segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Friends will be friends...

COM MÚSICA


Dois acontecimentos muito recentes despoletaram em mim as seguintes reflexões, que achei interessante partilhar convosco…

O primeiro foi a afirmação de uma cunhada minha, uma das justificações para “renegar” o Facebook (lol) de que, se não tinha uma relação ao vivo e a cores com as pessoas, não fazia sentido tê-la online e que se tinha, então também não fazia sentido tê-las online.
Afirmou igualmente que se uma amizade esmorece, se as pessoas se afastam, por alguma razão é, não fazendo portanto qualquer sentido a possibilidade de reencontro.

O outro foi o relativamente longo (já trocámos maiores…) email, que enviei a um amigo. Dei por mim a pensar… “que tristeza, como a vida muda… tempos houve em que trocávamos mails destes quase numa base diária e agora não nos “falávamos” há tanto tempo… “a minha vida é um inferno” (que me desculpem os que desconhecem a “private joke” mas não resisti…lol)… já não tenho tempo para nada… “

Bem… começando pelo fim…
Sim, o dia só tem 24h e a semana 7 dias, logo geralmente não conseguimos arranjar tempo para fazer tudo o que gostaríamos.
Mas pensem numa questão… se não temos tempo para fazer alguma coisa é porque estamos a fazer outra, certo?!
Alturas há em que o que fazemos não é propriamente gratificante, estou consciente disso. Mas a realidade é que, se em detrimento de outras, estamos a fazer uma coisa, por alguma razão é. Porque escolhemos fazê-la, para nosso interesse, seja em que campo for.

O nosso tempo divide-se entre funções como comer, beber e dormir, trabalhar, confraternizar, dedicar-se à família, a um hobbie, etc…
Geralmente estas actividades estão separadas em termos espácio-temporais, embora de vez em quanto conciliemos algumas delas. Podemos, por exemplo, trabalhar com o marido/mulher, jantar com amigos, fazer desporto profissionalmente, etc.
Uma coisa é certa, enquanto estamos a fazer algumas coisas não estamos a fazer outras.
Partindo do princípio que todos nós consigamos arranjar algum tempinho para fazer algumas de que gostamos e dado que esse “tempinho” não é infinito, temos de fazer opções.

O que me leva ao ponto da “tristeza” de já não me corresponder com a mesma frequência com o meu amigo…
Os amigos, pelo menos na minha opinião, não têm de estar sempre ao nosso lado. Não precisamos de comunicar regularmente, seja de que forma for, com eles.
As circunstâncias da vida levam a que, em certas fases, o façamos mais com uns do que com os outros.
Quantas vezes, por força das circunstâncias, não nos damos regularmente com pessoas por quem não temos grande apreço, enquanto que estão muito mais afastadas outras que nos são realmente caras.

As pessoas que estão à nossa volta, em determinados momentos, não dependem unicamente de uma escolha. Tal como os veleiros as amizades também dependem do vento. A perícia de não as deixar naufragar é que poderá depender dos marinheiros.
Há pessoas relativamente ás quais a frase “longe da vista, longe do coração” se aplica. Mas com outras isso dificilmente irá acontecer. Podemos falar-nos ou ver-nos quando o rei faz anos, mas a ligação continua lá. De vez em quando lá se faz o gostinho ao dente ou, quem sabe, vira o vento…

O que nos traz ás teorias sobre o facebook e afins, não podia estar mais em desacordo.
Há muitos tipos de relações entre as pessoas e algumas não são ao vivo e a cores, não senhores.
Quem não se lembra dos nossos pais desesperados por não desligarmos a porcaria do telefone?
Hoje em dia há muito mais ferramentas de comunicação ao nosso dispor, apareceram os SMSs, os mails, os chats, as social networks… qualquer delas perfeitamente válida para confraternizar quando, por qualquer razão, nos vemos impedidos de o fazer presencialmente.
São talvez mais inibidores, para quem se intimida com as “novas tecnologias”, mas vão todos, de certa maneira dar ao mesmo, o contacto humano.
“Não renegue à partida uma ciência que desconhece!” lol

