terça-feira, 12 de maio de 2009

Já dei...

COM MÚSICA

Recentemente cortei relações com um membro da minha família, o que muita confusão faz a a outros…
Acontece que a pessoa em questão me fez o que considero uma filhaputice acabada (pardon my french), daquelas que não se fazem a ninguém, muito menos a um familiar.
Não vou contar porque, não só não interessa para o objectivo do post, como não preciso de validação para a minha indignação.
Não o fez por maldade ou para me lesar… a realidade é que não só lesou bastante como a atitude me magoou como não podem imaginar.

Faz-me lembrar uma história que ouvi quando era miúda.
Um tipo costumava no verão “embarcar-se” no veleiro de uma família, como “faz tudo”, em troca do passeio.
Certo dia, fundearam num sítio onde supostamente havia tubarões. Os putos foram nadar na mesma, estava um calor do caraças, e começaram a goza-lo porque não ia à agua com medo. Francamente acagaçado lá acabou por ceder, mantendo-se sempre ao pé das escadas, não fosse o diabo tecê-las.
A certa altura os pirralhos começaram a gritar tubarão, tubarão, com um ar aflito.
E o que faz o nosso herói?! Amarinha escada acima, atirando a mãe que ia a descer à agua.
Inútil será dizer que não havia tubarão nenhum, mas se tivesse havido, graças a ele já tinha uma pratada mais bem servida.

Assim fizeram comigo… salve-se quem puder e que se lixe quem estiver pelo caminho. O mais irónico é que acabou por sair o tiro pela culatra e foi pior a emenda do que o soneto. Mas isso não é para aqui chamado.

Quando digo que cortei relações, não quer dizer que passe para o outro lado do passeio se encontrar essa pessoa na rua.
É certo que, ainda a quente, recusei comparecer em eventos de família onde sabia ir encontra-la, mas não é minha intenção retirar-me para o mosteiro.
Não tenho no entanto qualquer interesse em continuar a conviver alegremente.

É a pessoa mais egoísta que alguma vez conheci, sempre foi. Quem não a conheça ficará maravilhado com a sabedoria que sai daquela boca. Na prática faz constantemente o contrário do que apregoa.
Mas não vou continuar a bater no ceguinho que também não é essa a intenção, basta dizer que basicamente, na minha opinião, não presta como ser humano.
Não descobri isso hoje, nem ontem, mas nunca me tinha pisado os calos. Fui portanto mantendo o convívio ao longo dos anos a bem da harmonia familiar.
Agora estou-me completamente nas tintas.

Desenvolvi esta história como exemplo mas a realidade é que, desde há uns tempos, que ando a afastar-me das pessoas que, de alguma maneira, me fazem mal.
Da mesma forma que defendo o “arrancar das ervas daninhas” do nosso carácter, faço-o também relativamente ás relações.

Deixei-me de aparências, de sacrifícios, de hipocrisias, de percas de tempo.
Tento afastar-me de más ondas, das pessoas que nos empurram para baixo em vez de nos puxarem para cima.

Tenho essa experiência com alguns amigos. Durante anos a fio tentei apoia-los, dar-lhes força, estender-lhes a mão e tudo o que faziam sempre era puxar-me para o buraco, sugar-me a energia. Desisti. Os franceses dizem “aide toi, le ciel t’aidera”… não vou mais tentar “salvar” quem não quer ser salvo.

Não vou mais também tentar ser amigo de quem não conhece o conceito de amizade, de malta que acha que esta é mesmo só para as ocasiões, que espera que estejamos sempre lá para eles mas que não está lá para nós.

Nem de gente “só estou bem onde não estou, só quero ir onde não vou…” Que não sabe apreciar a vida, dar-lhe valor, que ainda não percebeu que só tem uma, logo o melhor é aproveita-la bem. Que esteja onde estiver tem de por defeito, de ver o lado negro de tudo. Essas pessoas emitem más vibrações.

E mais exemplos haverá, mas julgo que já tenham percebido onde quero chegar…
Não estou a apregoar cortes radicais, a sugerir que se risquem essas pessoas do mapa. Quando falo em cortar relações, a parte importante é a das “relações”…
Simplesmente deixei de investir nelas. Deixei de as convidar para qualquer tipo de evento. Deixei de gastar o meu precioso tempo com relações das quais não sai nada de bom.

Se é para investir, que seja em relações com potencial, em relações positivas, equilibradas, bilaterais… Já dei para onda Madre Teresa, não acredito no oferecer a outra face. No more good gal… ;) Deixei de ser a parvinha que papa tudo… Nos relacionamentos humanos quero tudo aquilo a que tenho direito, senão não vale a pena.

A vida é demasiado curta para a gastarmos com malta que não nos traz nada de positivo. O tempo não chega para as pessoas que nos fazem sentir bem, para quê desperdiçá-lo nas que nos fazem sentir mal?
Corta!






