terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quem conta um conto…

COM MÚSICA



O ser humano comum fofoca… e quem nunca fofocou, que atire a primeira pedra. ;)
Por fofoca entenda-se falar de pessoas e assuntos que não lhe dizem obrigatoriamente respeito, basicamente, dar notícias e comentar a vida alheia.
Está-lhe na natureza, por alguma razão existem as malfadadas revistas da especialidade.

Uns fofocam sem dúvida mais do que outros, é certo mas, se há pessoas que raramente iniciam conversas sobre terceiros, não sei se existe algum ser que nunca nelas participe.

Aqueles vão-se separar, o outro vai casar, aquela teve uma criança, teve um acidente, cortou o cabelo, inscreveu-se no curso tal, mudou de casa, adoptou um cão, pintou o tecto de beige… lol
A curiosidade é uma das características do homem e a conversa também.

Não havendo tempo suficiente na vida para aprender tudo com a experiência, a dos outros pode eventualmente ajudar-nos. Através da observação e análise daquilo que consideramos ser os seus erros poderemos evitar comete-los nós próprios. O contrário também sendo evidentemente válido e parecendo-me legítimo “copiarmos” comportamentos que pareçam trazer bons resultados.

A conversa sobre a vida alheia pode também ser valiosa como exemplo para discutir ideias. Muitas pessoas têm pudor em falar de si próprias mas, distanciando-se, conseguem argumentar teorias que poderão ser de alguma utilidade.

A experiência dos outros poderá também servir de alerta para determinado tipo de situações. Pode ajudar-nos a protegermo-nos e/ou ensinar-nos como lidar com acidentes, doenças, agressões, falcatruas, etc…

Mas, frequentemente convenhamos, serve simplesmente para se praticar aquele desporto chamado “corte e costura”… ;)
Desde que não seja feito com malícia, que não se inventem mentiras ou sejam devassados assuntos confidenciais ou íntimos, não vejo grande problema nisso.

Há no entanto um grande perigo…
Como se costuma dizer; “quem conta um conto, acrescenta um ponto”.
E se alguns falam exclusivamente daquilo que sabem, deixam claro que estão a dar uma opinião pessoal ou frisam que foi simplesmente o que ouviram dizer, outros há que extrapolam sem qualquer pudor.

Há quem acrescente o tal ponto, para dar colorido à história.
Quem tenha a presunção de conhecer os outros ao ponto de saber o que lhes vai na cabeça, de lhes atribuir pensamentos, intenções.
Quem permita que julgamentos de valor sufoquem qualquer isenção no que está a reportar.
Quem tenha uma imaginação fértil e tire ilações com demasiada leviandade.
Qualquer uma destas coisas pode facilmente levar à calúnia e à difamação...


Quem fala dos outros deveria fazê-lo com bom senso, justiça, critério e contenção, exactamente como gostaria que fizessem a seu respeito, pois suponho que ninguém seja ingénuo ao ponto de julgar que não falam também de si. ;)

1 comentário:

  1. Diz o povo, que é quem mais ordenha sempre: "Nas costas dos outros vejo as minhas". Grande pipol.
    Uma beijinha

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