Dei-me conta recentemente, por causa da tal proposta de negócio, que em cada tomada de decisão importante passo pelos mesmos estados.
1) Fico contente, orgulhosa, inchada, por ter sido posta perante a escolha. O meu ego dispara, fico bem disposta, cheia de energia positiva.
2) Começo a pensar seriamente no assunto, nos detalhes da coisa. A perguntar-me se estou à altura do recado. Começa uma fase de insegurança. Sinto-me em geral totalmente confortável relativamente a alguns pontos da questão mas totalmente incerta em relação a outros. Estes outros são normalmente zonas cinzentas, aquilo que não controlo (I'm a control freak LOL), aquilo que não conheço, aquilo que não domino. Começa a instalar-se uma certa ansiedade.
3) Começo a pedir opiniões. A fazer uma análise conjunta. Vou tendo opiniões muito diferentes e a tomar consciência de que há várias abordagens à questão. O nó no estômago começa a desfazer-se devagarinho.
4) Vou mantendo os eventuais interessados ao corrente do que me vai passando pela cabeça sem qualquer tipo de censura, dispo-me completamente sem pudor, digo tudo o que sinto, tudo o que me entusiasma, tudo o que me preocupa, tudo o que me atormenta, todas as minhas questões e dúvidas. Sou completamente transparente, incapaz de fazer joguinhos. Isto permite que me sinta honesta, integra, justa. Cartas na mesa, é com esta situação que estamos a lidar. Faço-o normalmente por escrito pois ajuda-me a estruturar as ideias, a ter uma noção do que penso e sinto realmente quanto ao assunto. Este período é mais de tensão do que qualquer outra coisa.
5) Depois de muita análise racional desligo o cérebro. Recuso-me a pensar no assunto, distraio-me, vejo um filme, jogo com o pessoal, não interessa. Depois de uma noite dormida sobre o assunto acordo com uma decisão. Sinto-me bem e aliviada. A parte da tomada de decisão é a mais difícil. Uma vez feita a escolha é uma questão de arregaçar as mangas. Ou de não pensar mais no assunto se se tiver decidido cair fora.
6) Sinto-me confiante, optimista, cheia de força. Começo a interiorizar a nova situação. Se for caso disso, começo a organizar a casa, em termos de horários, de mudança de hábitos. Implico toda a gente na engrenagem, novas regras. Vou entrando devagarinho na nova vida, passo a passo, um degrau de cada vez.
Ok, isto é a reação típica que tenho quando estou perante uma tomada de decisão importante.
Agora é o seguinte, como me disseram em resposta ao meu polémico questionário; "quase todos nós poderíamos escrever um blog".
Isto não é de todo verdade por uma razão muito simples, é que o comum dos mortais não tem cu para vir aqui todas as semanas cagar sentença sobre algum assunto, mais nada. É preciso um empenho, uma vontade de dizer coisas, uma cagança, que muito pouca gente tem. Basicamente é preciso ser full of shit... ;)
Não deixa no entanto de ser verdade que qualquer pessoa tem coisas a dizer, opiniões sobre os assuntos, tão válidas como outras quaisquer, e que, se tivesse pachorra, o poderia fazer.
Dito isto, onde estou a querer chegar é a que não me vejo de todo como detentora da verdade absoluta e que estou ainda muito verde em relação a certos aspectos da vida. O que não quer dizer que não tenha consciência de pelo menos parte da merda que faço. Faço-a à mesma, vez após vez, mas pelo menos ao ter consciência disso vou conseguindo gradualmente melhorar algumas coisas.
A minha intenção com este Blog é tentar ajudar a malta, partilhando as conclusões a que vou chegando e dando as tais "pequenas receitas" para nos tornar mais felizes. Umas resultam para uns, outras não, mas a intenção é que conta ; )
Vou então brevemente comentar o que acho que está bem e o que acho que pode ser controlado/melhorado na minha atitude.
1) Isto é bom. Deixa assim.
2) Erro! Faço demasiados filmes...
Faz-me lembrar o tipo da anedota, não sei se conhecem? Tem um furo à noite, no meio do nada, e vê lá ao longe uma luz acesa numa casa. Decide ir até lá pedir um macaco emprestado. Pelo caminho começa a pensar. Porra, não me apetece nada ir incomodar as pessoas a esta hora. Bem, eles têm a luz acesa... Se calhar esqueceram-se e estão a dormir. Vou acorda-los. Se os acordo é uma chatice, ainda são capazes de acordar mal dispostos. Ainda desatinam comigo por estar a tocar à porta. Mas porra, estou no meio de nenhures e não tenho macaco, o que é que eles queriam que eu fizesse? Também não é caso para ser desagradável, temos de ser uns para os outros... e vai andando nestes pensamentos, até que chega finalmente à casa, toca à campainha, atende uma velhinha amorosa e ele diz-lhe: sabe que mais? Meta o macaco no cu!
