domingo, 18 de março de 2007

United colors of Benetton

“Todos diferentes, todos iguais...”

Com o passar dos anos vamo-nos apercebendo cada vez mais das diferenças abismais que há entre as pessoas...
Começamos por perceber que os esquimós e os africanos são completamente diferentes, mais tarde damo-nos conta de que não temos nada a ver com o nosso vizinho do lado.
Ora isto, estupidamente, muitas vezes causa problemas.

As pessoas têm uma certa tendência para julgar os outros pela sua bitola, não compreendendo que se pode ser feliz de muitas maneiras.
O que resulta para uns pode não funcionar para outros.
Cada um tem as suas características, o seu passado, a sua educação, os seus gostos, e tem de jogar com isso para viver uma vida harmoniosa.

Não pomos em questão o modo de vida dos tais esquimós ou africanos porque são radicalmente diferentes dos nossos e sobretudo porque estão longe, não interagem connosco.
Os problemas aparecem em geral nos tons de cinzento ou se preferirem, “em casa”, no mundo em que nos movemos.
Muitas vezes criticamos, desprezamos, certos modos de vida, na realidade tão válidos como o nosso, simplesmente porque não nos conseguimos identificar com eles.
Como se o nosso caminho fosse único, como se todos se devessem reger pelo mesmo molde.

É evidente que todos observamos diferenças nos outros.
Há os arrumados e os desarrumados. Há os organizados e os desorganizados. Os caseiros e os que não param no mesmo sítio. Os madrugadores e os noctívagos. Os que gostam de animais e os que não os suportam. Os vegetarianos, os “carnívoros”, os desportistas, os sedentários, os intelectuais, os manuais... enfim...
Se tomarmos em consideração que “a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros”, se houver respeito mutuo, porquê incomodar-se com as ditas diferenças?
Ou seja, onde estou a querer chegar é a que há uma tendência para nos “metermos onde não somos chamados”, para criticar aquilo que não nos diz respeito.

Não estou evidentemente a falar dos casos em que as diferenças chocam, em que alguém é “agredido” pelas características de outrem.
Eu pessoalmente sou extremamente arrumada. É óbvio que se alguém vier gerar o caos em minha casa, não gramo, fico chateada, claro que fico chateada...
Agora que me importa a mim o que essa pessoa faz em casa dela?
Que tenho eu a ver com isso?
É neste sentido que tenho estado a falar e que tenho notado que reina uma grande intolerância por aí.

Se eu ajo da forma A, então os que ajem da forma B são umas bestas, uns idiotas, mesmo que na pratica não “choquem” comigo em nada.
São umas bestas simplesmente porque são diferentes, porque não subscrevo a sua maneira de ser. Porque não concordo com a sua maneira de agir.
Matou? Roubou? Fez mal a alguém?
Não, mas é diferente e isso irrita-me...

Este tipo de atitude faz, infelizmente, com que certas relações que até poderiam ser boas para ambas as partes, azedem e ás vezes até apodreçam...

2 comentários:

  1. Eu costumo dizer que cada pessoa tem o seu mapa do mundo. O meu mapa é diferente do teu; a Francisca qd crescer vai tb ter o seu mapa do mundo que será diferente do meu.

    Quando se tem a noção que o nosso mapa do mundo não tem de ser igual (e nunca é) ao da outra pessoa e que podemos todos conviver dentro dos nossos mapas do mundo em harmonia, sem querer desenhar os mapas dos outros então aprendemos a conviver bem com as diferenças.

    Todos diferentes Todos iguais!

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  2. PARABÉNS AO PEDRO E AOS PAIS DELE!!!!

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