terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O meu popó

COM MÚSICA



Quando vivíamos em Lisboa, tínhamos um só carro, que passava a maior parte do tempo estacionado à porta.
A mudança para cá fez com que tivéssemos de comprar outro, sendo impossível (que é como quem diz “muito chato”) viver por estas bandas sem locomoção própria.

Assim, estando já nessa altura as vacas muito magrinhaaas, comprámos uma biatura em segunda mão, num estado absolutamente miserável, pelo que nos fizeram um desconto considerável.
A aquisição transformou-nos em alegres proprietários de dois chaços velhos, mas perfeitamente funcionais. Que mais se pode querer?!

Os anos foram passando… as vacas continuaram a tender para o anoréctico… e os carritos foram atingindo as provectas idades de 14 e 19 anos.
O mais velhote, um Pagero, consideramos que tem a obrigação de durar “uma vida”. Assim vamoziu tratando com muito amor e carinho e continua aí para as curvas (e contra curvas e lombas e calhaus e praias de Porto Covo… hehe).

A Zafira, tadinha, vinha muntooo maltratada da antiga dona. Parecia um daqueles cãezinhos que se vão buscar ao canil para não serem abatidos… Nem vale a pena mencionar o que gastámos em veterinário desde que a acolhemos.
A realidade é que estava com um pé para a cova. Mais do que uma vez nos deixou a meio de uma viagem, recusando-se a prosseguir caminho. Nunca sabíamos se efectivamente chegaríamos ao destino, pelo menos na sua garupa.

Conclusão, comprámos um carro novoooooooo!!! :)))

Quando anunciamos isto, regra geral as pessoas comentam “estão ricos… a vida corre-vos bem…”
Pois que não e foi esta a razão que me levou a escrever um post sobre o assunto.  
Passo a explicar…

A primeira parte é “técnica” e talvez possa ajudar alguém com este raciocínio:
Basicamente, fiz uma pesquisa e cheguei à conclusão de que, a maioria dos carros de hoje em dia, consome metade do que gastava a negra besta.  
Depois de me informar sobre preços e ofertas de mercado, sentei-me a fazer continhas e cheguei à conclusão de que a diferença do que vamos gastar em gasolina é suficiente para pagar uma prestação a 96 meses.
Demos o chaço de entrada mas reservámos parte do dinheiro para pagar a primeira prestação, que é sempre mais cara por causa das despesas de processo.
Fizemos um seguro contra todos, a pagar mensalmente em vez de anualmente, diluindo assim a dolorosa.
E eis-nos felizes proprietários de um magnifico “Ferrari” C1 vermelhinho, lindo, lindo… :)))

Ok, passámos de cavalo velho para burro novo, é um facto.
Tínhamos um carro de sete lugares, com um porta bagagens onde dava para dançar o tango, computador de bordo e todo o tipo de mariquices, que substituímos por quatro míseros assentos (apertados), um porta-luvas traseiro e indicador de velocidade.
Mas, digo eu, mais vale burro a trotar do que cavalo morto. ;)

Sobretudo, é impressionante (apesar de estupidamente material) a lufada de ar fresco que veio trazer ás nossas vidas… A ilusão de prosperidade que proporciona. A sensação de que as coisas afinal não estão assim tão mal. Já sem falar da confiança no veiculo que nos irá transportar.

Não comprava um carro novo há 25 anos!
Já não me lembrava do cheirinho, dos tapetes imaculados, da carroçaria a brilhar… quando o fui buscar estava tapado com um feltro para não lhe porem dedadas… lol
O nosso filhote tinha imensa vergonha do nosso antigo “amolgado”. Sobretudo quando o estacionava na escola ao lado de outro igualzinho mas que não está colado com cuspo…
Hoje, quando o fui deitar, disse-me: “que bom, amanhã vou para a escola”. Quando estranhei a afirmação, explicou: “… no carro novo.”

Hoje é Natal cá em casa! :)))














2 comentários:

  1. Parabéns !

    É bem giro e o vermelho ainda mais bonito que o "vermelho Ferrari". Claro está que num Ferrari só consegues mesmo levar 2 pessoas e aqui neste podes fazer uma festa a 5 e ainda alguns animais nos compartimentos anexos.... quero dar uma voltinha....

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  2. Erro, posso fazer uma festa a 4 e animais nos compartimentos anexos, só se forem praí hamsters... lol
    Voltinha prometida. ;)

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