(eu sou obviamente o tipo do macaco e não a velhinha amorosa... LOL)
3) Bom, bom, do best. Muito gratificante. Não há como ouvir. De preferência à esquerda e à direita...
4) Não! Não, não... definitivamente não. Sem jogos tudo bem, honestidade tudo bem, mas pôr tudo assim em cima da mesa tá mali. Gera insegurança do outro lado. Podem não compreender que é um processo para chegar a conclusões, não um medo derrotista. Ainda por cima por escrito, o que é um erro ainda maior visto que dá azo a más interpretações por não estarmos frente a frente com o interlocutor estudando-lhe assim as reacções. A evitar. Escrever tudo bem, but keep it for yourself. Farto-me de tentar mas ainda não consegui fazer nada relativamente a este ponto. Cometo CONSTANTEMENTE o mesmo erro.
Mas como já devem ter reparado eu sou uma stripper emocional inveterada... Pedem-me, ou nem sequer pedem, garantidamente não me pagam nada por isso (LOL), e eu dispo-me toda...
É mau, é mau, haja decência... sabe-se lá quem é que me está a ler... posso estar a passar ideias subversivas a teen-agers inconscientes...
5) Bom, muito bom. O cérebro precisa de ser desligado antes do veredicto final. A decisão final é sempre emocional. Depois de muito pensar à de deitar tudo fora e SENTIR. Uma noite de sono depois de um período em que nos desligámos do assunto é milagrosa. Tomam-se garantidamente as decisões certas.
6) Eventualmente demasiado cauteloso, ou maricas se preferirem, tipo a malta que entra na água em cinco minutos em vez de mergulhar de cabeça. Preciso no entanto de um período de transição, em que ainda não estou bem nem dentro nem fora. (Agora ia ser muiiito ordinária! Mas não vou ser... LOL) Por outro lado se me deixo enredar logo pelo novo projecto as coisas pessoais vão sempre ficando para trás e a minha vida de control freak torna-se caótica. Tenho portanto de ter as coisas organizadas desde o início. That's just me...
Pronto, caguei sentença, despi-me, gozei convosco, estou satisfeita... "todos vós" se sintam à vontade para rebater (no ceguinho... seca, muito seca...), estou aqui para as curvas. ; )
1) Fico contente, orgulhosa, inchada, por ter sido posta perante a escolha. O meu ego dispara, fico bem disposta, cheia de energia positiva.
2) Começo a pensar seriamente no assunto, nos detalhes da coisa. A perguntar-me se estou à altura do recado. Começa uma fase de insegurança. Sinto-me em geral totalmente confortável relativamente a alguns pontos da questão mas totalmente incerta em relação a outros. Estes outros são normalmente zonas cinzentas, aquilo que não controlo (I'm a control freak LOL), aquilo que não conheço, aquilo que não domino. Começa a instalar-se uma certa ansiedade.
3) Começo a pedir opiniões. A fazer uma análise conjunta. Vou tendo opiniões muito diferentes e a tomar consciência de que há várias abordagens à questão. O nó no estômago começa a desfazer-se devagarinho.
4) Vou mantendo os eventuais interessados ao corrente do que me vai passando pela cabeça sem qualquer tipo de censura, dispo-me completamente sem pudor, digo tudo o que sinto, tudo o que me entusiasma, tudo o que me preocupa, tudo o que me atormenta, todas as minhas questões e dúvidas. Sou completamente transparente, incapaz de fazer joguinhos. Isto permite que me sinta honesta, integra, justa. Cartas na mesa, é com esta situação que estamos a lidar. Faço-o normalmente por escrito pois ajuda-me a estruturar as ideias, a ter uma noção do que penso e sinto realmente quanto ao assunto. Este período é mais de tensão do que qualquer outra coisa.
5) Depois de muita análise racional desligo o cérebro. Recuso-me a pensar no assunto, distraio-me, vejo um filme, jogo com o pessoal, não interessa. Depois de uma noite dormida sobre o assunto acordo com uma decisão. Sinto-me bem e aliviada. A parte da tomada de decisão é a mais difícil. Uma vez feita a escolha é uma questão de arregaçar as mangas. Ou de não pensar mais no assunto se se tiver decidido cair fora.
6) Sinto-me confiante, optimista, cheia de força. Começo a interiorizar a nova situação. Se for caso disso, começo a organizar a casa, em termos de horários, de mudança de hábitos. Implico toda a gente na engrenagem, novas regras. Vou entrando devagarinho na nova vida, passo a passo, um degrau de cada vez.