Se não nos damos ao vivo e a cores não vale a pena ter uma relação “virtual”? Discordo.
Estou de acordo que as relações frente a frente, olho no olho, têm muito mais calor humano, sem dúvida. Para lá tenderá de qualquer maneira a apontar qualquer amizade.
Mas, seja com amigos antigos, amigos recentes ou potenciais amigos, é muito mais fácil alimentar a relação se houver um contacto virtual.
Já várias vezes pude comprovar, inclusivamente, que relações que começaram “virtualmente” se podem transformar em fortes amizades de carne e osso.
Algum de vocês tem vida para se encontrar regularmente frente a frente com todos aqueles com quem gostaria de o fazer? Então… no virtual vai-se matando saudades, partilhando o dia a dia.

E quanto ao “se nos afastamos por alguma razão foi…” é certo. Por alguma razão foi. Até pode ter sido por escolha, de um lado ou de outro.
Mas embora, por razões várias, as pessoas se possam afastar (ás vezes por muitos e longos anos), embora possam seguir caminhos totalmente separados, ás vezes quando se reencontram parece que o tempo não passou. E acreditem que se há coisa que nos trás um quentinho bom ao coração, se tivermos a sorte de nos reencontrar no mesmo comprimento de onda, é o reatar com alguém do nosso passado, porque nos sentimos em casa.

Alguns ainda não viram a luz (lol), ainda não perceberam nada… mas as relações humanas são das coisas que mais nos ajudam a ser felizes…

12 comentários:

  1. Eu distinguia aqui duas coisas.

    Para mim, mandar um mail directo é manter uma relação de amizade próxima. Isso percebo.

    O facebook não é amizade. Porque para mim amizade não se consegue coleccionando amigos com um clic. Nem apregoando o que pensamos ou fazemos. Isso é propaganda (e não serei eu a atirar a primeira pedra: eu também o faço).

    Dito isto:

    - Isto depende do feitio de cada um. Quem seja mais reservado (tipo eu), há de ter sempre desconfiança das redes sociais. Quem seja mais extrovertido, talvez goste e use mais. Be my guest.
    - O que não invalida a ideia geral deste post, ou a minha leitura: manter amizade, remota, espaçada, não tem a ver com o meio ou frequência. Tem mais a ver com manter a chama acesa. E no limite até um postal, um telefonema, uma prenda, um contacto sem resposta, aquecem que recebe. E quem envia.

    Raios, já me puseste babalu...

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  2. 1) O Wilton tem razão (para variar). O Facebook não é amizade, mas sim mais uma maneira de partilhar coisas com outros que podem ser ou não nossos amigos.

    2) A tua cunhada não deve ter muitos amigos. Deve pensar que tem, mas tem no máximo pessoas que a toleram ou que se "dão" com ela por motivos profissionais ou familiares.

    Quanto à ideia geral do post, não vai ser surpresa para ti (que me conheces um pedaço) eu dizer que concordo em absoluto com o que escreves.

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  3. Hum... o Facebook "não é amizade"?!
    Ó meninos, nós não somos amigos? Não estamos todos no facebook?
    I rest my case... ;)
    Claro que TAMBÉM (desculpem o "grito", não sei sublinhar ou por a bold aqui) pode ser outras coisas...

    Nuno, gostava se saber, pelo que eu disse como podes fazer tal afirmação sobre a minha cunhada...

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  4. Já éramos amigos antes do Facebook.
    Se não existisse Facebook continuávamos amigos.
    I also rest my case.

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  5. A partir daqui:

    "(...)se uma amizade esmorece, se as pessoas se afastam, por alguma razão é, não fazendo portanto qualquer sentido a possibilidade de reencontro(...)"

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  6. 100% certa, o que não é de todo invulgar.

    Alinho com o Wilton na sua posição a respeito do Facecoiso. Só que sou mais radical (ou coerente, eheheh...): Não uso. Pronto.

    Não basta existirem "as redes" para que as coisas funcionem. É preciso haver Alma. O Wilton sabe de uma "rede" onde estamos os dois e que mais parece um clube de zombies. Nessa não há Alma...

    Mas, curiosamente, foi através dessa "rede de zombies" que recebi - em primeira mão - a triste notícia de que este fim de semana um Bom Colega - grande Homem e também bom Advogado - nos havia deixado prematuramente.

