para mais coisas. Não têm skills sociais, indo reduzindo aos poucos o seu leque de relações.
Eu não faço nada disso, não me isolo, simplesmente discrimino... lol
Continuo a adorar conhecer gente, introduzi-la na minha vida, acarinhar aqueles que me tratam bem, com quem me sinto bem.

Dir-me-ão que nem tudo são rosas, senhor
Pois com certeza que não.
Com quem mantemos por perto, temos pegas, temos zangas, amuos, mal entendidos.
Algumas das pessoas que me rodeiam têm características que muito me irritam ou vão contra os meus princípios, assim como será certamente o caso em sentido contrário.
A questão, como sempre, é o equilíbrio…

Os confrontos, os problemas, não me assustam, não me afastam…
A forma como se lida com eles já o poderá fazer.
Há  pessoas que parecem só viver bem em conflito, arranjando questões e casos. Alguns esperam tudo dos outros mas não estão nem aí para dar. Há malta que quando lhes damos a mão para tentar puxa-la para cima fazem rabo pesado e puxam-nos para baixo.
Enfim, podia estar aqui a noite toda a tentar descrever aquilo que pessoalmente considero má onda mas não me parece valer a pena, todos compreenderão certamente o conceito.
Basicamente são pessoas com quem os relacionamentos trazem muita dor de cabeça e terrivelmente pouco, quando nenhum, prazer.

Com esses, neste momento, não me interessa se são família ou amigos,  não alimento qualquer tipo de relacionamento voluntário.
Atenção, também não assumo posturas de “é ele/a ou eu”, não acho correcto colocar os outros nesse tipo de situação. Cada um atura o que bem entender.
Como sou uma pessoa educada, cumprimento-os, serei até capaz de manter uma eventual conversa trivial.
Mas não contem comigo para fazer qualquer tipo de esforço, antes pelo contrário, no sentido de manter um convívio minimamente regular.

Acredito, cada vez mais, do fundo do meu ser, que o fel de certos indivíduos é venenoso e nos pode fazer muito mal. A felicidade dá muito trabalhinho, não é coisa fácil de gerir, não é preciso arranjarmos sarna para nos coçarmos.

Assim, neste momento, já só invisto mesmo naqueles a quem de vez em quando me apetece dizer “gosto mesmo de ti, que bem que me sinto contigo”. ;)









terça-feira, 22 de janeiro de 2013

As moscas do tempo gostam de uma seta

COM MÚSICA





 “Time flies like an arrow”, na versão original. ;)

O tempo não se consegue parar, não se consegue amealhar, não se consegue multiplicar… é um bem escasso e valioso, que convém gerir com o máximo cuidado.

Ouvimos com cada vez mais frequência a afirmação “não tenho tempo”… a realidade é que o dia sempre teve 24h e a semana 7 dias, nós é que cada vez mais tentamos meter o Rossio na Rua da Betesga. Ás vezes, ao ouvir os planos de alguém  para o dia ou para a semana, pergunto-me se não terão mesmo a noção de que, ainda que tudo corresse sobre rodinhas, sem imprevistos nem atrasos, seria impossível encaixar tudo naquela porção de tempo. 
Dei-me assim conta que, curiosamente, muita gente não tem realmente consciência de que se fizer A não poderá fazer B e de que é na pratica uma escolha totalmente sua. O tempo não sendo elástico há portanto que, como em tantas outras coisas na vida, de fazer opções.

Podemos e devemos gerir o nosso tempo exactamente como o fazemos com o nosso dinheiro, por exemplo.  Parte dele teremos normalmente de “gastar” em obrigações, tarefas, responsabilidades e compromissos que vamos assumindo. Do que sobrar, muito ou pouco, poderemos dispor.
Só que, se em relação ao dinheiro as pessoas têm geralmente a consciência de que é finito, de que se o gastarem num lado não terão para gastar noutro, etc… relativamente ao tempo alguns parecem julgar que é um saco sem fundo e admirar-se depois por afinal não conseguirem fazer tudo o que queriam.

“Gosto imenso de ler mas não tenho tempo” costumava eu dizer… no entanto, depois de ver a primeira época da série, entusiasmei-me com a Guerra dos Tronos e li tudo de enfiada (cerca de quatro mil e tal páginas) em poucos meses.
Como?! Vi menos filmes e series, passei menos tempo na net, joguei menos, sei lá eu…
Já noutra escala, “nem para os meus filhos tenho tempo”, ouvi eu recentemente… Como é que alguém pode achar que não tem tempo para os filhos é uma coisa que me ultrapassa, mas se calhar sou eu, que sou uma mãe galinha. Facto é que, se o tempo que lhes poderiam efectivamente dedicar for aplicado noutra coisa qualquer, não sobra efectivamente para eles.
É tudo uma questão de prioridades.

Consciente ou inconscientemente, acabamos por arranjar tempo para aquilo a que damos realmente valor e o resto é conversa. Claro que também se pode dar o caso de sermos péssimos gestores e não termos noção do que é realmente importante para nós na vida… ;)
Assim, muitíssimo mais do que nos damos conta, aquilo em que utilizamos o nosso tempo acaba não só por nos definir como por ditar o rumo da nossa existência.

O problema é que, vá-se lá saber porquê, não temos normalmente esta visão sobre o assunto. Não temos a noção de que estamos de facto a fazer escolhas de vida, a definir caminhos.
E às vezes acordamos um dia e damo-nos conta de que, sem saber como nem porquê, perdemos coisas que realizamos fazerem-nos realmente falta.
Na maior parte das vezes essas “coisas” são na realidade pessoas, relações.

