domingo, 18 de novembro de 2007

Vira o disco e toca o mesmo...

Ia comentar os últimos comentários do post anterior mas dei-me conta de que tinha tanta coisa para dizer que o melhor mesmo era escrever novo post sobre o assunto...

Devo começar por dizer que estou muito contente com a quantidade de comentários que este Blog tem recebido ultimamente, é muito gratificante, fico feliz... LOL
Dito isto é impressionante verificar como a ideia de que a felicidade é uma escolha parece tão óbvia para alguns e tão inacreditável para outros...

Muitos afirmam querer atingir a felicidade, como se esta fosse uma meta...


Eu partilho a opinião de que a felicidade é "aqui e agora" e não "um objectivo a ser trabalhado".

Nem sempre me considerei feliz, ou tive noção de que o era e de que continuar a se-lo dependia quase só exclusivamente de uma escolha minha, de uma atitude, de uma forma de ver a vida, tão simples quanto isto... Acho que a partir do momento em que tomamos consciência deste facto tudo muda. E isto dá-se com um Clic...

Julgo que seja ponto assente que, por muito que tudo isto faça sentido para nós, pode haver circunstancias que alterem drasticamente este estado de felicidade. Falou-se por exemplo da morte de um filho mas pode haver outras e diferentes de individuo para individuo.

Mas relativamente a este assunto gostava de vos contar uma história:
Tive uma aluna que tinha três filhos, o mais novo era deficiente profundo.
Antes de saber que estava grávida teve uma forte constipação e tomou um remédio qualquer que basicamente destruiu o cérebro do bebé.
Este, na altura em que conheci a mãe, tinha cerca de quinze anos, estava colado a uma cama desde que nasceu, era cego e tinha recorrentemente problemas respiratórios que o mandavam de urgência para o hospital.
Perguntei à mãe se ele a reconhecia, ao que ela respondeu "acho que sim"...
Não consigo sequer começar a descrever o que esta resposta provocou em mim... não estamos a falar de uma pessoa com amnésia, esta mãe não tinha a certeza absoluta de que o filho fizesse distinção entre ela e as outras pessoas que tratavam dele pois não tinha qualquer tipo de reacção. Dizia ela que de vez em quando lhe escorria uma lágrima pela cara abaixo, logo alguma emoção devia sentir...
Quando fiz um comentário em como aquela situação devia ser horrível para ela, respondeu-me:
"Sim, é duro, mas não podemos dar demasiada importância a estas coisas, senão como é quando for uma coisa realmente grave?"


Ainda hoje me pergunto o que será uma coisa grave para esta senhora...
A realidade é que, digo eu que não a conheci tão bem como isso ;) , ela tinha de facto um ar feliz. Não acredito no entanto que levasse o filho para o hospital, entre a vida e a morte, de "sorriso nos lábios".

A felicidade vem de dentro para fora, alguém dizia que "viu razões mais do que suficientes para não ser ou estar feliz", a maior parte das pessoas tem tendência para se focar sempre muito mais no que corre mal, nos problemas, nos desgostos, nas chatices, nas merdas do dia a dia, do que naquilo que de facto tem de bom na vida.
Por outro lado é sempre muito melhor, muito mais apetecível, muito mais valioso, muito mais interessante, aquilo que não se tem do que aquilo que se tem. Já sem falar do facto de que a galinha da vizinha dá sempre muito mais leite do que a minha, como dizia o Herman, há sempre razões para o gajo do lado estar muito melhor do que eu.

A realidade é que a felicidade passa obrigatoriamente por uma grande dose de auto-estima, para se ser feliz é preciso não só querer como sobretudo acreditar que se merece.
Embora toda a gente afirme que quer ser feliz eu não acredito que isso seja verdade, acho que há pessoas que por razões que me ultrapassam não julgam ter esse direito.

Contando outra piquena história:
Num dos sítios onde trabalhei havia uma rapariga que sofria horrores todos os meses com o período. Era extremamente responsável e raramente se baldou por causa disso. Metia dó a arrastar-se pelo escritório contorcendo-se de dores. Como sofro do mesmo mal, fazia-me imensa confusão e por várias vezes lhe ofereci analgésicos. Nunca os aceitou. Perguntei-lhe se tinha alguma razão física para não os poder tomar... não tinha, simplesmente não queria. Preferia passar três dias por mês a sofrer. Porquê? Nunca me conseguiu explicar apesar de lho ter pedido insistentemente...
Anda por sinal a passar-se uma história semelhante neste momento, com um dos nossos habitués da casa que, sendo alérgico a gatos bebés, se recusa terminantemente a tomar pontualmente um anti-histamínico afirmando que voltará a aparecer "quando o gato crescer ou morrer, o que acontecer primeiro" LOL

Dito isto, e não afirmando que haja quem goste de sofrer (apesar de haver, chamam-se masoquistas LOL) a realidade é que há de facto quem não trate lá muito bem de si próprio...
Os medos também não ajudam nada, muitas vezes as pessoas têm medo e nem sabem bem de quê, é uma coisa perfeitamente irracional.