Ok, isto é a reação típica que tenho quando estou perante uma tomada de decisão importante.
Agora é o seguinte, como me disseram em resposta ao meu polémico questionário; "quase todos nós poderíamos escrever um blog".
Isto não é de todo verdade por uma razão muito simples, é que o comum dos mortais não tem cu para vir aqui todas as semanas cagar sentença sobre algum assunto, mais nada. É preciso um empenho, uma vontade de dizer coisas, uma cagança, que muito pouca gente tem. Basicamente é preciso ser full of shit... ;)
Não deixa no entanto de ser verdade que qualquer pessoa tem coisas a dizer, opiniões sobre os assuntos, tão válidas como outras quaisquer, e que, se tivesse pachorra, o poderia fazer.
Dito isto, onde estou a querer chegar é a que não me vejo de todo como detentora da verdade absoluta e que estou ainda muito verde em relação a certos aspectos da vida. O que não quer dizer que não tenha consciência de pelo menos parte da merda que faço. Faço-a à mesma, vez após vez, mas pelo menos ao ter consciência disso vou conseguindo gradualmente melhorar algumas coisas.
A minha intenção com este Blog é tentar ajudar a malta, partilhando as conclusões a que vou chegando e dando as tais "pequenas receitas" para nos tornar mais felizes. Umas resultam para uns, outras não, mas a intenção é que conta ; )
Vou então brevemente comentar o que acho que está bem e o que acho que pode ser controlado/melhorado na minha atitude.
1) Isto é bom. Deixa assim.
2) Erro! Faço demasiados filmes...
Faz-me lembrar o tipo da anedota, não sei se conhecem? Tem um furo à noite, no meio do nada, e vê lá ao longe uma luz acesa numa casa. Decide ir até lá pedir um macaco emprestado. Pelo caminho começa a pensar. Porra, não me apetece nada ir incomodar as pessoas a esta hora. Bem, eles têm a luz acesa... Se calhar esqueceram-se e estão a dormir. Vou acorda-los. Se os acordo é uma chatice, ainda são capazes de acordar mal dispostos. Ainda desatinam comigo por estar a tocar à porta. Mas porra, estou no meio de nenhures e não tenho macaco, o que é que eles queriam que eu fizesse? Também não é caso para ser desagradável, temos de ser uns para os outros... e vai andando nestes pensamentos, até que chega finalmente à casa, toca à campainha, atende uma velhinha amorosa e ele diz-lhe: sabe que mais? Meta o macaco no cu!
(eu sou obviamente o tipo do macaco e não a velhinha amorosa... LOL)
3) Bom, bom, do best. Muito gratificante. Não há como ouvir. De preferência à esquerda e à direita...
4) Não! Não, não... definitivamente não. Sem jogos tudo bem, honestidade tudo bem, mas pôr tudo assim em cima da mesa tá mali. Gera insegurança do outro lado. Podem não compreender que é um processo para chegar a conclusões, não um medo derrotista. Ainda por cima por escrito, o que é um erro ainda maior visto que dá azo a más interpretações por não estarmos frente a frente com o interlocutor estudando-lhe assim as reacções. A evitar. Escrever tudo bem, but keep it for yourself. Farto-me de tentar mas ainda não consegui fazer nada relativamente a este ponto. Cometo CONSTANTEMENTE o mesmo erro.
Mas como já devem ter reparado eu sou uma stripper emocional inveterada... Pedem-me, ou nem sequer pedem, garantidamente não me pagam nada por isso (LOL), e eu dispo-me toda...
É mau, é mau, haja decência... sabe-se lá quem é que me está a ler... posso estar a passar ideias subversivas a teen-agers inconscientes...
5) Bom, muito bom. O cérebro precisa de ser desligado antes do veredicto final. A decisão final é sempre emocional. Depois de muito pensar à de deitar tudo fora e SENTIR. Uma noite de sono depois de um período em que nos desligámos do assunto é milagrosa. Tomam-se garantidamente as decisões certas.
6) Eventualmente demasiado cauteloso, ou maricas se preferirem, tipo a malta que entra na água em cinco minutos em vez de mergulhar de cabeça. Preciso no entanto de um período de transição, em que ainda não estou bem nem dentro nem fora. (Agora ia ser muiiito ordinária! Mas não vou ser... LOL) Por outro lado se me deixo enredar logo pelo novo projecto as coisas pessoais vão sempre ficando para trás e a minha vida de control freak torna-se caótica. Tenho portanto de ter as coisas organizadas desde o início. That's just me...
Pronto, caguei sentença, despi-me, gozei convosco, estou satisfeita... "todos vós" se sintam à vontade para rebater (no ceguinho... seca, muito seca...), estou aqui para as curvas. ; )
Change is such hard work.