Tal como o dinheiro o tempo também pode ser desperdiçado, a questão é o que isto quer dizer para cada um de nós…
Assim, tal como relativamente a tantas outras coisas, chegamos a outra questão importante; a partilha. Podemos partilhar o nosso tempo com terceiros, gasta-lo directa ou indirectamente com os outros ou usa-lo para nosso exclusivo proveito.

Actualmente muitas pessoas dedicam alguns minutos (quando não são horas) do seu dia a passear pelo facebook mas não perdem uns segundos para responder a uma mensagem. São extremamente insistentes e persistentes quando querem alguma coisa dos outros mas não têm tempo para responder se forem estes a tentar contacta-los. Há quem tenha tempo para ver a telenovela mas não para ler uma história ao filho à hora de dormir. Quem vá regularmente ao cabeleireiro mas não arranje disponibilidade para ir visitar a avó ao lar. Enfim...


“Diz-me o que fazes com o teu tempo, dir-te-ei quem és”  - Seria também um bom ditado.
E se não tivermos tempo a perder com as relações humanas, se não o investirmos nelas, se não o passarmos com, disponibilizarmos para, de alguma forma, aqueles que são importantes para nós, um dia poderemos não o receber de volta.

What goes around, comes around




quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Meia dúzia...

COM MÚSICA






E lá passou mais um anito... faz hoje seis que nasceu este blog.
Este último não foi tão produtivo como os anteriores, devo estar a ficar velha e cansada... ou já não tenho grande coisa para dizer... lol
Porque continuo a escrever?!
Porque vocês me continuam a ler... ;)
Obrigada!
Bjs
C


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Happy New Year

COM MÚSICA



Não tenho por hábito fazer resoluções de Ano Novo, gosto sim, não que faça nem mais nem menos sentido, de fazer o balanço do anterior.
Comecei2012 cheia de força, coragem e determinação ou não fosse ele o meu ano, o ano do Dragão… lol
Ainda bem, porque precisei de tudo isso e muito mais. ;)

O ano que passou pôs à prova, em vários sentidos e de forma implacável, muito daquilo que por aqui vou apregoando.
A vida tem uma forma curiosa de nos apanhar nas curvas e a minha agarrou-me pelo colarinho, encostou-me à parede, aproximou o nariz e, olho no olho, perguntou desafiadoramente “Quem é que gosta muito de dizer coisas, quem é?! Agora quero ver como é que te desembrulhas, vá…”

Dei assim de caras com desafios inéditos na minha vida e que estava longe de ter de enfrentar neste ponto do campeonato, situações que geraram titânicas lutas entre a emoção e a razão.
Desembrulhei algumas questões, o tempo e o recuo julgarão a limpeza do serviço, relativamente a outras o mais difícil poderá ainda estar para vir...
Olhar para trás, para o que já foi ultrapassado, provoca-me no entanto a sensação reconfortante de estar a seguir um bom caminho, enfrentar o touro pelos cornos continua a parecer-me uma boa escolha.

No calor do(s) momento(s) senti-me completamente perdida, insegura, amedrontada... quando os nossos alicerces abanam parece que, pelo menos durante uns tempos, deixamos de saber onde poisar os pés.
Acreditando no entanto que nós é que comandamos a vida, optei pela coerência e tomei-a outra vez em mãos.

Ser verdadeiros, com os outros claro mas sobretudo e acima de tudo com nós próprios, parece-me cada vez mais importante para que o consigamos fazer. Acho francamente muito difícil que os "marrecos" deste mundo consigam ser realmente felizes... A felicidade dá um trabalho do caraças, como é que o podemos fazer se não conseguirmos perceber o que precisa de ser trabalhado?!

Por outro lado, quando as coisas ficam pretas, o medo da dor, tanto da nossa como da que poderemos eventualmente causar a terceiros, é um sentimento perfeitamente natural. Se não o conseguirmos controlar leva-nos no entanto frequentemente a acobardarmo-nos. Tapamos o sol com a peneira, adiamos decisões, adoptamos posturas que podem sem dúvida minimizar o sofrimento presente mas seriamente comprometer o resultado futuro.
Muitas vezes, a atitude que mais jogará a nosso favor não é de todo a que nos apetece ter no momento.

Se em vez de carpirmos sobre as adversidades as encararmos como desafios a ultrapassar, se considerarmos que  tudo serve algum propósito, que tudo acontece por alguma razão  embora possamos não estar a ver qual, conseguiremos enfrentar a vida com muito mais coragem e serenidade.

Costuma dizer-se que “o que não nos mata torna-nos mais fortes”…
Dantes interpretava a frase como se de um “enrijecimento” se tratasse,  tal como as cicatrizes ás vezes endurecem a pele tornando-a mais difícil de penetrar.
Hoje em dia encaro-a de forma totalmente diferente. Acho de facto que, se “sobrevivermos” a situações complicadas,  digo isto no sentido de as ultrapassarmos de forma que consideremos satisfatória, que nos faça sentir que demos conta do recado, ganharemos uma experiência que nos poderá ser extremamente útil no futuro.

Resumindo, em 2012 enfrentei questões difíceis, dolorosas, complicadas… chorei muito, passei muitos dias afundada em profunda tristeza, mas nem por um segundo deixei de sentir que sou uma pessoa realmente feliz.
Isto provocou em mim uma sensação de victória e dá-me força para enfrentar o que der e vier em 2013.

Bom ano a todos!!! ;)