As preocupações são outro entrave, há uma grande tendência para as pessoas se preocuparem com coisas que estão na realidade completamente fora do seu controle. Tipo está um tempo do caraças em Novembro, oh meu Deus é porque o planeta está todo feito num molho de brócolos, nem consigo aproveitar o solinho como deve de ser...



O Churchill dizia; "Um pessimista vê a dificuldade em qualquer oportunidade, um optimista vê oportunidade em todas as dificuldades".
Assim é com a felicidade... quem decide ser feliz aproveita todas as ocasiões para delas tirar coisas boas.
Muita gente fica chocada quando afirmo que a morte do meu pai me trouxe coisas positivas... Para começar tirou-me um grande peso de cima, deixei de viver com o medo que morresse ;). Para quem não saiba, o meu pai morreu do seu quarto enfarte. A partir do terceiro tornou-se bastante evidente que poderia "ir" a qualquer momento.
Depois, a sua morte sendo a primeira de facto relevante na minha vida, levou-me a reflectir muito sobre o assunto e a ganhar uma grande paz de espírito relativamente ao tema. Cresci muito com a morte dele...
Se sofri?! Pra caramba... Se foi difícil?! Muito...
Mas "virei" infeliz?
"Se as estrelas não brilham é porque o céu está nublado... elas continuam lá..."


:)

5 comentários:

  1. Como tive ocasião de comentar anteriormente, penso que estamos genericamente de acordo neste assunto: a felicidade é aqui e agora, e faz-se de optimismo, de auto-estima e, acrescentaria eu, de contentamento.

    Há quem, pelo contrário, comece a complicar e passe a andar todo roto à espera que chegue a última moda, neste caso a felicidade suprema.

    Claro que um grande drama pode mudar as coisas. Mas, talvez, até aí haja alguma capacidade de ajustamento. A história que contaste lembrou-me a de um colega meu, um tipo sempre bem disposto, que tinha uma filha ainda bébé que se asfixiou no berço e ficou com o atraso mental e motor. Da primeira que o vi após o ocorrido, fiquei embasbacado, sem saber o que lhe dizer, se havia de levantar o assunto ou não. Pois foi ele que percebeu o meu embaraço e veio em meu auxílio, dizendo: "Não estejas preocupado. As árvores não têm que ser todas iguais." Embora eu não acredite que ele não estivesse, por dentro, muito magoado, talvez ele tenha encontrado algum consolo no facto de ter agora que acarinhar o crescimento de uma "árvore diferente".

    Finalmente, sobre o alérgico a gatos: agarrado por braços e pernas e anti-histamínico pela goela abaixo?

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  2. LOLOLOLOLOLOLOL
    Ele é que sabe... se se sentir melhor em cat free environments for a while... LOL
    Mas gostei da imagem, fez-me justamente lembrar um mail que andou a circular por aí que se chamava "como dar um comprimido a um gato"
    LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL

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  3. Espero que contribua para a felicidade de quem ler (aqui e agora)....

    COMO DAR UM COMPRIMIDO A UM GATO...



    1.. Pegue no gatinho e aninhe-o no seu braço esquerdo como se segurasse um bebé. Coloque o indicador e o polegar da mão direita nos dois lados da boquinha do bichano e aplique uma suave pressão nas bochechas enquanto segura o comprimido na palma da mão. Quando o amorzinho abrir a boca atire o comprimido lá para dentro. Deixe-o fechar a boquita e engolir.



    2.. Recupere o comprimido do chão e o gato de detrás do sofá. Aninhe o gato no braço esquerdo e repita o processo.



    3.. Vá buscar o gato ao quarto e deite fora o comprimido meio desfeito.



    4.. Retire um novo comprimido da embalagem, aninhe o gato no seu braço enquanto lhe segura firmemente as patas traseiras com a mão esquerda. Obrigue o gato a abrir as mandíbulas e empurre o comprimido com o indicador direito até ao fundo da boca. Mantenha a boca do gato fechada enquanto conta até dez.



    5.. Recupere o comprimido de dentro do aquário e o gato de cima do guarda-fatos. Chame a sua esposa do jardim.



    6.. Ajoelhe-se no chão com o gato firmemente preso entre os joelhos, segure as patas da frente e de trás. Ignore os rosnados baixos emitidos pelo gato. Peça à sua esposa que segure firmemente a cabeça do gato com uma mão enquanto força a ponta de uma régua para dentro da boca do gato com a outra. Deixe cair o comprimindo ao longo da régua e esfregue vigorosamente o pescoço do gato.



    7.. Vá buscar o gato ao suporte do cortinado e retire outro comprimido da embalagem. Tome nota para comprar outra régua e reparar as cortinas. Cuidadosamente varra os cacos das estatuetas e dos vasos do meio da terra e guarde-os para colar mais tarde.



