segunda-feira, 1 de junho de 2009

Carneirada… mééééé

É tendência natural, mesmo sabendo não ser possível, a de querer agradar a Gregos e a Troianos. Ou pelo menos a minha é… lol
Por exemplo, estou agora a organizar o segundo “Grande Jantar” do nosso sitezinho. Fixámos a data mediante votação, era evidentemente impossível encontrar uma que conviesse a três mil e tal pessoas, ganhou portanto a maioria.
Acreditam que fico genuinamente triste de cada vez que alguém me anuncia com pena que não poderá estar presente?!

Ora o tempo não é elástico, o espaço também não e, para além disso, nem sempre faz sentido misturar pessoas.
Como me escreveu recentemente um amigo meu: “ Tu é que achas sempre que os cocktails sociais têm imensa piada”.
Ok… isto agora vai doer… argh… prontes, cá vai… leva lá a bicicleta, dou o braço a torcer, ás vezes não é de facto muito boa ideia e pode lixar o ambiente… Uf, pronto, já disse… ;)

Acontece que eu detesto ter de escolher e vejo-me portanto ás vezes perante situações em que tendo, de facto, a misturar alhos com bugalhos ou a tentar meter o Rossio na Rua da Betesga.
Mas, estando apesar de tudo consciente de não conseguir fazer milagres, vezes há em que tenho mesmo de deixar alguém(s) pendurado.
E aqui é que a porca torce o rabo… fico cheia de problemas de consciência por deixar de fora alguém que, sabendo do evento, provavelmente estaria à espera de ser convidado.

Como já devem ter percebido eu gosto de gente, sou o anti-bicho-do-mato.
Logo vejo-me frequentemente confrontada com situações em que simplesmente não posso convidar “toda a gente”.
Não interessa se é uma festa, um jantar, um fim de semana… ás vezes há que “seleccionar”.
Já cheguei a desistir de organizar coisas por não o conseguir fazer…

Por receio de vexar alguém, já cheguei até a considerar fazer panelinha, por forma a que não viessem a saber de determinada combinação… naquela teoria de que o que os olhos não vêem o coração não sente...
Felizmente tenho conseguido evitar fazer esse tipo de figuras tristes e acabei sempre por desistir da ideia. Como se costuma dizer, mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo…

Os grupos, o “Síndroma de carneirada”, são a maior causa desta problemática.
Todos temos “grupos” na nossa vida… o grupo de amigos, o grupo do jogo, o grupo do trabalho, o grupo do desporto, o grupo da escola, o grupo do diabo a sete…
Quando se fazem actividades “de grupo” geralmente convida-se “o grupo” todo… a gaita é quando se quer/pode simplesmente convidar alguns elementos!!!

Como comentei num post anterior as relações não são, nem podem ser, todas iguais…
Logo, temos sempre mais empatia com uns membros “do grupo” do que com outros e consequentemente mais desejo de estar com estes em situações “extra-grupo”.
Chegamos inclusivamente a pensar em diferentes indivíduos consoante o evento.
Por outro lado não se pode evidentemente convidar o mesmo número de pessoas para uma festa, para um jantar sentado ou para um fim de semana, por exemplo. O espaço torna-se portanto uma limitação.

Se tivermos em conta que, hoje em dia, a maior parte da malta está “casée” e com rebentos… a coisa torna-se mais complicada ainda, rapidamente se esgota qualquer lotação.
Longe vão os tempos em que quando se convidava a Maria Albertina, se contava com a Maria Albertina… Agora são a Maria Albertina e o Evaristo, com a Vanessinha, a Carla Sofia e o Igor Filipe…
Ou seja, quando fazemos a nossa listinha, pensamos em A, B e C… mas na pratica muitas vezes temos depois de multiplicar por… vários… o número de participantes.