    Andei a bater mal o resto de Domingo...

    E dei comigo a pensar naquilo que é a essência - tal como eu a vejo -deste teu post: porra! [pode dizer-se porra aqui, não pode?] Não temos tempo para nada e de um momento para o outro tudo deixa de ter importância...

    Tens, por conseguinte, toda a razão em ambas as linhas (embora não consigas ver-me no Facecoiso tão cedo): abençoadas redes e novas teconologias de comunicação, que nos permitem estar perto - estando longe - daqueles de quem gostamos e que são, de facto, uma das boas razões para levarmos esta vida por diante.

    Desculpa se me alonguei, mas hoje estou assim.

    Plagiando o Wilson, acho que já me puseste babalu (espero que isso não seja uma private joke vossa, em que "babalu" signifique algo de substancialmente diferente daquilo em que estou a pensar...).

    AM

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  7. Estou praticamente de acordo com o que dizes apesar de (ainda) não ser adepto do Facebook.

    ...entretanto já mudei de “não ser” para “(ainda) não ser” , face aos 2 pesos da balança que se vão alterando com as evidências…

    Numa outra óptica também olho para as redes sociais tipo FB, net, sms, como uma nova realidade de contacto humano que, entre outras coisas que dizes e que globalmente concordo, acrescento, também facilita o anonimato, o secretismo e consequente encenação nas relações entre as pessoas.

    “ A vida é uma peça de teatro”, C. Chaplin.
    Com estas novas ferramentas os actores passaram a ter a tarefa mais facilitada…

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  8. Nuno, desculpa que te diga mas essa tua posição tendencialmente extremista de ver a vida talvez merecesse uma revisão …
    Essa coisa de olhares para tudo a preto e branco soa-me limitativa e, quando botas sentença irreflectida sobre o assunto, potencialmente ofensiva.
    Já releste, por acaso o que escreveste? “…tem no máximo pessoas que a toleram ou que se "dão" com ela por motivos profissionais ou familiares”…
    Não me parece que, seja quem for, possa fazer uma afirmação bombástica destas, relativamente a alguém que nem conhece, partindo de uma simples afirmação.

    Ó meninos… este post não era sobre o facebook… apesar de ter sido uma conversa sobre o dito cujo que, em parte, despoletou as reflexões. Mas já que insistem, deixem-me dizer que há variadíssimas formas de se ser utilizador do mesmo.
    O que lá se “expõe”, pode ir do quase nada ao quase tudo… informações de perfil, fotografias, opiniões…
    Os “amigos” que se lá tem, podem ser meia dúzia ou milhares, ninguém é obrigado a aceitar ou a convidar ninguém…
    Há quem lá vá de vez em quando e quem lá “viva”…
    Desde divulgação de causas, recrutamento profissional, informação sobre eventos, discussão de temas, jogos, entretenimento, relações interpessoais, há lá um pouco de tudo… cada um alinha no que lhe interessa.
    Tudo (e todos…) pode ser bloqueado ou tornado invisível para não “chatear”…
    O grau de envolvimento é escolhido por cada um de nós.

    Quanto a “ser” amizade ou não… o pressuposto logo à partida parece-me não fazer qualquer sentido. As amizades é que “são” amizades.
    Tudo o resto são ferramentas ao nosso dispor, as quais podemos ou não usar.
    Os mails são amizade, o Facebook não é amizade… e o telefone, será ou não amizade?
    Não vos parece um bocado ridículo?

    Quanto à questão levantada pelo Pedro, do anonimato, do secretismo, do levar ao engano, etc… estou de acordo que as novas tecnologias de comunicação facilitam sem qualquer dúvida tudo isso o que poderá em alguns casos comportar algum “risco”.
    Mas será razão para as renegar?
    Sem elas nunca nos teríamos conhecido. ;)


    PS: Anónimo do meu coração, “Babalu” pelo que percebi é uma actriz porno (muita gente vem parar ao meu blog pesquisando pelo seu nome - cortesia do Google Analytics) HeHeHe
    E sim, aqui pode dizer-se porra á vontade. ;)

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  9. Bom, só posso ablar da minha experiência - que indiscutivelmente, é sempre a melhor de todas - nos Social Network.