    8.. Enrole o gato numa toalha grande e peça à sua esposa para se deitar por cima de forma a que apenas a cabeça do gato apareça por debaixo do sovaco. Coloque o comprimido na ponta de uma palhinha de beber, obrigue o gato a abrir a boca e mantenha-a aberta com um lápis. Assopre o comprimido da palhinha para dentro da boca do gato.



    9.. Leia a literatura inclusa na embalagem para verificar se o comprimido faz mal a humanos, beba uma cerveja para retirar o gosto da boca. Faça um curativo no antebraço da sua esposa e remova as manchas de sangue da carpete com o auxilio de água fria e sabão.



    10.. Retire o gato do barracão do vizinho. Vá buscar outro comprimido. Abra outra cerveja. Coloque o gato dentro do armário e feche a porta até ao pescoço de forma a que apenas a cabeça fique de fora. Force a abertura da boca do gato com uma colher de sobremesa. Utilize um elástico como fisga para atirar o comprimido pela garganta do gato abaixo.



    11.. Vá buscar uma chave de fendas à garagem e coloque a porta do armário de novo nos eixos. Beba a cerveja. Vá buscar uma garrafa de whisky. Encha um copo e beba. Aplique uma compressa fria na bochecha e verifique a data de quando apanhou a última vacina contra o tétano. Aplique compressas de whisky na bochecha para desinfectar. Beba mais um copo. Atire a T-Shirt fora e vá buscar uma nova ao quarto.



    12.. Telefone aos bombeiros para virem retirar o cabrão do gato de cima da árvore do outro lado da rua. Peça desculpa ao vizinho que se estampou contra a vedação enquanto tentava desviar-se do gato em fuga. Retire o último comprimido de dentro da embalagem.



    13.. Amarre as patas da frente às patas de trás do filho da puta do gato, com a mangueira do jardim e de seguida prenda firmemente à perna da mesa da sala de jantar. Vá buscar as luvas de couro para trabalhos à garagem. Empurre o comprimido para dentro da boca da besta seguido de um grande pedaço de carne. Seja suficientemente bruto, segure a cabeça do corno na vertical e despeje-lhe um litro de água pela goela abaixo para que o comprimido desça.



    14.. Beba o restante whisky. Peça à sua esposa que o conduza às emergências e sente-se muito quieto enquanto o médico lhe cose os dedos, o antebraço e lhe remove os restos do comprimido de dentro do seu olho direito. A caminho de casa contacte a loja das mobílias para encomendar uma nova mesa de jantar.



    15.. Trate de tudo para que a protectora dos animais venha buscar o cabrão do gato mutante fugido do inferno. Telefone para a loja dos animais e pergunte se têm tartaruguinhas.

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  4. Pessoal, acho que podemos "ir para casa", pelos vistos o último post arrasou...
    Não sei se repararam que cinco pessoas votaram na minha sondagem e que 100% delas são felizes.
    Das duas uma, ou os que não são, ou têm dúvidas, desistiram de cá vir ou de repente toda a gente virou feliz... LOL
    Assim não tarda isto vai começar a ser uma medição de pilas; "eu sou feliz!" - "sim, mas eu sou mais feliz do que tu..." - "não mas eu consigo enumerar mais razões pelas quais sou feliz do que tu..." Yada, yada...
    LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL

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  5. COMO DAR UM COMPRIMIDO A UM GATO...

    há muito tempo que não me ria tanto com uma história tão simples, mas tão precisa sobre a convivência com os fdp dos gatos... só vem dar razão aquela teoria de que, para tratar desses verdadeiros selvagens, só mesmo em casas da especialidade.

    Ao meu cão, ainda faço um esforço e dou-lhe os remédios sem qq problema, até pq ele é o suficientemente burro para me obedecer, abrir a boca, e ingerir tudo o que eu lhe der misturado com um bocado de pão com manteiga.

    Agora um gato é outra conversa... têm um espirito felino q arrepia, e eu não lhes tenho alergia, mas tb não os gramo nem um bocadinho.

    Um episódio passado comigo em casa de uns amigos e que explica perfeitamente a raça felina: vou a casa destas pessoas pela 1ª vez, sento-me calmamente no sofá e diz-me o dono da casa: cuidado que estás sentado no sítio habitual do gato; caguei... sou visita; uns segundos depois aparece um gato persa enorme, sobe pela outra ponta do sofá, vem até mim, rapa das unhas e dá-me uma "facada" que fiquei a sangrar da mão. FDP... diz a dona, nós avisámos... esse é o sítio do gato!

    Azar do gato... passados uns minutos entrei na cozinha para ir buscar um copo de água e quem é que estava de cu virado para mim com a cabeça enfiada na tigela da comida: o Gato...!!! escusado será dizer que o miauuuu que ele deu da patada no cu se ouviu na vizinhança toda.

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