Isto faz-me pensar no “problema” que tenho com os animais…
Sou uma bichoólica confessa, por mim tinha um verdadeiro jardim Zoológico em casa.
Calem-se… uma cobra, um cão e gato e meio não qualificam para jardim Zoológico!!! Haviam de ver o que isto era se eu me autorizasse a trazer para casa tudo o que me apetece…
A realidade é que, com uma que outra excepção rapidamente rectificada, tenho conseguido gerir muito bem este assunto.
Agora estou a aprender a fazer a mesma coisa com os humanos… lol

A questão é que os bichos não ficam chateados comigo por não os trazer para casa. É evidente que a coisa piora sensivelmente quando as pessoas reagem “mal”…
Mas confesso que cada vez tenho menos paciência para “criancices” de adultos, devo estar a ficar velha. ;) Por criancices entendam-se amuos, birras, melindres, ciúmes e afins.
Se não percebem que não podemos todos ir a todas… batatas.

Neste último ano, por causa do monstro, acho que conheci mais gente do que em todo o resto da minha vida… a questão que tenho estado a comentar não é nova, sempre existiu, mas este fenómeno recente obrigou-me a enfrenta-la.
Dantes acontecia de vez em quando, agora vejo-me constantemente perante o dilema… e raios me partam se vou continuar a sofrer com isso…
Se alguém não compreender e ficar f… que meta uma rolha. lol



5 comentários:

  1. Acredita que é são mesmo criancices e vai por mim e borrifa!

    Eu cá estou-me nas tintas, se não estou incluída para isto ou aquilo, não é por aí que somos mais ou menos amigas. Por isso, quando a coisa estiver muito difícil, para o teu lado, olha, chuta-me a mim, que eu não me importo!

    E não é por ser boazinha ou ter bom feitio (que podia ser melhorzinho), altruista ou coiso e tal, é porque já estou crescidinha ;))

    Grandes beijas
    MAC

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  2. Não percebi a analogia com a bicharada, mas eu também tenho (raros) dias em que estou pouco inteligente.
    Por mim, querida prima, estás à vontade, a sério, eu juro (dedos cruzados-beijinho-dedos cruzados-beijinho): vai lá para onde te apetecer, com quem te der no totó, que eu sou a última a controlar, prometo! Era só o que me faltava agora, andar a tomar conta da vida de uma mulher adulta. Já me chegam os filhos. E também ficava chateada se alguém andasse a controlar a minha...
    Podes combinar uma jantarada na tua casa com todos os NOSSOS amigos e não me convidar, que eu não amuo. Bato com o pé no chão, já não brinco, não tem piada, mas não amuo ;-)

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  3. Bem... que tu convides a Maria Albertina… Ainda vá. Que esta seja casada, ou amancebada, com um Evaristo, pois paciência...Agora que esta gente vá chamar aos seus rebentos Vanessinha, Carla Sofia e Igor Filipe… E depois não queres ter sarilhos.
    Ici pour moi, quando convidares essa gente, abstém-me, ok? (embora hajam piores maneiras de se ser internado do que com um ataque de hilariedade agudo)

    Agora a sério,
    não sei o que motivou este teu desabafo mas deve ter sido lindo de se ver e, sobretudo,de se ouvir. Haja Deus! Tu és, de facto, muito compreensiva, chega a roçar as franjas do "passa-culpas".
    Sei que não serei exemplo para ninguém, muito menos agora, já entradota e farta de parvoíces mas cá por mim emita um COMUNICADO DA PRINCESA DE LINHÓ e fazia anunciar que "cá no Principado só com Passaporte renovável e Visto que expira após utilização única." Vous n´aimez pas? Pois tenha paciência...

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  4. FALTA DE PACHORRA PARA GENTE PARVA!!!!
    Tou a falar Supêbem!!!

    Há pessoas que estão eternamente na puberdade e adolescência(= idades parvas) aonde o grupo todo vai também se tem de ir.... Já não estamos na adolescência e caminhamos(eu pelo menos) a passos largos para longe dela.

    Já me chega a previsão de 4 adolescências que estãoa chegar a passos largos.

    "E tou com a Alex se a menina tem amigos com filhos com aqueles nomes mais vale eu não ir pecebeuuuuu?"
    Beijinhos Grandes
    Rita

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