    (copy/paste de um post da pessoa)

    (...)
    O primeiro foi o do liceu e depois seguiu-se o Facebook. Até à data foram só estes dois, mas já deu para ver que sou de revoadas nestas lides. Quando me interesso, e vá-se lá saber porque me interesso, vou intercalando a vida real com a net e é uma pegadeira, vício mesmo. Um dia, e sei lá eu porquê também, canso-me, quero mais a minha vida e desapareço. Depois volto aos bocados, mas a lua-de-mel do início já não volta. Não sou lá muito fiel aos SN, comporto-me como os que adoram o primeiro mês de namoro, mas só enquanto é novidade, assim que se instala a rotina, sem surpresas, flop!

    Com o do liceu, a coisa é diferente. O universo é mais restrito, somos três mil e tal, e temos parte da nossa vida em comum, com afinidades, vivências e muitas histórias. Quanto ao Facebook, não me interesso por aquilo, porque não sou solitária por natureza e não é ali que vou colmatar solidões, que não existem. Porque, se é para reencontrar amigos, não é por aí. Se nos deixámos de dar, sem cortes, é porque as nossas vidas já não se cruzam. Porque, com os meus amigos telefonamo-nos. Não é através dos SN, que combinamos seja o que for. Porque se é para arranjar mais amigos, também não serve. Gosto dos que tenho e gosto do modo natural, humano e ao acaso, com que surgem mais amigos e conhecidos, através de amigos. Porque as amizades não se fazem a pedido, constroem-se, precisam de empatias, afinidades e vivências.

    Aliás, faz-me imensa confusão aquelas pessoas com paletes de amigos, no Facebook. Pelo que já percebi, aceita-se para amigo toda a pulga careca. Eu cá não, só constam como meus amigos, as pessoas que conheço, com que partilho saídas, conversas e outros modos de contacto. Portanto, aqueles que lá estão, têm é uma grande sorte em pertencer ao meu apertadíssimo e selecto grupo, que consta no universo do Facebook. Hein? Não se sentem muito especiais? Que sorte!

    Depois, não tenho muita paciência para a quantidade de beijos, sorrisos, flores e abraços virtuais, que me querem dar. Se me querem fazer isto tudo, façam-no ao vivo e a cores! E que fui nomeada para most lovable person - logo eu, a queridinha de serviço! - e you are beautiful - isso já toda a gente sabe - e que sou impecável e tal e coiso! E aparecem-me um montes de homens, que não conheço de lado algum, em pedidos de amizade. Logo o termo "pedido de amizade" irrita-me, que coisinha mais foleirinha. Ora, ides engatar para outra paróquiazinha, sim?

    Deve ser muito bom, para divulgação de empresas, para causas - como foi o caso da Marta - para recrutamento de recursos humanos, para divulgação de festas, mas de resto, não lhe vejo maior utilidade.

    Ah! e para gente com fominha, também deve dar um jeitasso. Só que, pelo que já percebi também, ele deve haver para ali muita personagem, pessoas assim a atirar para o avatar e, após conversinha, quando resolvem encontrar-se face to face, ele deve haver muita desilusãozinha, ah pois deve.

    Mas isto, sou eu ;D

    Admito que sirva como meio de comunicação, como um Messenger, Skype, telefone, etc, mas nunca comuniquei por ali, não me dá jeito, só isso.

    P.S. Mereço o prémio do mais longo comment de sempre, vá, pode ser paletes de gente gira para adicionar ao Livro da Cara.

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  10. CR, nao se trata de renegar o q e real e existe. O que temos e de nos adaptar.

    "as especies que evoluem nao sao as mais fortes mas as que melhor se adaptam ao meio", Darwin

    MAC ...e eu campeao das citacoes...lol, nos comentarios deste post

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  11. Esta loira é uma batoteira, pffff... a comentar com posts requentados, que vergonha. ;)

    Olha, o Pedro já LOLa...
    Qualquer dia inscreves-te no Facebook... lolololololololol

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  12. Os copy/paste têm o seu mérito e dão muito trabalhinho ;D

    Pronto, como prémio do mais longo copy/paste, serve paletes de giros para adicionar ao livro!

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