sábado, 6 de julho de 2019

A MINHA ARTE




   Quando, há cerca de dois anos, decidi atirar-me de cabeça, aventurando-me no mundo das artes, fartei-me de procurar o significado da palavra. Não consegui encontrar uma definição “universal” do que é a arte, só opiniões diversas. Pessoalmente não tenho opinião formada sobre o assunto, só sei que é o que quero fazer para o resto da minha vida.
   Encaro, no entanto, esta recém descoberta vocação de forma completamente diferente do que provavelmente o teria feito se a tivesse descoberto na juventude. Quando temos a vida pela frente, cheios de sonhos, de objectivos, parecemos uns touros, levamos tudo à frente. Se tivesse vinte anos, estaria provavelmente a candidatar-me a tudo quanto é concurso, a sonhar com exposições internacionais, a tentar ganhar nome no meio. Só que entretanto percebi o que, para mim, é realmente importante na vida e fama e riqueza estão longe do topo da lista.
   Como não me farto de repetir neste blog, há muito que me dei conta de que a coisa mais preciosa que temos na vida é o tempo, não só o nosso como o que partilhamos com os outros. É finito e  não sabemos quando se esgotará, pelo que o melhor é aproveita-lo bem. O meu, quero gasta-lo na companhia das pessoas de quem gosto, mantendo um ritmo de vida pouco acelerado, quero gozar a minha casa, a minha família, os meus animais, as minhas plantas.
   Se não tivermos muito cuidado, uma vocação engole-nos. Dantes, ai de quem me falasse de trabalho nos momentos de lazer. Ficava logo virada do avesso, ansiosa, desconfortável. Hoje em dia a minha cabeça não trabalha, diverte-se, só ao meu corpo pesa a actividade. Sou eu que agora me torno chata, sempre a falar dos meus projectos. 
   Trabalho muito, muito mesmo, trabalho muitas horas por dia, todos os dias. Quando não estou a “fazer” estou a criar na minha cabeça, a planear, a investigar, a estudar, a organizar, a divulgar.  Nunca antes tinha tido quaisquer problemas de sono, agora tenho agora terríveis “insónias criativas”, como lhes chamo. Dei-me conta no outro dia de que adquiri uma adicção, não sou capaz de passar um dia sem meter mãos à massa, sem fazer alguma coisa. Uma amiga tem a teoria de que é o meu equivalente de meditação.
   A realidade é que, a ideia de voltar a fazer seja o que for na vida que não seja isto, não é para mim opção. Descobri uma parte do meu ser que desconhecia e que não quero voltar a perder. Hei-de fazer tudo o que estiver ao meu alcance, apostar tudo o que tiver para apostar, para levar a água ao meu moinho, para conseguir um dia viver da minha arte, humildemente, sem luxos, holofotes ou manias das grandezas.
   Apesar de ainda ter muito para aprender, aliás, na minha opinião, devemos aprender até morrer, dei agora nitidamente um salto na direcção de uma identidade como artista. De todas as técnicas que utilizo, a feltragem molhada é, sem qualquer sombra de dúvida, a minha preferida. Ultimamente, não tenho praticamente feito outra coisa. Estou, neste momento, a preparar a minha próxima exposição, que será no final de Setembro. Partilharei detalhes mais tarde, dado que ainda estou em combinações com a galeria. Irá chamar-se “Lã & Luz” e será uma colecção de peças iluminadas. Não sei se será um resquício dos meus tempos da fotografa ou uma inspiração do que me vai na alma, no coração, sinto-me iluminada por dentro, com um quentinho bom como o da lã…
   Se não conhece ainda o meu trabalho, pode passar a conhecê-lo no meu site, onde encontrará também links para as redes sociais. Gostos e partilhas são muito bem vindos. ;) Quer já esteja familiarizado com ele ou não, sugiro que venha ver as minhas peças ao vivo, pois faz toda a diferença.
   Dedico este post a todos aqueles que possam ainda estar à procura do seu chamamento. Sejam pacientes, nunca é tarde e sabe bem em qualquer altura. ;)


  
  

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