sexta-feira, 22 de julho de 2011

Faz aos outros...

COM MÚSICA



“Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti”.
Máxima tantas vezes apregoada mas tão pouco posta em prática...
Parece que, quando lhes toca a elas, as pessoas acham sempre que “é diferente”, que é legítimo fazer aquilo que as faria a si próprias saltar dos carretos.

No Natal, época em que evito frequentar centros comerciais pois sou alérgica a multidões, tive mesmo de me sujeitar a lá ir, à “hora de ponta”, já nem me lembro porquê.
Andei mais de meia hora ás voltas, a deitar fumo pelas orelhas, à procura de lugar para o carro, quando finalmente, num corredor, vi que estavam não um mas dois prestes a sair.

À minha frente estava outro carro já com o pisca para o lugar que se ia libertar à direita. Pus o pisca para “reservar” o da esquerda e esperei.
Quando o da direita saiu, apareceu um carro desenbestado lá de trás, que num ranger de pneus, nos ultrapassou, se atravessou à frente do outro e lhe “roubou” o lugar.
A senhora não esteve com meias medidas, guinou para a esquerda e ficou com aquele de que eu estava à espera.

Pensei que não me tivesse visto. Qual não foi o meu espanto quando, depois de estacionar, me veio pedir desculpa pelo facto.
Confesso que teria ficado menos admirada se tivesse seguido directa para o Shopping.
O facto de se dar ao trabalho de se justificar, afirmando que só me tinha feito aquilo porque também lho tinham feito a ela é que me baralhou. Um reconhecimento de “culpa” sem qualquer sentimento da mesma...
Estava nitidamente furiosa com o outro tipo, mas não hesitou um segundo para seguir o seu exemplo.

Este tipo de postura é o pão nosso de cada dia e, na minha opinião, tá mali.
Não devemos ter bitolas diferentes para nós e para os outros.
Se conseguíssemos pelo menos não fazer aos outros o que não gostamos que nos façam a nós, o mundo já seria um sítio muito melhor, mais justo, mais equilibrado...

Mas eu vou um bocadinho mais longe, sugerindo que façamos aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós. ;)
A primeira  é uma atitude passiva, a segunda requer sem dúvida algum esforço, na minha opinião grandemente recompensado.

Pensem na vossa infância, no que foi e no que gostariam que tivesse sido e proporcionem-no aos vossos filhos. Pensem nas vezes em que penaram por não vos “fazerem” alguma coisa e façam-na vocês a quem estiver na mesma situação. Pensem no que vos dá prazer, vos alivia, vos faz sentir mimados e distribuam-no à vossa volta.
Não esperem que vos peçam, adiantem-se, cheguem-se à frente. Criem uma rede de atenção e carinho, na qual se sentirão seguramente muito melhor do que se só olharem para o vosso próprio umbigo.
Dar,  seja o que fôr, tempo, atenção, apoio, ajuda, é extremamente gratificante. Estar atento aos outros e fazer o que estiver ao nosso alcance para os fazer sentir bem, por muito pequeno que seja o gesto, faz-nos sentir pessoas melhores. ;)






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