terça-feira, 3 de junho de 2008

A teoria e a pratica

Um miúdo pergunta ao pai qual é a diferença entre a teoria e a prática...
- Vai perguntar à mãe se era capaz de ir para a cama com alguém que lhe oferecesse 100.000€.
A mãe , estupefacta com a pergunta, acaba por dizer que sim. Afinal de contas era muito dinheiro, podia tira-los do aperto em que estavam...
- Ó Pai a mãe disse que sim.
Agora, meu filho, vai fazer a mesma pergunta à tua irmã...
- Ó pai a mana também disse que sim.
- Ora aí está a diferença entre a teoria e a prática:
Em teoria tínhamos aqui uma pipa de massa, na prática temos duas putas.

LOL

Ok, isto era só uma anedota :) mas...
Nota-se de facto uma grande diferença entre a teoria e a pratica no que diz respeito à maior parte das pessoas...

Ao conversarmos com elas da-mo-nos conta de que as suas cabecinhas pensam de facto na vida, tiram conclusões, têm opiniões formadas sobre a maneira “certa” de fazer as coisas.
Quem ouve o que algumas delas têm para dizer fica mesmo genuinamente impressionado com tanta "sabedoria"...
Sobretudo se não as conhecer intimamente... LOL
Infelizmente na generalidade aplica-se o "faz o que eu digo, não faças o que eu faço".

As pessoas observam os outros, lêem, pensam, algumas chegam até a ir a conferências, retiros, a estudar as religiões e as diversas filosofias… falam sobre felicidade, realização pessoal, interacção entre as pessoas… mas quando chega a altura de pôr tudo isso em pratica já é outra história.

Na maior parte dos casos temos perfeitamente noção de quando “fazemos merda”... podemos não querer reconhecê-lo, podemos até não querer admiti-lo para nós próprios, mas senti-mo-lo na pele, quanto mais não seja.
A vida é uma aprendizagem…um tomar de consciência de uma série de causas/consequências.
A partir de certa altura chegamos a conclusões do género "não posso comer azeitonas/chocolates (whatever) que fico com borbulhas"... (acção/reacção)
Os putos estão-se nas tintas, mesmo quando sabem que isso vai acontecer querem é comer o chocolate agora, querem lá saber das borbulhas que só vão aparecer mais tarde…
Muitos adultos fazem estupidamente o mesmo e em relação a coisas que lhes causam bastante mais transtorno do que o exemplo acima.
Mas se estivermos atentos, se estivermos para aí virados, se tivermos dois dedos de testa...basta irmos gradualmente corrigindo as nossas atitudes que dão "maus resultados".

Por outro lado, os outros são um espelho do que somos, se nos conseguirmos ver pelos seus olhos podemos ter uma noção muito clara do resultado das nossas acções. Estamos no entanto em geral mais facilmente dispostos a critica-los do que a ouvir o que têm a dizer sobre nós. Atiramos pedras ao telhado do vizinho sem nos darmos conta de que o nosso também é de vidro. Apontamos defeitos ao próximo sem consciência de que ás vezes sofremos dos mesmos “males”.
Há quem perca maridos/mulheres, empregos, amigos, simplesmente porque se recusa a fazer alguma coisa no sentido de corrigir características suas que ele próprio reconhece como sendo problemáticas. Como se o “eu sou assim” fosse uma maldição terrível da qual não se podem livrar.

O homem é um bicho bera por natureza...
Vão a uma cresce e observem como os putos são naturalmente mauzinhos uns para os outros, agressivos, egoístas, invejosos...
Mas isso cura-se! LOL

A sabedoria popular do estilo "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti", ou os princípios básicos das religiões, como por exemplo a condenação da cobiça, da ira, da soberba, são excelentes guias... Muitos os apregoam mas poucos os seguem.
Dá um trabalho do caraças corrigir a natureza merdosa do homem, essa é que é essa!
E o que é pior é que, quando de facto tentamos, os resultados não são imediatamente visíveis... nem por nós nem pelos outros. Muitas vezes parece uma luta inglória...
É mais fácil arranjarmos desculpas para as nossas falhas, para as nossas fraquezas, atribuir a "culpa" aos nossos pais, aos nossos educadores, ás circunstâncias em que crescemos, do que reconhecer que somos "donos" de nós próprios e responsáveis pelo que somos hoje apesar do que nos aconteceu ontem.
Sobretudo há que assumir que todos erramos, que todos metemos o pé na argola de vez em quando, que o facto de identificarmos um “problema” não quer dizer que o tenhamos já resolvido e continuar insistentemente a tentar.

O caminho para a felicidade é a soma de uma infinidade de pequenos nadas. São pequenas batalhas das quais vamos ganhando umas e perdendo outras, mas não devemos desmoralizar. A vida não é um sprint, é uma maratona. A pseudo-busca da perfeição desmotiva as pequenas vitórias do dia a dia. As grandes teorias levam-nos a crer que os resultados são utópicos. A vida é uma cadeira prática… : )

3 comentários:

  1. Estive cá e estive de acordo. A teoria é quem gostaríamos de ser e a prática é quem somos.

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  2. Aaaarrrggh!
    Isto é maldade!

    Chega aqui um fiel leitor
    À procura de relax
    E leva com música de elevador
    Um autêntico Xanax.

    Amiga, por favor
    Não nos deixes tristes
    Boa ou má, seja a tua lição como for,
    Pede à tua irmã umas playlists…


    Atentamente,

    Anónimo (PW$$$ temporariamente sem acesso directo)

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  3. Bem... é a primeira vez que ouço chamar "música de elevador" ao Dave Brubeck...
    Mas seus desejos são ordens.
    Está melhor assim?

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