segunda-feira, 9 de junho de 2008

Altos voos

COM MÚSICA

Ontem saltei de um avião a 4.000mts de altitude…
:)
Ok pronto, “saltei” não está própriamente correcto… digamos antes “saltaram-me”… LOL…
Uma amiga ofereceu-me um Tandem…
Há muito tempo que queria fazer isto… foi ontem, foi ontem!!!
Não me perguntem o que me deu… Se alguém me oferecesse um passeio de espeleologia teria também de me oferecer o primeiro prémio do Euromilhões e nem assim estou segura de que aceitasse…
A realidade é que era um desejo já muito antigo, sempre pensei que gostaria de experimentar a queda livre. Não consigo sequer perceber porquê visto que tenho vertigens em cima de um escadote, fico com as pernas a tremer se me aproximo do parapeito de uma varanda alta e não gosto especialmente de aviões…
Ambos os meus pais estiveram “metidos” no mundo da aeronautica, avionetas, planadores… e nunca lhes consegui entender a atracção.
Asas Delta, Bungie Jumping … tb nunca me senti tentada.
Os ares e as alturas não são comigo… mas qualquer coisa no paraquedismo sempre me susurrou ao ouvido.
Se não fosse esta minha amiga provávelmente nunca teria passado daí.
Uma coisa é o que se diz/pensa e outra o que se faz… como aliás comentei no meu último post… LOLOLOLOLOLOLOLOL
A realidade é que acabei mesmo por passar da teoria à prática e que adorei.
(mais uma vez obrigada Martinha !!!)
No entanto, a razão pela qual menciono o episódio neste blog é a seguinte: em nenhum ponto do processo eu senti qualquer tipo de medo, de receio, de ansiedade, de nervosismo…
Não é normal!
A sério… eu não acho normal.
Acho mesmo tão anormal que estou farta de pensar sobre o assunto…
Quem é que, no seu perfeito juizo, ainda por cima responsável e conscienciosa como eu sou, se presta a uma “aventura” destas sem sequer ter um arrepio?!

Quando comecei a pensar no assunto não passava de uma ideia.
Quando me foi feito o convite fiquei entusiasmada, mas demorou muito tempo entre este e a coisa se concretizar de facto.
Quando marcámos a data fiquei á espera do momento em que iria aparecer o nervoso miudinho.
Na vespera fui para a cama calma e serena como se o dia seguinte fosse um dia qualquer.
No dia levantei-me e fui sosinha para Évora, como se fosse fazer um passeio…
Estive no entanto sempre à espera do momento em que iria começar a stressar.
Aproximou-se a hora, equipei-me, recebi o briefing, e nada…
Entrei para o avião com a mesma descontracção com que entraria num avião da Tap.
Começámos a subir, abriu-se a porta, os outros saltaram…
Saltámos nós, finalmente, e apreciei todo o salto (que infelizmente passa num instante… parece que com a repetição se consegue apreciar melhor…) sem qualquer tipo de receio… foi só prazer, curtição… nem sequer senti o famoso “chuto de adrenalina”…
Continuando a não achar normal, mesmo depois do facto consumado, pensei, pensei… e acho que percebi.
E não só acho que percebi, como acho que se aplica a montes de coisas da vida…
Acho que estavam reunidas três condições, que fizeram com que esta minha experiência fosse totalmente gratificante e serena.
1º- Como já disse era uma coisa que me atraía, que há muito tempo queria fazer. Não foi um desafio, uma aposta, uma promessa… fi-lo porque o queria fazer, porque achava que ia gostar… basicamente porque me dava pica.
2º- Tenho uma extrema confiança na pessoa que me ofereceu o dito tandem. Disse que era perfeitamente seguro e eu acreditei piamente.
3º- Ouvi atentamente durante meses as suas explicações sobre a actividade. Falou várias vezes sobre os acidentes, que só acontecem ou por muito azar ou porque as pessoas tomam riscos excessivos.
Somei dois e dois. Tudo fez sentido. Cheguei portanto há conclusão de que corria provávelmente mais riscos ao ir para lá de carro… ;)
De repente fez-se luz…
Quando nos metemos em alguma coisa, seja o que fôr, um negócio, uma viagem, sei lá… se estas três condições estiverem presentes corre tudo bem, sem espinhas, sem medos, sem ansiedades…
Se fizermos as coisas porque queremos, porque nos atraem…
Se tivermos confiança nas pessoas com quem o fazemos…
Se racionalmente a coisa fizer sentido…
Então não há lugar para receios.


3 comentários:

  1. Kápamim, gostaste foi de ir por ali abaixo muito agarradinha ao senhor paraquedista.

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  2. Se eu não soubesse que "o senhor paraquedista" cá vem de vez em quando eu respondia-te... LOL

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  3. LOLLLLLLLLLLLL
    Amei!
    Claro!

    Fico hiper contente quando alguem vem fazer um tandem! E adorei 'agarrar-te' as mãozinha durante a queda ;)

    O voo em queda livre é viciante, a pessoa começa por estranhar depois entranha-se de uma forma visceral, impossivel de resitir!

    Quanto ao senhor paraquedista que vem cá de vez em quando, se bem o conheço ele também não se importou nada de ter ter por baixo dele!!!

    Take air!

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