ResponderEliminar- Billy Crystal
Change is the law of life. And those who look only to the past or present are certain to miss the future.
- John F. Kennedy
To improve is to change; to be perfect is to change often.
- Winston Churchill
PS: boa sorte na "longa e sinuosa estrada"
Sigo as mesmas fases que tu, só que com mais autoconfiança (ou cagança, como preferires) na fase 2 e menos transparência na fase 4.
ResponderEliminarQuanto ao facto dos bloggers (isto é tu e eu, basicamente, no universo de conhecidos) sermos "full of shit": concordo em parte. Mas também somos os únicos que nos damos à pachorra de pôr alguma coisa na prateleira para os outros levarem à borla. E aí usamos de alguma generosidade, passe a imodéstia. Pode ser uma grande merda, mas dá trabalho e há quem leia, mesmo que logo de seguida amarrote e mande para o lixo.
Sigo as mesmas fases que tu, só que com mais autoconfiança (ou cagança, como preferires) na fase 2 e menos transparência na fase 4.
ResponderEliminarQuanto ao facto dos bloggers (isto é tu e eu, basicamente, no universo de conhecidos) sermos "full of shit": concordo em parte. Mas também somos os únicos que nos damos à pachorra de pôr alguma coisa na prateleira para os outros levarem à borla. E aí usamos de alguma generosidade, passe a imodéstia. Pode ser uma grande merda, mas dá trabalho e há quem leia, mesmo que logo de seguida amarrote e mande para o lixo.
Fazes portanto as coisas mais bem feitas... pelo menos segundo a minha análise... LOL Mas eu ainda tenho esperança de lá chegar um dia ;)
ResponderEliminarQuanto aos Bloggers... we really are full of shit!!! Mas eu pelo menos tenho intenções de continuar... AHAHAHAHAHAHAHAHAHAH LOL
Claramente tens 2 fases distintas:
ResponderEliminara) pré tomada da decisão
b) pos tomada de decisão
A partida parece lógico, mas não é bem assim porque uma grande parte das pessoas ainda tem mais uma:
c) a fase do 'banho maria'
Nesta fase pós decisória as pessoas ficam num espécie de banho maria à espera de resultados imediatos e começam a stressar se tomaram a decisão certa...
Eu tb sou como tu (tenho apenas 2 fases) uma vez decidido é arregaçar as mangas e 'mãos à obra'.
Na tua fase (a) pré decisão) tens 5momentos importantes que se caracterizam sobretudo pelo teu lado emocional:
1. Euforia perante uma decisão
2. Gera Stress / Insegurança
3. Necessidade de Opiniões (dentro do teu circulo) para aliviar o stress/insegurança
4. Necessidade de Transparência (com os intervenientes) para aliviar o stress/insegurança
5. Reflexão (na posse de toda a informação) sem stress e segura para a tomada de decisão.
Acho magnifico o teu processo decisório porque primeiro identificas claramento um problema que passa por seres 'control freak' mas em vez de te deixares dominar pela insegurança resolveste esse problema ao te expores: primeiro na busca de opiniões e depois na transparência com os intervenientes.
Ou seja: sabes qual é a doença e sabes qual é o remédio.... Tudo de bom.... Aquilo que dizes ser um erro (no teu processo decisório) é exactamente aquilo que te proporciona solução. Por passares pelo processo de 'ai meu deus o chão está a fugir e eu já não tou a controlar esta cena' é que consegues encontrar uma plataforma que te possibilita tomares a decisão 'without looking back' e sem ficares na fase do 'banho maria' depois da decisão....
OK eu por acaso devia ter um blog...
Marta, não podia estar mais de acordo... tens montes de coisas para dizer, tens cu para vir aqui todas as semanas faze-lo, tens a cagança necessária and you're full of shit...
ResponderEliminarLOLOLOLOLOLOLOLOL
Dito isto continuo a achar que a transparência TOTAL que demonstro nestas alturas era talvez escusada ou no mínimo é exagerada... Faço-o para que os outros saibam EXACTAMENTE com o que contar, mas isso não vai acontecer de qualquer maneira porque há sempre imprevistos e pode ser muito mal interpretado.
Boa Marta, que estes dois precisam de concorrência à... ALTURA.
ResponderEliminarSugestões de título para o teu ELEVADO blog onde se discutem temas ALTAMENTE:
"Laissez tomber"
"A Walk in the Clouds"
“Success is falling nine times and getting up ten.” (Jon Bon Jovi)
;)
Pedrinho:
ResponderEliminarhttp://martissimasky.blogspot.com/
Já tá!
SFF não GOZEM!!!!!!!