sexta-feira, 6 de abril de 2012

Minha vida, minha responsabilidade

COM MÚSICA


A esmagadora maioria das coisas que nos “acontecem” na vida são consequência, directa ou indirecta, dos nossos actos.
A todo o momento somos confrontados com pequenas ou grandes decisões que irão determinar o nosso caminho. Tudo aquilo que fazemos ou dizemos ou, pelo contrário, optamos por não fazer ou dizer, irá de alguma forma alterar o nosso futuro.

Embora, dito assim, isto possa parecer uma verdade de La Palice, a realidade é que muitos não se dão realmente conta de até que ponto a sua vida está efectivamente nas suas mãos.

Muitas destas causas/consequências são difíceis de analisar, há no entanto quem nem sequer se dê ao trabalho de o tentar fazer.
As pessoas não gostam geralmente de falar em “culpas”, a realidade é que muitas das coisas que nos acontecem são “culpa” nossa, sim, de uma forma ou de outra.
Alguns conseguem ver isso claramente, outros sacodem a água do capote e culpam o Cavaco, o Socrates, o vizinho, o tempo, a sorte… ;)

Era bom que conseguíssemos constantemente ter a atitude correcta, fazer a escolha certa, dizer a coisa adequada… infelizmente e por variadíssimas razões nem sempre assim é. Afinal de contas “errar é humano”.
Podemos ter mil e uma desculpas, justificações, atenuantes, para a merda que fazemos, mas uma coisa é quase certa, se não a encararmos como tal, é meio caminho andado para a repetirmos.

Identificar e assumir a responsabilidade pelos nossos actos parece-me portanto uma postura fundamental para que possamos evoluir e evitar futuros erros.
Apesar de também o considerar importante, não estou a falar de assumir perante os outros mas, sobretudo e antes do mais, para nós próprios.

O meu filho comeu lindamente até ao ano de idade, altura em que tudo mudou drasticamente e cheguei a pô-lo na cama há noite com um Danoninho no bucho, sem que tivesse comido mais nada o dia inteiro.
Stressei pra caraças transformando assim a hora das refeições num verdadeiro inferno, tanto para mim como para ele.
Quando me dei conta do meu erro, o mal já estava feito e só agora, com a sua entrada na pré-adolescência, a situação está a melhorar.
Podia simplesmente concluir que era um pisco e encolher os ombros.
No entanto, embora não tenha sem dúvida provas disso, estou profundamente convencida de que foi a minha atitude que gerou este mini-drama.
Assim, se tivesse tido outro filho, teria certamente reagido de uma forma totalmente diferente, para tentar evitar este tormento que durou quase dez anos.

Todos conhecemos certamente casos de pessoas que, no tempo das vacas mais rechonchudas, tinham uma rica vida e estão neste momento a fazer mais furos no cinto. Algumas delas, no entanto, viviam nitidamente acima das suas possibilidades, acumulando créditos ou dívidas. Agora culpam a crise. Ou pais que se descartam completamente da educação dos filhos e depois culpam a escola. Gente que se envolve sucessivamente com as pessoas “erradas” e depois culpa o outro da relação não ter dado certo. Malta que anda sem cinto de segurança ou capacete e depois culpa a mancha de óleo na estrada. Etc, etc, etc…

Não temos sem dúvida total controlo sobre as nossas vidas, não conseguimos prever tudo, não podemos garantir de antemão que estamos no caminho certo.
Podemos no entanto analisar os nossos erros e tentar não os repetir.
Só o conseguiremos no entanto fazer se os assumirmos como tal e aceitarmos carregar nos ombros a responsabilidade das suas consequências.




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