10 comentários:

  1. Lisa Ekdahl e o teu mantra:

    Serenity to accept the things I cannot change:

    "The world keeps turning, we can't change its course
    What I can't hold by love I won't hold by force
    The world keeps turning beyond our control
    What I can't hold by love I won't hold at all"

    - The world keeps turning


    Courage to change the things we can:

    "Don't stop, flow on and flow through
    Don't stop, claim what's yours, it belongs to you
    "Don't stop, flow on and flow through
    Don't stop, just do what you long to do"

    - Don't stop


    Wisdom to know the difference:

    "Birds got to sing birds got to fly we got to ask ourselves why why why
    And birds got to fly birds got to land
    We got to tell ourselves sometimes we'll understand
    And we'll sing"

    - Sing


    (hoje deu-me para a música...)
    Bjs.

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  2. É assim mesmo! Também recentemente tive que dizer a um amigo desses, que nos sugam a paciência e o tempo e estão sempre down, a puxar-nos a nós pelos pés, "estou farta de andar contigo ao colo". Claro que isto era uma metáfora. Mas porra, existe uma raça de depressivos militantes, que a gente lhes resolve os macacos da cabeça, gasta tempo dos nossos filhos a ouvir as lamentações deles, e depois não tem dois minutos para nos ouvir a nós (desabafar não, que quem desabafa é porque anda abafado, mas para nos ouvir berrar contra o mundo quando nos desaba o céu na cabeça!?). São sanguessugas! E nós deviamos ter um "alerta totó" que ligasse a sirene mal eles se aproximam, muito antes de os aturarmos uma, duas, dez horas e de lhes darmos oportunidade de nos virarem as costas. Ou, pior, de nos provarem por A + B que nunca sairão do seu estadio depressivo, nem que a gente se pinte todas de verde (parafraseando el anónimo com nome).

    Também já me aconteceu a contrária, que foi ser mal-interpretada e alguém querer cortar comigo. E ainda ser acusada de auto-comiserante. O meu lema é sempre o do diálogo e do falar clarinho. Desconheço o que é coluna vertebral, orgulho e essas trampas, se gosto a sério corro atrás, vou dizendo "gosto de ti", "a minha vida está uma merda desde que te zangaste comigo", sou mesmo excessiva, mas fica tudo dito. Já não tenho tempo nem paciência para rebates de carácter et honni soit qui mal y pense.

    Gosto de te ler, pá. Pões-me a pensar, a escrever, e não a chorar. És fixe. ;-)

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  3. Concordo em género, número e grau, para variar :)

    Não tivesse eu cortado com uma grande amiga há uns meses atrás, porque eu estive sempre para ela e quando foi a minha vez - ah! pois, as tias sempre em festa, também deprimem - ela não teve tempo para mim... as relações são bilaterais e mãe sou só do meu filho. Já não tenho saco para adultos a precisar de colo, a serem sacaninhas, a acharem que os intervalos de felicidade, das épocas secantes deles, são para ser respeitados e que os outros estão sempre para aparar os golpes todos.

    P.S. Ontem vinha para comentar e não consegui, porque não havia onde. Já aconteceu outras vezes e só consigo, quando já há comentários.

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  4. Tens que clicar em cima do título, hermana. Neste caso, "já dei...".
    Tive que estudar muito para chegar a esta conclusão.

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  5. Por casualidade fui à tua página, Cristina, e deu-me para cuscar-te.

    Este teu post diz tudo o que eu penso, traduz maravilhosamente bem o que eu sinto.

    Abaixo os depressivos militantes (Nené dixit).

    Let´s flow ... como diz PW$$$

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  6. O Anónimo c´est moi, Vera Santana. CDetesto anonimatos, por isso voltei para me identificar!

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  7. engraçado
    fiz isso ha coisa de ano e meio e juro que me sinto muito melhor!

    beijo amigo

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  8. Só para acrescentar:

    É muito mais fácil dizer SIM do que NÃO. E sendo igualmente verdade que dos fracos não reza a história... já é demasiado o tempo que gastaste a escrever o post sobre essa pessoa. ( porque enquanto escrevias, aborrecias-te ao quadrado )

    O tempo é demasiado precioso.

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  9. "A vida é demasiado curta para a gastarmos com malta que não nos traz nada de positivo. O tempo não chega para as pessoas que nos fazem sentir bem, para quê desperdiçá-lo nas que nos fazem sentir mal?"
    E que é chato nisto tudo é que podiamos ter enviado esta gente ter com as suas progenitoras antes de nos chatearmos....Mas acho que é a sabedorias dos Entas( ou quase) que nos faz tomar estas atitudes...Ainda bem!!! Mas por outro lado grande porra, porque se as * tivessemos tomado mais cedo se calhar não nos tinhamos chateado tanto....

    * as atitudes e não as dores....

    Beijinhos grandes....
    Rita

    PS:Gosto muito de te ler... Faz-me bem à alma...

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  10. "FREE AT LAST, FREE AT LAST"
    RES-PI-RAR...
    A vos marques, prêts... partez!

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