COM MÚSICA
“Esperava outra coisa de ti…”
Quem já não pensou, disse, ouviu, uma coisa semelhante?!
O sentimento associado é de desilusão, mágoa, ressentimento por vezes… a pessoa em questão não esteve à altura das expectativas.
Normalmente encaramos isso como uma falha do outro, como se a “culpa” fosse dele. Será?!
Não tenho dúvidas de que existam pessoas maliciosas, manipuladoras, que se nos apresentem da forma que mais lhes convier com o objectivo de levarem a água ao seu moinho.
Acredito no entanto que sejam uma minoria absoluta.
No geral, as expectativas somos nós próprios que as criamos.
Quando conhecemos alguém, havendo empatia, começamos por tirar-lhe as medidas. Passamos depois geralmente por um test-drive, em que apalpamos terreno e, caso nos sintamos satisfeitos, avançamos para a “compra”.
Apesar de algumas pessoas serem definitivamente mais cautelosas do que outras no que diz respeito à entrega, ao grau de envolvimento inicial, embora a duração do período de “satisfeito ou reembolsado” possa variar, a certa altura do campeonato esta decisão acaba por ter de ser tomada.
Imaginemos que o leque das nossas relações é uma estante… em que, para as prateleiras inferiores, chutamos as pessoas que não temos em grande consideração, de quem não esperamos grande coisa… e nas superiores, nas que estão mais perto do coração, colocamos aquelas por quem sentimos maior admiração.
Quando sentimos apreço por alguém, tendemos a valorizar as suas facetas mais agradáveis e a subestimar as outras, ao ponto ás vezes de nem as querermos ver. Nessa perspectiva, criamos no nosso cérebro uma imagem lisonjeira da pessoa.
Quanto mais dela gostarmos, mais quereremos ver o seu lado positivo, mais alto a colocaremos na nossa estante e quanto mais alto, maior a queda.
A nossa análise do carácter e personalidade alheios não passa de uma visão pessoal e subjectiva daquilo que é efectivamente o outro.
O desenho que dele fazemos não passa de uma interpretação do que vemos, que não corresponde obrigatoriamente à realidade, ou pelo menos a toda a realidade.
Os seres humanos são criaturas complexas, ricas em características, que não conseguimos nunca apreender por completo.
Não seria inédito, ao descrevermos alguém a si próprio, este não se reconhecer. Ao pintarmos o seu retrato, se sentir nitidamente favorecido. E quantas vezes, se no lo disser, o encararemos como derivado de modéstia, não concordando com as suas contraposições.
Por outro lado, todos temos as nossas limitações. Das nossas, estamos geralmente conscientes, as dos outros podem passar-nos durante muito tempo ao lado, até que se apresente a ocasião de virem ao de cima.
Não é igualmente de menosprezar o factor mudança… Aqueles que somos hoje, podemos já não ser amanhã, a experiência de vida muda-nos, as prioridades vão-se alterando e quem está à nossa volta não se dá obrigatoriamente conta disso.
Voltando a citar George Bernard Shaw:
“The only man I know who behaves sensibly is my tailor; he takes my measurements anew each time he sees me. The rest go on with their old measurements and expect me to fit them.”
Resumindo e concluindo, geralmente as pessoas não nos decepcionam, nós é que nos decepcionamos devido a expectativas goradas. Logo, ficar chateado com o outro é perfeitamente ridículo. Por muito que nos possa custar, assumir que pudéssemos estar enganados ajuda a ultrapassar a frustração.
Querer que os outros estejam sempre à altura daquilo que esperávamos deles é utópico, é preciso manter a elasticidade de rearranjar a nossa estante ao longo do tempo e consoante as experiências que formos tendo, sem dramas, como simples constatação de factos.
As boas notícias são que ás vezes também nos deparamos com a surpresa de passar alguém para uma prateleira superior. ;)
Quem já não pensou, disse, ouviu, uma coisa semelhante?!
O sentimento associado é de desilusão, mágoa, ressentimento por vezes… a pessoa em questão não esteve à altura das expectativas.
Normalmente encaramos isso como uma falha do outro, como se a “culpa” fosse dele. Será?!
Não tenho dúvidas de que existam pessoas maliciosas, manipuladoras, que se nos apresentem da forma que mais lhes convier com o objectivo de levarem a água ao seu moinho.
Acredito no entanto que sejam uma minoria absoluta.
