Não sei se terá passado pela cabeça de algum
de nós a possibilidade de vir a viver o que vivemos neste momento. Num abrir e
fechar de olhos, quase sem pré-aviso, encontramo-nos perante um cenário
apocalíptico. Parece que, estilo Rosa purpura do Cairo
mas ao contrário, entrámos para um daqueles filmes catástrofe de qualidade
duvidosa. Julgo que não restem dúvidas para ninguém de que isto é mau e de que o
pior ainda está para vir.
Apesar de ser uma situação que, pela sua
globalidade, nenhum ser humano vivo tinha experienciado até ao momento, não é a
primeira pandemia
que a humanidade enfrenta. A realidade é que nenhum de nós sabe como encarar
uma situação destas e isso pode tornar-se aterrorizador, mais do que a própria
doença. Acredito que, mais do que nunca, todos vivamos numa autêntica montanha russa
emocional.
Cada um terá a sua forma de lidar com esta
provação. Partilho convosco a minha, as 3 regras de ouro que muito me têm
ajudado a não descarrilar, a não ceder aos ataques de ansiedade e angústia que
me batem regularmente à porta.
A primeira é não lhes dar importância. Dada
a gravidade da situação, é mais do que natural que nos assaltem, a sua duração e
intensidade dependem no entanto de nós. Neste ponto do campeonato há que
assumir que a humanidade está em sofrimento, que não há como escapar-lhe e,
como tal, enfrenta-lo com coragem. Não é tempo para pieguices. Doi?! Aguenta! Dói
ter um filho, partir uma perna, perder alguém que nos é querido, sentir amor
não correspondido, a vida está cheia de dor… eventualmente passa. Tenhamos
sempre presente que por cima das nuvens o céu está azul e o sol brilha. A pior
coisa que podemos fazer são conjecturas sobre o futuro. Adivinhamo-lo muito difícil
mas, no que toca a detalhes, a nossa imaginação apresentar-nos-á mil e um
cenários dantescos, a maior parte dos quais não se virá a concretizar. Este é
o momento de seguir a sábia frase; prognósticos, só depois do jogo!
A segunda é; não se pré-ocupem, ocupem-se. Ocupem-se
muito, não se deem descanso, não baixem os braços. Quer andem na rua (por não
terem outra opção, espera-se) ou estejam fechados em casa, há sempre muito que possam
fazer. Passar o dia colados às notícias não me parece, nitidamente, a opção
mais saudável. Limpem, arrumem, organizem, criem, inventem, estudem, mas não parem,
não se entreguem ao ócio. Dediquem-se áquilo que antes não tinham tempo para
fazer. Aprendam coisas novas, explorem a vossa curiosidade, os vossos dotes, ponham
projectos em marcha. Cansem o corpo e ocupem a mente, não deixem espaço para o
disparate, para pensamentos parvos que não levam a lado nenhum.
Finalmente, calma aí com o distanciamento social.
Podem estar momentaneamente proibidos os abraços e os beijinhos mas as palavras
continuam a ter uma enorme importância, um enorme peso. Não se isolem, não se
afastem, continuem a relacionar-se, mesmo que à distância. Temos o privilégio
de, neste sentido, viver numa época maravilhosa, com uma série de ferramentas
ao nosso dispor. Aproveitemo-las, não para ajudar a difundir fake news, ou
espalhar o pânico mas para nos apoiarmos uns aos outros. Para compreendermos
que estamos todos no mesmo barco e não nos sentirmos sós. Para conservarmos o
imprescindível calor humano.
Não sei se, tal
como alguns esperam, o mundo vai mudar para melhor a seguir a isto, dado que
Mas
COM MÚSICA
Obrigada querida Cris, por tão bem sintetizares "and put it words", o que nos vai indo pela alma estes dias, falo por mim. Muaaaaa
ResponderEliminar:)
EliminarBjsss