COM MÚSICA
Há coisas nas nossas vidas, emoções, ideias, opiniões, actos, etc, que nem sempre são fáceis de assumir. Se perante alguns o conseguimos fazer, perante outros a coisa já custa bastante mais.
As razões dessa dificuldade podem ser diversas… termos a noção de que são uma falha de coerência entre o que apregoamos e o que praticamos, a sensação de termos falhado algures, o não gostarmos de pedir desculpa, a consciência de que poderemos magoar ou ofender alguém, a vontade de agradar ou de nos enquadrarmos, orgulho, medo da exposição, etc.
Viver segundo as nossas convicções, conscientes dos nossos pontos fortes e das nossas fraquezas, aceitar que não somos perfeitos, reconhecer que cometemos erros e desculpar-mo-nos por eles se for caso disso, interiorizar que não se pode agradar a Gregos e a Troianos, ter a noção de que nem toda a gente irá gostar de nós, não são posturas fáceis, não senhores…
A vida é no entanto, a meu ver, para ser enfrentada com coragem… Acredito que se tivermos uma coluna vertebral sólida, apesar dos dissabores que possamos enfrentar pelo caminho, no fim sairemos sempre a ganhar.
Acredito que retidão e frontalidade sejam trunfos fortes nas relações humanas.
Não defendo a “verdade a qualquer custo”, lá porque sentimos, pensamos ou fizemos alguma coisa, não temos obrigatoriamente de a publicar no jornal.
A noção de diplomacia é, sem dúvida, um trunfo importante para quem vive em sociedade. Não podemos fazer ou dizer tudo o que gostaríamos, temos de nos adaptar ás situações.
Como tal, todos temos várias faces, é natural, mudamos consoante as pessoas com quem estamos a lidar.
Uma coisa, no entanto, é mudar de tom de voz, de vocabulário ou de tema de conversa… outra é mudar como se de outra pessoa efectivamente nos tratássemos.
A este fenómeno costuma chamar-se sonsice.
Sou de opinião que, em termos de carácter, devemos investir no longo prazo. Tive ocasiões várias de comprovar que, o que fazemos para remediar as situações agora, optando pela solução mais fácil, que menos nos custa, que menos trabalho nos dá, acaba frequentemente com o famoso tiro pela culatra.
Por outro lado, a mentira (neste caso a sonsise) tem a perna curta.
O sonso tem geralmente uma que outra testemunha da sua sonsice.
Para além da figura de urso, que evidentemente faz quando é topado nestes esquemas, o que em si só não me parece muito grave, estará potencialmente a provocar dois efeitos altamente danosos em termos de relações humanas.
O primeiro só o lesa a si. Torna-se difícil confiar numa pessoa com várias caras, com várias palavras, com vários sorrisos, consoante a circunstância… o mais natural é que, ao se darem conta disso os outros fiquem de pé atrás.
O segundo, é o facto de frequentemente transformarem em bodes expiatórios aqueles que, contrariamente a si, têm a coragem de pegar a vida de caras. Escondendo-se atrás das suas costas largas, beneficiando das suas atitudes, sem terem de suportar as consequências dos seus actos. Pode ser o melhor de dois mundos mas, meus amigos, que é muito cobardolas, ai isso é.
E ainda há quem ache os sonso kiduchos… quem os ache uns espertalhões… quem aprecie este joguinho das caraças… há sem dúvida gostos para tudo.
Hum...o sonso é o perfeito cobarde disfarçado de bem resolvido, essa é que é essa.
ResponderEliminarNão sei se há disfarce possível para a sonsice... lol
ResponderEliminarDisfarce há, afinal fala é de um sonso que se fala mas é a tal história, os Outros não são palermas e não compensa, pensamos nós ;)
ResponderEliminargosto a brava da musica!
ResponderEliminar