No geral, as expectativas somos nós próprios que as criamos.
Quando conhecemos alguém, havendo empatia, começamos por tirar-lhe as medidas. Passamos depois geralmente por um test-drive, em que apalpamos terreno e, caso nos sintamos satisfeitos, avançamos para a “compra”.
Apesar de algumas pessoas serem definitivamente mais cautelosas do que outras no que diz respeito à entrega, ao grau de envolvimento inicial, embora a duração do período de “satisfeito ou reembolsado” possa variar, a certa altura do campeonato esta decisão acaba por ter de ser tomada.
Imaginemos que o leque das nossas relações é uma estante… em que, para as prateleiras inferiores, chutamos as pessoas que não temos em grande consideração, de quem não esperamos grande coisa… e nas superiores, nas que estão mais perto do coração, colocamos aquelas por quem sentimos maior admiração.
Quando sentimos apreço por alguém, tendemos a valorizar as suas facetas mais agradáveis e a subestimar as outras, ao ponto ás vezes de nem as querermos ver. Nessa perspectiva, criamos no nosso cérebro uma imagem lisonjeira da pessoa.
Quanto mais dela gostarmos, mais quereremos ver o seu lado positivo, mais alto a colocaremos na nossa estante e quanto mais alto, maior a queda.
A nossa análise do carácter e personalidade alheios não passa de uma visão pessoal e subjectiva daquilo que é efectivamente o outro.
O desenho que dele fazemos não passa de uma interpretação do que vemos, que não corresponde obrigatoriamente à realidade, ou pelo menos a toda a realidade.
Os seres humanos são criaturas complexas, ricas em características, que não conseguimos nunca apreender por completo.
Não seria inédito, ao descrevermos alguém a si próprio, este não se reconhecer. Ao pintarmos o seu retrato, se sentir nitidamente favorecido. E quantas vezes, se no lo disser, o encararemos como derivado de modéstia, não concordando com as suas contraposições.
Por outro lado, todos temos as nossas limitações. Das nossas, estamos geralmente conscientes, as dos outros podem passar-nos durante muito tempo ao lado, até que se apresente a ocasião de virem ao de cima.
Não é igualmente de menosprezar o factor mudança… Aqueles que somos hoje, podemos já não ser amanhã, a experiência de vida muda-nos, as prioridades vão-se alterando e quem está à nossa volta não se dá obrigatoriamente conta disso.
Voltando a citar George Bernard Shaw:
“The only man I know who behaves sensibly is my tailor; he takes my measurements anew each time he sees me. The rest go on with their old measurements and expect me to fit them.”
Resumindo e concluindo, geralmente as pessoas não nos decepcionam, nós é que nos decepcionamos devido a expectativas goradas. Logo, ficar chateado com o outro é perfeitamente ridículo. Por muito que nos possa custar, assumir que pudéssemos estar enganados ajuda a ultrapassar a frustração.
Querer que os outros estejam sempre à altura daquilo que esperávamos deles é utópico, é preciso manter a elasticidade de rearranjar a nossa estante ao longo do tempo e consoante as experiências que formos tendo, sem dramas, como simples constatação de factos.
As boas notícias são que ás vezes também nos deparamos com a surpresa de passar alguém para uma prateleira superior. ;)
Ola, venho felicitar-te pelos teus textos identifico-me com muitos deles este em particular...estou numa fase mais negra e penso exactamente como escreves-te neste texto..nem sempre é facil ultrapassar a desilusao muito menos quando se aprendeu a amar tanto alguem e que com ela se sonhou e de um momento para o outro vermo-nos a cair d uma altura impensavel...nao sei se sera certo pensar desta maneira mas neste momento penso que o melhor é nao esperar-mos nada de ninguem, assim evitamos desilusoes constantes e uma insaciavel procura da perfeiçao.
ResponderEliminarAC
Antes do mais, obrigada. ;)
ResponderEliminarNão vejo as coisas assim tão a preto e branco... não esperar nada de ninguém parece-me um bocado radical... procurar a perfeição é utópico... lol
Quanto a mim basta abrirmos a pestana e manter as expectativas num nível o mais realista possível.
;)
faltou a musiquinha neste?
ResponderEliminarNão... ela estava lá... mas volta não volta retiram-nas do Youtube... e como são links... :(
ResponderEliminarBuááááááááááá
lol